Joaquim Calado, considerado como um dos criadores do choro ou como o “Pai dos Chorões”.

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Joaquim Calado (Rio de Janeiro, 11 de julho de 1848 – Rio de Janeiro, 20 de março de 1880) , músico compositor e flautista brasileiro. Os historiadores o consideram como um dos criadores do choro ou como o pai dos chorões.

Segundo o maestro Júlio Medaglia e Altamiro Carrilho (1924-2012), o choro teria surgido em 1877 com a música “Flor Amorosa”, de Joaquim Calado, editada somente em 1880, poucos meses depois da morte do compositor.

No mesmo ano, no entanto, uma polca de Chiquinha Gonzaga, “Atraente” seria tocada como choro pelos conjuntos da Cidade Nova, bairro do Mangue, no Rio de Janeiro.

 

O compositor e flautista é considerado por todos os estudiosos da música popular brasileira como a figura de proa na implantação e fixação do “Choro”, nos últimos 20 anos do Império no Brasil. Foi pioneiro, e bem pode ser considerado o criador do choro, ao incorporar a flauta aos violões e cavaquinhos, instrumental comum aos conjuntos da época. Seu grupo, que ficou conhecido como “O Choro de Calado”, era constituído por um instrumento solista, no caso a flauta, dois violões e um cavaquinho. Aos três instrumentistas de cordas exigia-se boa capacidade de improvisar sobre o acompanhamento harmônico.

O compositor trabalhou com inúmeros instrumentistas, que se destacaram na fase de fixação da nova maneira de interpretar  modinhas, lundus,valsas e polcas. Eram muitos os chorões com quem conviveu. Dentre estes, podemos citar: os flautistas Viriato (seu grande amigo), Luisinho, Bacuri, Inacinho Flauta, Soares Caixa-de-fósforos, Artur Fluminense; os violonistas Juca Vale, Manduca do Catumbi, Capitão Rangel e o cavaquinista Zuzu Cavaquinho. 

 

Iniciou seus estudos musicais (piano e flauta) possívelmente com o pai. Em 1856, começou a estudar composição e regência com Henrique Alves de Mesquita. O curso foi logo interrompido porque o maestro, no ano de 1857, seguiu em viagem de estudos para Paris. O compositor destacou-se com a flauta, tornando-se um virtuoso muito popular no Rio de Janeiro da 2ª metade do século XIX. Começou a trabalhar como músico profissional desde muito jovem, tocando em festas e bailes. É provável que sua primeira exibição em sala de concertos, como flautista, tenha ocorrido em julho de 1866, numa apresentação para a família imperial no Teatro Ginásio Dramático. 

 

Sua primeira composição, “Querosene”, data de 1863. Aos 19 anos, obteve o seu primeiro sucesso com a quadrilha “Carnaval de 1867”. Em 19 de julho do mesmo ano, perdeu o pai, aos 52 anos de idade. No dia 13 de janeiro de 1869, conseguiu ver publicada, pela primeira vez, uma obra sua: a polca “Querida por todos”, dedicada à compositora e amiga Chiquinha Gonzaga. A década de 1870 lhe trouxe muitas vitórias profissionais.

Teve outras obras suas publicadas: a polca “Linguagem do coração”, em 1872; a polca “Íman”, em 1873; as polcas ” Como é bom”, para flauta solo e “Cruzes, minha prima”, em 1875, que por sinal foi uma das músicas de maior sucesso do final do século XIX. Ainda em 1873, foi o reponsável pela primeira vez em corcerto do gênero lundo, tido até então como música de escravos. Seu “Lundu  característico” obteve tamanho sucesso que, segundo o pesquisador Vasco Mariz, “lhe redeu a nomeação para a cadeira de flauta  do Imperial Conservatório de Música”.

 

Seu prestígio era tanto no fim dos anos 1870, que em 1879 foi condecorado com a Ordem da Rosa, no grau de Comendador, junto com os outros professores do Conservatório. Esta era a mais alta condecoração oferecida pelo Império. Foi também nomeado professor de música do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, por intermédio de seu padrinho, o marechal-de-campo José Basileu Neves Gonzaga, pai de sua companheira de “choro”, Chiquinha Gonzaga. 

 

Logo após o carnaval de 1880, a população do Rio de Janeiro conviveu com uma epidemia de meningite. Contraiu a doença e faleceu em março, prematuramente, deixando viúva a mulher, órfãos os cinco filhos e saudosos seus companheiros de “choro”. O compositor, no entanto, já era reconhecido como a figura mais representativa do novo estilo de interpretação que marcou aquela época: o Choro. Um mês depois de sua morte, foi publicada pelas casas editoras sua última música “Flor amorosa”, que se tornou um clássico da música popular brasileira, que recebeu versos de Catulo da Paixão Cearense.

Elevou a virtuosidade da flauta, imprimiu estilo próprio à execução desse instrumento, tocando a melodia em rápidos saltos oitavados, de forma que os ouvintes tivessem a impressão de estarem ouvindo duas flautas simultaneamente. Tornou-se exemplo para toda uma escola de flautistas extraordinários, entre os quais, Viriato, Patápio Silva, Nola, Plínio, Henrique Flauta, Pixinguinha, Benedito Lacerda e Altamiro Carrilho. Uma grande parte de suas composições recebeu nome de mulher. É considerado por todos como  o “Pai dos Chorões”.

 

(Fonte: Veja, 30 de março de 1977 – Edição 447 – MÚSICA/ Por Olívio Tavares de Araújo – Pág: 108)

(Fonte: http://www.dicionariompb.com.br/joaquim-calado/dados-artisticos)

 

 

 

 

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