Jean Marais, principal intérprete do escritor e diretor francês Jean Cocteau

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Jean Marais, “Fera” do cinema francês 

Marais: auge nos anos 40

 

Jean Marais, “Fera” do cinema francês (Foto: Cineclube de Caminha / Reprodução)

 

Jean-Alfred Villain-Marais (Cherbourg, 11 de dezembro de 1913 – Cannes, 8 de novembro de 1998), ator francês, principal intérprete das obras para cinema e teatro do escritor e diretor francês Jean Cocteau. O filme A Bela e a Fera, de 1946, é considerado o mais popular entre todos os que os dois, que também foram amantes durante 26 anos.

Jean Marais foi, ao lado de Jean Gabin e Fernandel, um dos três atores mais populares do cinema francês. Gabin e Fernandel começaram a se destacar nos anos 30; Marais, nos anos 40; e todos tiveram um percurso cinematográfico bastante extenso. Gabin, esteve diante das telas em longas-metragens de 1930 a 1976 (46 anos); Fernandel, de 1930 a 1969 (39 anos). Marais trabalhou mais: de 1933 a 1995 (62 anos), se incluirmos os filmes nos quais trabalhou como figurante. Com exceção de algumas aparições no cinema, os últimos anos de vida de Jean foram consagrados ao teatro, à cerâmica, à escultura e à pintura.

Escondido sob a pesada maquiagem que o transformou na besta de A Bela e a Fera, ou com o rosto imponente e os cabelos louros à mostra para encarnar um mito grego em Orfeu, Jean Marais será sempre lembrado como o ator que deu corpo e alma aos personagens imaginados por Jean Cocteau.

Enquanto lutava para se estabelecer como ator em Paris, Jean Marais foi rejeitado pelas principais escolas de arte dramática até que, em 1937, conheceu Jean Cocteau. Estava estabelecida uma forte parceria. Marais foi companheiro de Cocteau até a morte do poeta e cineasta, em 1963, e juntos formavam um dos casais mais proeminentes da vida cultural francesa. A parceria também transformou Marais num dos mais respeitados atores da história do cinema.

O multitalentoso Cocteau chegou a creditar à sua relação com Marais uma parte de sua inspiração para as peças, filmes, poemas e desenhos que produziu. Marais trabalhou na peça Les parents terribles e mais tarde na versão cinematográfica do texto, de 1948, batizada O Pecado Original em português. No que provavelmente terá sido seu mais importante trabalho no cinema, Marais deu vida à visão peculiar e moderna do mito de Orfeu imaginada pelo cineasta em Orfeu, de 1949, e O Testamento de Orfeu, de 1960. Mas é a belíssima e poética versão para o conto infantil A Bela e a Fera, de 1946, o filme mais popular dos dois. Apesar de sua dedicação a Cocteau, Marais trabalhou também com outros diretores de primeira linha como Jean Renoir, Luchino Visconti e Abel Gance.

Jean Marais nasceu em 11 de dezembro de 1913, em Cherbourg, na França. Pouco depois, sua mãe abandonou o marido e se mudou com Jean e o irmão Henri para os subúrbios de Paris. Fascinado pelo teatro já desde criança, ele dizia aos amigos que a mãe era uma atriz da Comedie Française. Deixou a escola aos 16 anos e suas várias tentativas de ingressar nas escolas de teatro falharam. Antes de conhecer Cocteau, foi um fotógrafo aprendiz.

Entre seus trabalhos mais recentes estão apresentações no Cabaré Les Folies Bergères e a interpretação de Próspero numa montagem de A Tempestade, de Shakespeare, nos palcos de Paris. Jean Marais publicou mais de uma autobiografia e organizou uma retrospectiva de seu trabalho como artista plástico em 1995. “A vida é injusta”, ele disse certa vez, “só tive o melhor”.

A última aparição de Marais no cinema foi no filme Beleza Roubada, de Bernardo Bertolucci, no papel de um marchand. Desde 1996 com a saúde debilitada, Marais estava internado desde junho de 1998.

Jean Marais tinha um filho adotivo, Serge.

Jean Marais faleceu dia 8 de novembro de 1998, aos 84 anos, em um hospital em Cannes. Estava hospitalizado desde junho, com a saúde debilitada há mais de um ano.

(Fonte: Veja, 18 de novembro de 1998 – ANO 31 – N° 46 – Edição 1573 – DATAS – Pág; 41)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fol/cult – FOLHA ONLINE – AJB – Do Rio de Janeiro – 09/11/98)

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