German Lorca, um dos grandes nomes da fotografia brasileira, com obras nos acervos do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), do Masp e da Pinacoteca

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Fotógrafo foi o último integrante do Foto Cine Clube Bandeirante, grupo de fotógrafos que atualizou a linguagem visual no país na década de 40

 

Fotógrafo integrou, na década de 40, associação de fotógrafos que introduziram novas tendências na fotografia.

 

German Lorca (São Paulo, 1922 – 8 de maio de 2021), um dos grandes nomes da fotografia brasileira, com obras nos acervos do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), do Masp e da Pinacoteca, reconhecido como um fotógrafo da escola modernista, na verdade, sempre foi pop. Ao seu olhar atento ao cotidiano e àquilo que o cercava, nada escapava. Ele foi o fotógrafo do flagrante, do acaso, da encenação e da produção publicitária.

 

Formado em ciências contábeis, Lorca se associou ao Foto Cine Clube Bandeirantes (FCCB), em 1949. O FCCB era associação de fotógrafos que introduzem novas tendências na fotografia, da qual também participaram José Yalenti (1895-1967), Thomaz Farkas (1924-2011) e Geraldo de Barros (1923-1998).

Entre suas imagens mais conhecidas estão Malandragem, em 1949, À Procura de Emprego, em 1951, e Apartamentos, em 1952.

Lorca sempre registrava paisagens da cidade de São Paulo, em especial os locais da região central, como a praça da Sé, no Centro, e abriu seu estúdio em 1952.

Com uma trajetória fotográfica enigmática, Lorca iniciou sua carreira fotográfica no fim dos anos 1940, no Foto Cine Clube Bandeirante, que ficou conhecido por trazer a modernidade para a fotografia brasileira, que até a metade dos anos 1940 permanecia presa ao pictorialismo europeu – uma fotografia ainda com forte referência a um academicismo pictórico.

 

Ele foi integrante do Foto Cine Clube Bandeirantes, mítico grupo dedicado a essa linguagem, o qual se reunia na rua São Bento, na sobreloja da antiga Fotoptica. Junto com seus companheiros de lá, Thomaz Farkas (1924-2011) e Geraldo de Barros (1923-1998), Lorca comandou uma revolução na fotografia.

 

Dentre suas fotos mais famosas, estão Oca (1954), na qual é possível ver um de seus filhos, Frederico, com três anos.

 

Acompanhou o crescimento de São Paulo, cidade onde nasceu e que sempre adorou. Andou pelas suas ruas com seu olhar astuto, registrou suas cenas, seus personagens e também suas sombras.

 

Foi no Foto Cine Clube Bandeirante que nomes como Thomaz Farkas, Marcel Giro e Geraldo de Barros iniciaram o experimentalismo, quebrando fronteiras e criando imagens que brincavam o tempo todo com as vanguardas europeias, com o surrealismo, com as técnicas fotográficas.

 

Não foi diferente com German Lorca, que traz para a sua fotografia a contraluz, a cidade, a geometria. Em suas imagens, ele brincava com a metáfora, com as solarizações, com espelhos e com reflexos.

 

Mas, para além da rua e de suas luzes, foi na publicidade que Lorca também se tornou um experimentador. Brincava com a imagem. Criava uma dúvida, em uma época em que ninguém falava em pós-produção. Mesmo assim, ele conseguia desconcertar o olhar do espectador. Brincadeiras estéticas, jogos de olhares, alusões e citações.

 

Criava e se divertia. Aliás, foi sempre essa sua maior característica: o riso largo e o passo apertado, como se tivesse medo de perder algo que precisava ser registrado.

 

Sua última exposição ocorreu em 2018 no Itaú Cultural, em São Paulo, com curadoria do Rubens Fernandes Junior e do José Henrique Lorca, filho do German. Foram selecionadas para a mostra 150 imagens, que tentaram dar conta da vivência imagética do fotógrafo. Um trabalho difícil, em razão da miríade de suas possibilidade criativas.

 

Interesse múltiplo. Se falamos da cidade, das ruas, da publicidade, também não podemos esquecer os seus retratos, seus autorretratos, além de sua expressão artística. Difícil segmentá-lo, difícil defini-lo.

 

Para Lorca tudo o que se apresentava frente ao seu olhar merecia ser fotografado, merecia ser registrado. Quase um século de fotografia que nos narram sua grande vivência como um cronista dos costumes e dos comportamentos.

 

Por ironia do destino, German Lorca se foi no dia em que o MoMa de Nova York, cidade que ele fotografou nos anos 1960 e 1980, abriu a mostra Brazilian Modernist Photography and the Foto-Cine Clube Bandeirante 1946-1964, da qual ele é um dos autores. Sua vida e seu olhar permanecem presentes nas suas fotografias.
Em 2018, em comemoração aos seus setenta anos de carreira, foi realizada uma exposição retrospectiva no Itaú Cultural, com curadoria de Rubens Fernandes Júnior. Foram exibidas fotos, câmeras antigas e até um documentário inédito.
Em sua última entrevista à VEJA SÃO PAULO, em 2019, com seu bom humor característico, fez uma reclamação: “Me proibiram neste ano de dirigirem estrada e avenidas. É perigoso, mas também acham que estou com algum problema. Minha carteira de motorista ainda está valendo e em ruas calmas, pelo bairro, eu posso.” 

German Lorca faleceu em 8 de maio de 2021, às vésperas de completar 99 anos, ainda cheio de planos.

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – NOTÍCIAS / BRASIL / por Simonetta Persichetti / fornecido por Microsoft News – 08/05/2021)

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – NOTÍCIAS / BRASIL / por Tatiane de Assis / Veja São Paulo / fornecido por Microsoft News 

– 08/05/2021)

(Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/05/08 – SÃO PAULO / NOTÍCIA / Por G1 SP – 

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