Gladys Marín, dirigiu o Partido Comunista do Chile na resistência clandestina e, que em 1998 apresentou a primeira queixa-crime no Chile contra a ditadura de Augusto Pinochet

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Gladys Marín, histórica dirigente dos comunistas chilenos

Gladys Marín, histórica dirigente dos comunistas chilenos (Foto: el-siglo2.blogspot.com/Divulgação)

Gladys Marín, histórica dirigente dos comunistas chilenos
(Foto: el-siglo2.blogspot.com/Divulgação)

 

Gladys Marín (Curepto, Chile, 16 de julho de 1941 – Santiago, 6 de março de 2005), histórica líder do Partido Comunista chileno que dirigiu o Partido Comunista do Chile na resistência clandestina e, que em 1998 apresentou a primeira queixa-crime no Chile contra a ditadura de Augusto Pinochet

Professora primária, Gladys del Carmen Marín Millie foi membro da Juventude Católica antes de entrar nas Juventudes Comunistas, mas por toda a vida foi devota da Virgem de Andacollo.

No Partido Comunista se destacou por suas qualidades de líder e foi escolhida duas vezes deputada, até 11 de setembro de 1973, quando o partido foi proscrito pelo regime militar chileno.

Ícone chileno – Instalada a ditadura de Pinochet (1973-1990), Gladys Marín partiu para o exílio em Moscou e deixou no Chile seus dois filhos e marido, o engenheiro Jorge Muñoz, que três anos depois seria preso e até hoje continua desaparecido.

Ao voltar ao país de forma clandestina, em 1978, Marín se somou à resistência contra o regime militar, participou da organização dos grandes protestos realizados em 1983 e da restauração da democracia, sete anos mais tarde. Trabalhou pela reorganização do seu partido, afetado pela repressão interna, pela desaparição da União Soviética e do Muro de Berlim.

Candidata à presidência do Chile em 1993 e 1999, obteve menos de 5% dos votos, mas manteve sua gana de lutar e em janeiro de 1998 travou a primeira batalha judicial contra Pinochet, que ainda mantinha seu cargo de comandante-em-chefe do Exército.

Seu marido, Jorge Muñoz, também dirigente do partido, foi sequestrado e desapareceu junto a uma dezena de membros da direção clandestina do PC, numa operação realizada por organismos de segurança da ditadura, em maio de 1976.

Em 1999 foi candidata à presidência do Chile pela Esquerda Extraparlamentária (sem representação no Congresso) e obteve 3,57% dos votos.

Antes, em 1997, foi candidata ao Senado pelo Santiago Poente, eleição na qual obteve 174.780 votos.

Em 25 de setembro de 2003 foi diagnosticado que tinha uma agressiva forma de câncer, que a levou à Suécia, onde foi operada em 8 de outubro seguinte.

Naquele mesmo mês viajou para Cuba para um tratamento de reabilitação e, embora em março de 2004 tenha regressado ao Chile, onde foi recebida por uma multidão, em setembro do ano passado teve de regressar a Havana, onde foi operada novamente.

Em dezembro de 2004, quando os médicos determinaram que a doença tinha entrado em fase terminal, decidiu regressar definitivamente ao Chile.

Desde então, permaneceu em sua casa, em Santiago.

A figura de Gladys Marín ultrapassou o âmbito político e no Chile era admirada principalmente pela força com a qual defendia suas ideias. No âmbito ideológico era considerada uma marxista ortodoxa, refratária às mudanças e reservada quanto a se adaptar às novas condições políticas existentes no Chile e no mundo.

Durante a ditadura chilena (1973-1990), liderou a resistência mais forte contra Pinochet e seu regime, que incluiu o apoio do PC à luta armada, através da criação da Frente Patriótica Manuel Rodríguez (FPMR).

Gladys Marín morreu em 6 de março de 2005, vítima de um câncer cerebral que a afetava há um ano e meio.

A morte da dirigente, de 63 anos, aconteceu às 01:00 horas (01:00 de Brasília) de hoje, em sua casa de Santiago, informou um comunicado do Partido Comunista difundido por Guillermo Teillier, secretário-geral da formação.

De acordo com Teillier, os restos mortais de Gladys Marín, foram velados na sede do antigo Congresso Nacional, no centro de Santiago.

O funeral aconteceu dia 8 de março, no Dia Internacional da Mulher, disse Teillier.

No momento de morrer, Marin estava acompanhada por seus filhos, Álvaro e Rodrigo, alguns outros familiares, amigos próximos e membros do partido, do qual era a atual presidente.

O presidente socialista Ricardo Lagos decretou dois dias de luto nacional e liderou uma cerimônia na sede do governo para lembrar no Dia Internacional da Mulher a figura da ex-mestre. A ministra do Serviço Nacional da Mulher, Cecilia Pérez, pediu aos presentes um minuto de silêncio e lembrou que Gladys Marin, “assim como muitas mulheres de sua geração, viveu grande parte de sua vida com o vazio permanente que nasce da violência”.

(Fonte: http://www.dgabc.com.br/Noticia – DIÁRIO DO GRANDE ABC – INTERNACIONAL – Da AFP – 8 de março de 2005)

(Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2005/03/06 – ÚLTIMAS NOTÍCIAS – Santiago do Chile (EFE) – 06/03/2005)

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