Gillo Pontecorvo, diretor de clássicos do cinema político como Queimada e A Batalha de Argel.

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DIRETOR DE CINEMA ITALIANO

Auge de sua carreira foi com “A Batalha de Argel”, obra que lhe rendeu o Leão de Ouro do Festival de Veneza

Gillo Pontecorvo (Pisa, em 19 de novembro de 1919 – Roma, 12 de outubro de 2006), mestre do cinema italiano, diretor de clássicos do cinema político como “Queimada” e “A Batalha de Argel”.

O diretor de cinema italiano foi ganhador do Leão de Ouro do Festival de Veneza com “A Batalha de Argel”, é considerado um dos mestres do cinema italiano que mais influenciou a sétima arte depois da Segunda Guerra Mundial.

Gillo nasceu em Pisa, em novembro de 1919, estudou química, mas acabou dedicando-se ao jornalismo. Provavelmente dessa experiência vem o caráter documental de suas obras. Ele ganhou o Leão de Ouro do Festival de Veneza com “A Batalha de Argel”.

Irmão mais novo do cientista Bruno Pontecorvo (1913-1993), Gillo se formou em química, mas escolheu o jornalismo tendo em vista o cinema, sua grande paixão.

“Paisa”, o filme de Roberto Rossellini, de 1946, o levou para trás das câmeras e foi seu passaporte para o mundo da sétima arte.

Correspondente em Paris, foi assistente de Yves Allegret e Joris Ivens e, de volta à Itália, trabalhou para Mario Monicelli.

No início da década de 50, Pontecorvo já tinha realizado alguns curtas. Em 1956, filma “Giovann”, um episódio da “Rosa dos Ventos”, com Yves Montand e Simone Signoret.

Seu primeiro grande filme foi “A grande rua Azul”, de 1957, baseado no livro “Squarcio”, de Francos Solinas (1927-1982).

Em 1960 dirige “Kapo”, ambientado em um campo de concentração nazista, com Susan Strasberg, Emmanuelle Riva e Laurent Twerzieff (1935-2010).

Apesar da filmografia relativamente pequena, Gillo Pontecorvo era considerado um dos cineastas mais importantes do pós-guerra italiano. Imprimiu a seu trabalho um sentido político bastante marcado por sua proximidade com o Partido Comunista Italiano, ao qual se filiou em 1940, tendo participado da luta antifascista entre os anos 1943 e 1945. Com o fim da guerra, orientou-se em direção ao cinema.

As duas obras que o colocam em qualquer antologia de obras-primas cinematográficas são “A Batalha de Argel” (1966) e “Queimada” (1971). Na verdade, são duas variantes sobre o mesmo tema: o colonialismo e a luta pela emancipação dos povos dominados.

“A Batalha de Argel” é quase um documentário, até mesmo na maneira como foi concebida. O guerrilheiro argelino Saadi Yacef, um dos dirigentes da Frente de Libertação Nacional da Argélia, foi preso durante a repressão francesa e condenado à morte. Com a pena comutada por De Gaulle, cumpriu sentença e foi solto. Na cadeia, escreveu o roteiro de um filme e, depois de libertado, levou-o a Pontecorvo.

O italiano leu, disse que a ideia era ótima, mas o texto não prestava. Precisavam de um roteirista profissional, e assim foi feito. Yacef tornou-se consultor do filme e indicou pessoas que haviam participado da luta para trabalhar como atores. Isso deu ao filme uma autenticidade rara. Com esse trabalho, Pontecorvo ganhou o Leão de Ouro do Festival de Veneza de 1966.

Em 1969, filmou “Queimada”, com Marlon Brando, novamente sobre a questão do colonialismo.

“Queimada”, com Marlon Brando no papel principal, é uma espécie de manual sobre o modo de funcionamento do colonialismo. Numa ilha fictícia, dá uma demonstração brilhante de como as potências coloniais, de qualquer período histórico, agem para manter sob seu domínio os povos colonizados.

“Queimada” de vez em quando passa na TV por assinatura. “A Batalha de Argel” foi lançado em DVD pela Video Filmes, uma edição repleta de extras, inclusive uma entrevista com o ex- guerrilheiro Saadi Yacef.

Em 1979, dirigiu o filme “Ogro” sobre o atentado cometido pelo ETA e que em 1973 causou a morte do almirante Luis Carrero Blanco, então presidente do Governo da ditadura franquista, em Madri.

Em 1992, realizou um documentário para a televisão pública italiana “RAI” chamado “Retorno à Argélia”.

De 1992 a 1996, Pontecorvo foi diretor do Festival de Cinema de Veneza.

Gillo Pontecorvo faleceu em 12 de outubro de 2006, no hospital Policlínico Agostino Gemelli de Roma, aos 86 anos.

(Fonte: http://www.estadao.com.br/arquivo/arteelazer/2006 – ARTE E LAZER – CADERNO 2 – CINEMA – 13 de Outubro de 2006)

(Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/PopArte – NOTÍCIAS – POP & ARTE – Roma (EFE).- 13 out 2006)

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