Glauber Rocha, cineasta baiano, um dos ícones do Cinema Novo

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O CINEMA BRASILEIRO PERDE UM GÊNIO

 

Glauber de Andrade Rocha (Vitória da Conquista, 14 de março de 1939 — Rio de Janeiro, 22 de agosto de 1981), cineasta baiano, um dos ícones do Cinema Novo. É o criador da estética que lançou o Brasil no circuito dos grandes produtores mundiais – tanto em vida quanto após a sua morte.

 

Glauber e a sua obra foram sempre elogiados. O seu primeiro longa-metragem foi Barravento. A partir daí, Glauber fez Deus e o Diabo na Terra do Sol, premiado em 1964 no Festival de Cinema Livre de Porreta, na Itália.

 

Terra em transe recebeu em 1967, na França, o prêmio Luís Buñuel do Festival de Cannes. Dois anos mais tarde, o Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro também foi premiado.
Morreu de choque bacteriano, no Rio de Janeiro, em 22 de agosto, aos 48 anos.

(Fonte: IstoÉ/1931 – 25/10/2006, Edição Especial 30 anos – 1981 – Memória – Editora Três – Pág; 87)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cineasta criou o Cinema Novo

O cineasta baiano Glauber Rocha (1939-1981) iniciou sua carreira de diretor em 1959, com o curta “O Pátio”. Antes, porém, já havia escrito ensaios sobre cinema para o “Jornal da Bahia”.

Natural de Vitória da Conquista, Glauber transferiu-se para Salvador aos nove anos de idade. Ainda adolescente, desenvolve uma carreira de poeta e ator.

Neste período, conhece o também cineasta Luiz Paulino dos Santos, com quem colabora no curta “Um Dia na Rampa”. Os dois ainda trabalham juntos nos filmes “O Pátio” e “Cruz na Praça” (ambos de Glauber).

“Barravento”, de 1962, começou sob direção de Santos, mas passou para as mãos do produtor Glauber Rocha logo no início das filmagens. É um período de florescimento cultural da Bahia e o início do Cinema Novo no Estado.

Glauber é o líder deste movimento, que pregava um cinema autenticamente nacional, de autor e com temática social e de vanguarda. No Rio de Janeiro, o movimento é encabeçado por Nelson Pereira dos Santos e Joaquim Pedro de Andrade, e em São Paulo, por Roberto Santos.

Seus filmes de maior repercussão são “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964), “Terra em Transe” (1967) e “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro” (1969). Em 1980, dirige “Terra em Transe”, seu último filme.

Em agosto de 1981, é internado em Lisboa com problemas broncopulmonares. Já em coma, é transferido para o Rio de Janeiro, onde morre, no mesmo mês.

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1995/8/22/ilustrada – FOLHA DE S.PAULO / ILUSTRADA / DA REDAÇÃO – São Paulo, 22 de agosto de 1995)

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Diretor revoluciona produção portuguesa

 

Com o filme “As Armas e o Povo”, Glauber Rocha ajudou a mudar a forma como se fazia cinema em Portugal. “Ele teve muita influência em termos de enquadramento e na forma de filmar os acontecimentos. Foi fundamental para o desenvolvimento da técnica de filmagem”, conta o diretor português Manoel da Costa e Silva, que participou no filme.

 

O longa foi o resultado da ocupação do sindicato que existia antes da revolução. “Nós assaltamos o sindicato e tomamos conta do equipamento. Decidimos que íamos filmar o primeiro de maio, que para nós era completamente desconhecido”, lembra Fernando Matos Silva, que montou o filme.

 

O filme surgiu de uma reunião do Sindicato dos Trabalhadores da Atividade Cinematográfica. Os diretores se dividiram em equipes e foram para a rua filmar.

 

“Glauber escolheu o Rossio e os bairros degradados da periferia de Lisboa”, conta Fernando. Segundo Fernando, a grande contribuição de Glauber para o filme foi a realização de entrevistas: “Ele assumiu as entrevistas como uma forma direta de intervir, enquanto nós fazíamos imagens de grandes planos.”

 

Mesmo com o material filmado antes do primeiro de maio de 74, “As Armas e o Povo” só ficou pronto em 1975. “O filme demorou para ser montado porque dependia do tempo que nós tínhamos”, diz Fernando.

 

As primeiras imagens do filme foram feitas por Fernando na própria manhã do 25 de abril. “Eu estava ligado ao movimento e saí às 6h30 da manhã para filmar. Uma das coisas curiosas que fiz foi mandar os operários para casa, explicando que tinha acontecido uma revolução e eles não precisavam ir para o trabalho.”

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1995/8/22/ilustrada – FOLHA DE S.PAULO / ILUSTRADA / DE LISBOA – São Paulo, 22 de agosto de 1995)

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