James de Rothschild, barão e fundador da família Rothschild na França

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Rothschild, o clã mais rico da Europa, mostrou como o poder e a fortuna da família influenciaram a história

 

IMPÁVIDO COLOSSO -- O barão James de Rothschild, fundador do ramo francês do clã, ganhou título de nobreza da corte austríaca: “A paz é sempre melhor para os negócios” (Foto: AKG / LatinStock)

IMPÁVIDO COLOSSO — O barão James de Rothschild, fundador do ramo francês do clã, ganhou título de nobreza da corte austríaca: “A paz é sempre melhor para os negócios” (Foto: AKG / LatinStock)

 

James de Rothschild (Frankfurt, 15 de maio de 1792 – Paris, 15 de novembro de 1868), barão e fundador da família Rothschild na França (o título de nobreza veio da corte de Viena, pelos serviços prestados por seu banco durante as guerras napoleônicas), a dinastia começou com seu pai, Mayer Amschel (1744-1812), no gueto de Frankfurt, num tempo em que os judeus não tinham direito nem a sobrenome.

Foi ele quem iniciou a fortuna como especialista em moedas antigas, consultor financeiro e, por razões ainda nebulosas, fornecedor de moedas raras e objetos de arte para a corte e quem mais pudesse pagar por tais itens.

Apesar de a figura mais importante ser o barão James de Rothschild, a grande figura de uma das dinastias mais ricas do mundo, de uma família de banqueiros da Europa, o grande drama dos Rothschild aconteceu no século XX, quando decisões equivocadas e negócios malsucedidos provocaram significativas perdas de capital, e durante a II Guerra Mundial, eles se viram obrigados a se refugiar nos Estados Unidos, onde nunca se sentiram realmente à vontade ou gozaram do poder e distinção de que desfrutavam na Europa.

Guy de Rothschild, misto de financista, ao lado da mulher Marie-Hélène, restaurou o castelo da família, Ferrières, o doou à Universidade de Paris. Foi Guy quem amargou a liquidação do banco da família pelo governo socialista de François Mitterrand, em 1981, e tentou recomeçar no lugar que sua família tanto evitara: Nova York.

Por muito tempo – do século XIX ao início do século XX -, a expressão “rico como um Rothschild” era usada largamente por toda a Europa quando se queria descrever alguém que realmente tivesse dinheiro. Muito dinheiro. O mundo de então não conhecia nenhuma outra entidade, além dos governos e das casas reais, que detivesse tanto poder econômico quanto o clã de banqueiros judeus estabelecidos em Frankfurt, Viena, Nápoles, Londres e, sobretudo, Paris.

A certa altura, dizia-se mesmo que os Rothschild eram donos de tudo – “até do bom gosto”, segundo detratores incomodados com o crescente apetite da família para adquirir obras de arte festejadas e cobiçadas, como telas de Vermeer e desenhos de Fragonard.

Mas, o grande drama dos Rothschild aconteceu no século XX, quando decisões equivocadas e negócios malsucedidos provocaram significativas perdas de capital. Durante a II Guerra Mundial, eles se viram obrigados a se refugiar nos Estados Unidos, onde nunca se sentiram realmente à vontade ou gozaram do poder e distinção de que desfrutavam na Europa.

Ferrovias, petróleo e código de ética

Os Rothschild se destacaram e levaram vantagem sobre a concorrência devido a seu “conhecimento inequívoco de como o dinheiro se comporta”. Por terem escritórios espalhados por toda a Europa, podiam emitir títulos em todas as moedas importantes da época e foram pioneiros em empreendimentos modernos como as ferrovias e a exploração do petróleo.

Também seguiam um rígido código de ética (“lealdade à família e discrição na condução dos negócios alheios”) e eram adeptos dos casamentos consanguíneos, como na realeza, para manter a independência mesmo dentro da comunidade judaica, na qual seus grandes rivais foram os também banqueiros Pereire e Lazard.

Sobretudo, procuraram utilizar suas poderosas conexões econômicas e políticas para interferir em possíveis conflitos entre nações – a paz é sempre melhor para os negócios, era seu lema.

Eles souberam da derrota de Napoleão antes dos governos inglês e francês

Sem falar que o sistema de envio de mensagens desenvolvido pelo banco M.A. Rothschild e Filhos se mostrou ágil e eficiente a ponto de ser utilizado pelos serviços de inteligência de vários países. Um exemplo: os escritórios londrinos e parisienses da empresa receberam a notícia da vitória do general inglês Wellington sobre Napoleão, na batalha de Waterloo, um dia antes dos respectivos governos.

Esse é apenas o início da saga da família

O ramo francês do clã sempre foi o mais poderoso e cintilante, tendo produzido, além de homens de negócios, mecenas, colecionadores de arte – filantropos e, playboys.

 

Marie-Helène, o barão Guy e Édouard de Rothschild, aos 5 anos, em Ferrières: o então garoto é hoje um bilionário que prefere discrição em vez de badalação e opulência (Foto: Arnold Newman / Getty Images)

Marie-Helène, o barão Guy e Édouard de Rothschild, aos 5 anos, em Ferrières: o então garoto é hoje um bilionário que prefere discrição em vez de badalação e opulência (Foto: Arnold Newman / Getty Images)

 

Édouard de Rothschild, aos 55 anos (Foto: Franck Prevel / Getty Images)

Édouard de Rothschild, aos 55 anos (Foto: Franck Prevel / Getty Images)

 

(Fonte:  http://veja.abril.com.br – Livros & Filmes/ Por Coluna do Ricardo Setti – Herbert R Lottman – 24/03/2012)

(Fonte: Veja, 25 de janeiro de 2012 – ANO 45 – Nº 4 – Edição 2253 – Livros/ Por Mario Mendes – A Dinastia Rothschild, de Herbert R. Lottman – Pág: 130/131)

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