Georges Bernanos, escritor francês cujo pensamento foi influenciado pela sua residência no Brasil

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George Bernanos (Paris, 20 de fevereiro de 1888 – Neuilly-sur-Seine, 5 de julho de 1948), escritor e jornalista francês, cujo pensamento foi tão influenciado pela sua residência no Brasil, de 1938 a 1945. No livro Bernanos no Brasil (uma reunião de cartas, recordações pessoais, anedotas e depoimentos colhidos junto a migos e admiradores do escritor), a qual o livro inclui textos de escritores brasileiros sobre Bernanos, publicados em jornais e revistas.
(Fonte: Veja, 25 de dezembro de 1968 -– Edição 16 -– Literatura -– Pág; 61)

 

 

George Bernanos, escritor francês católico. Autor do romance Sob o Sol de Satã, viveu sete anos – de 1938 a 1945 -, no Brasil, influenciando e tornando-se amigo de vários escritores, como Jorge de Lima, que em 1947 fez a primeira tradução de Sob o Sol de Satã para o português, e Alceu de Amoroso Lima.

Sob o Sol de Satã começa com um extenso prólogo, no qual a adolescente Mouchette é vítima da tragédia sobrenatural da possessão. Ela mata seu amante e dá à luz uma criança natimorta. Começa, então, o romance propriamente dito. Entra em cena o abade Donissan, jovem vigário do interior, que, apesar de tropeçar nas palavras dos sermões, abre mão da própria salvação para enfrentar o demônio e não poupa sacrifícios para tentar libertar a jovem.

O drama do abade Donissan deixa explícita a reprovação de Bernanos quanto à negação da existência do demônio, o que para ele equivaleria à desfiguração da vida anterior e a uma maior possibilidade de ação do mal na alma humana. ESte tema aparece também em outros livros do autor, inclusive em Diário de um Pároco de Aldeia, de 1936, que a crítica francesa aclama como sua melhor obra.

Bernanos teve também grande atuação política e escreveu panfletos contundentes contra a aliança da IV República francesa com Hitler. Em Sob o Sol de Satã, romance que prende pela tensão, destaca-se o católico combativo.

 

(Fonte: Veja, 17 de fevereiro de 1988 – Edição 1015 – LIVROS/ Por ANA MARIA CICCACIO – Pág: 71)

 

 

 

 

Georges Bernanos
Georges Bernanos (Paris, 20 de fevereiro de 1888 — Neuilly-sur-Seine, 5 de julho de 1948) foi um escritor e jornalista francês. Bernanos participou intensamente da vida política de seu país: foi soldado de trincheira na Primeira Guerra Mundial e repórter na Guerra Civil Espanhola. Em 1917, casou-se com Jeanne Talbert d”Arc, descendente em linha direta de um irmão de Joana d”Arc. Georges e Jeanne tiveram seis filhos entre 1918 e 1933: Chantal, Yves, Claude, Michel, Dominique, Jean-Loup. Passou a infância em Fressin (Pas de Calais).

Chegou ao Brasil aos cinqüenta anos de idade acompanhado da mulher, seis filhos e de um sobrinho. Primeiro foi para Itaipava, no estado do Rio de Janeiro, depois residiu em Juiz de Fora, Vassouras e Pirapora onde escreveu Les enfants humiliés e tentou a criação de gado. Numa série de artigos posicionou-se contra o armistício franco-germânico. Durante a Segunda Guerra Mundial permaneceu no Brasil, residindo entre 1938 e 1945 em Barbacena, Minas Gerais, numa casa situada no bairro Cruz das Almas que lhe foi oferecida por amigos. Nesta casa escreveu Lettre aux Anglais, Le Chemin de la Croix-des-Ames e La France contre les Robots. Esta casa hoje se transformou no “Museu George Bernanos”. Ali veio a terminar a sua obra Monsieur Ouine, que publicou na França, por ocasião do seu regresso em 1946.
(Fonte: http://www.erealizacoes.com.br/autores/autores)

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