Helena Besserman Vianna, psicanalista, mãe de Bussunda, foi participante ativa dos movimentos contra a ditadura militar e escreveu vários livros sobre psicanálise

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Médica psicanalista clínica e militante de esquerda

“Defendi o João Goulart na rádio e fiquei dois dias no Doi-Codi”, disse a psicanalista Helena Besserman” (Foto: Leandro Pimentel)

 

Helena Besserman Vianna, médica psicanalista clínica e militante de esquerda, mãe de Bussunda, foi participante ativa dos movimentos contra a ditadura militar e escreveu vários livros sobre psicanálise, alguns deles lançados no exterior.

Ela foi autora de vários livros, lançados em diversos países. No Rio de Janeiro, organizou o evento “Jacks Derrida e René Major no Brasil”, uma homenagem póstuma a Vilma Oakim, sua grande amiga.

Conhecida por ter participado junto com seu marido, o médico Luiz Guilherme Vianna, dos movimentos contra a ditadura militar, recebeu a medalha “Chico Mendes” como homenagem aos grandes serviços prestados à causa da democratização no Brasil. Deixa três filhos – o humorista Cláudio Besserman Vianna (o Bussunda do programa Casseta e Planeta); o presidente do IBGE, Sérgio Besserman Vianna; e o médico pediatra Marcos Besserman Vianna.

Helena Vianna morreu hoje aos 70 anos, no Rio de Janeiro.

 

 

Mãe do humorista Bussunda, Helena Besserman vai a congresso na França sobre seu livro, em que denuncia médico que assistiu a sessões de tortura

A psicanalista Helena Besserman Vianna arriscou a vida ao denunciar o médico Amílcar Lobo como participante de sessões de tortura durante a ditadura militar. Agora, aos 68 anos, Helena tem duplo motivo para comemorar a atitude que levou à cassação do registro de Amílcar Lobo, em 1986. Além de ter recebido do grupo Tortura Nunca Mais a medalha Chico Mendes de Resistência, no último dia 31 de março, Helena se prepara para participar do congresso Os Estados Gerais da Psicanálise, em julho, em Paris, por causa da publicação na França de seu livro Não Conte a Ninguém, sobre o caso Amílcar.

Mãe de três filhos, entre eles Cláudio Besserman Vianna, 37, o comediante Bussunda, a psicanalista começou a atuar na política ainda estudante. Quinze dias após o golpe militar de 1964, foi presa. “Defendi o João Goulart na rádio e fiquei dois dias no Doi-Codi.” Nos piores anos da ditadura, a casa de Helena e do marido, o médico Luiz Guilherme Vianna, morto há dois anos, virou ponto de encontro de intelectuais. Garoto na época, Bussunda apelidou os encontros: “Ele dizia que se somássemos a idade de todos, daria mais de mil anos”, diz.

Em 1973, Helena denunciou Amílcar Lobo, que assistiu a sessões de tortura. Na época, Amílcar pleiteava uma vaga de psicanalista na Sociedade de Psicanálise do Rio de Janeiro (SPRJ). Helena enviou à Associação Psicanalítica Internacional denúncias contra Amílcar.

Até a cassação de Amílcar, Helena sofreu com ameaças por telefone e descobriu a tempo uma bomba embaixo de seu carro, em 1974. “Ouvi um barulho, chamei o mecânico e ele viu a bomba”, conta. Hoje, Helena continua seu trabalho de denúncia. “A tortura permanece nas prisões”, conclui a mãe.

(Fonte: Veja, 17 de abril de 2002 – ANO 35 – Nº 15 – Edição 1747 – DATAS – Pág: 95)

(Fonte: http://politica.estadao.com.br/noticias/geral – GERAL – POLÍTICA/ Agencia Estado, 07 Abril 2002)

(Fonte: http://www.terra.com.br/istoegente/36/reportagens – REPORTAGEM – HISTÓRIA/ Por Luís Edmundo Araújo)

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