Foi o primeiro estúdio de cinema de São Paulo

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Foi o primeiro estúdio de cinema de São Paulo

Zona Norte de São Paulo teve o primeiro estúdio de cinema da capital

 

Companhia de Cinema Maristela ficava no Jaçanã e fez grandes filmes.

 

 

Adoniran Barbosa atuando em A Pensão da D.Stela no estúdio Maristela (Foto: Reprodução Maristela Filmes)

Adoniran Barbosa atuando em A Pensão da D.Stela no estúdio Maristela (Foto: Reprodução Maristela Filmes)

 

O bairro do Jaçanã, localizado no extremo da Zona Norte de São Paulo, ficou conhecido após ser eternizado pela música “Trem das Onze”, de Adoniran Barbosa. Além de ser passagem do Trem da Cantareira (que ligava o Centro da cidade ao reservatório de água Cantareira), o Jaçanã também foi ponto de encontro de artistas renomados que frequentavam o primeiro estúdio de cinema de São Paulo que fora instalado ali.

 

 

Batizado de Companhia Cinematográfica Maristela, o estúdio de cinema nasceu em 1949 após o sonho de Mário Audrá Junior, o Marinho, filho de uma rica família paulistana, do ramo da indústria têxtil, em se tornar um produtor de cinema.

 

 

Estúdios da Companhia Cinematográfica Maristela no Jaçanã, em SP (Foto: Reprodução Maristela Filmes)

Estúdios da Companhia Cinematográfica Maristela no Jaçanã, em SP (Foto: Reprodução Maristela Filmes)

 

Considerada a prima pobre da Companhia Vera Cruz por trabalhar com orçamento menor, a Maristela recebeu nomes de peso como Procópio Ferreira, Tonia Carrero, Odete Lara e até Adoniran Barbosa.

“A Maristela tinha alojamentos e quando iam fazer noturnas [gravações à noite], as pessoas dormiam lá. Meu pai foi conversar com o governador Adhemar de Barros e pediu para prolongar o horário do funcionamento do trem até as 23h. Daí surgiu a música Trem das Onze de Adoniran Barbosa. Apesar do trem funcionar até mais tarde ninguém ia embora, ficavam ali na boemia”, contou Marco Audrá, filho de Mário Audrá Junior, criador da companhia.

 

Bastidores da Companhia Cinematográfica Maristela, no Jaçanã (Foto: Reprodução Maristela Filmes)

Bastidores da Companhia Cinematográfica Maristela, no Jaçanã (Foto: Reprodução Maristela Filmes)

 

Quem passa hoje pela área de 18 mil metros quadrados, que abriga a atual Rua Francisco Rodrigues, não imagina que foi um dos primeiros pontos culturais da cidade. Um muro de tijolos de um imóvel é o pouco que restou dos antigos estúdios. Um galpão na esquina com a Avenida Mendes da Rocha era um dos estúdios usados durante as gravações.

“Nunca ouvi dizer que aqui havia um estúdio de cinema. Infelizmente a história não é preservado no Brasil”, disse o aposentado Carlos Eduardo Santos, morador da região. Segundo Marco Audrá, naquela época o assédio aos artistas era pequeno, mas a porta do estúdio vivia cheia de gente. “Era tudo muito novo e as pessoas do bairro ficavam na porta tentando um bico nas produções como figurantes”, afirmou.

 

Bastidores da Companhia Cinematográfica Maristela, no Jaçanã (Foto: Reprodução Maristela Filmes)

Bastidores da Companhia Cinematográfica Maristela, no Jaçanã (Foto: Reprodução Maristela Filmes)

 

Entre os filmes produzidos pela Companhia, estão Presença de Anita (que deu origem à série homônima da Rede Globo), Meu Destino é Pecar (primeira adaptação de Nelson Rodrigues para o cinema), O Comprador de Fazendas, Mãos Sangrentas e a chanchada Pensão de Dona Stela, onde Adoniran Barbosa está presente com suas composições e também como ator.

Com filmes de baixo custo, a Companhia Maristela não investia em grandes produções. “A ideia era fazer dois ou três filmes por ano e alugar os estúdios para outras produtoras”, disse Audrá. Segundo a família detentora da Maristela, o fundador da Rede Globo, Roberto Marinho, chegou a se interessar pelos estúdios para instalar a futura TV Globo, mas a proposta de compra foi recusada pelo proprietário.

 

Filme Mãos Sangrentas com Tonia Carrero e Arturo Cordova no estúdio (Foto: Reprodução Maristela Filmes)

Filme Mãos Sangrentas com Tonia Carrero e Arturo Cordova no estúdio (Foto: Reprodução Maristela Filmes)

(Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/01 – SP, 462 anos: Zona Norte teve o primeiro estúdio de cinema da capital/ Por Cíntia Acayaba, Isabela Leite e Tatiana Santiago Do G1 São Paulo – 25/01/2016)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jaçanã reúne memórias do famoso ‘Trem das Onze’ e do 1º estúdio de cinema de SP

Bairro do extremo da Zona Norte de SP abriga museu com referências a Adoniran Barbosa e à estação do Trem da Cantareira.

 

Estúdio de Cinema

 

O Jaçanã foi ponto de encontro de artistas renomados que frequentavam o primeiro estúdio de cinema de São Paulo que fora instalado ali e fortaleceu a cultural na região. Batizado de Companhia Cinematográfica Maristela, o estúdio de cinema nasceu em 1949 após o sonho de Mário Audrá Junior, o Marinho, filho de uma rica família paulistana, do ramo da indústria têxtil, em se tornar um produtor de cinema.

“A Maristela tinha alojamentos e quando iam fazer noturnas [gravações à noite], as pessoas dormiam lá. Meu pai foi conversar com o governador Adhemar de Barros e pediu para prolongar o horário do funcionamento do trem até as 23h. Daí surgiu a música Trem das Onze de Adoniran Barbosa. Apesar do trem funcionar até mais tarde ninguém ia embora, ficavam ali na boemia”, contou Marco Audrá, filho de Mário Audrá Junior, criador da companhia.

Quem passa hoje pela área de 18 mil metros quadrados, que abriga a atual Rua Francisco Rodrigues, não imagina que foi um dos primeiros pontos culturais da cidade. Um muro de tijolos de um imóvel é o pouco que restou dos antigos estúdios. Um galpão na esquina com a Avenida Mendes da Rocha era um dos estúdios usados durante as gravações. Outro ponto, entre a Rua Doutor Nicolino Morena e a Rua Rodrigues Alves virou um conjunto residencial, o que era um investimento inovador para a época.

Entre os filmes produzidos pela Companhia, estão Presença de Anita (que deu origem à série homônima da Rede Globo), Meu Destino é Pecar (primeira adaptação de Nelson Rodrigues para o cinema), O Comprador de Fazendas, Mãos Sangrentas e a chanchada Pensão de Dona Stela, onde Adoniran Barbosa está presente com suas composições e também como ator.

O filme “O Comprador de Fazendas” foi filmado no Jaçanã e também utilizou como cenário a estação de trem.

Com filmes de baixo custo, a Companhia Maristela não investia em grandes produções. “A ideia era fazer dois ou três filmes por ano e alugar os estúdios para outras produtoras”, disse Audrá.

(Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/01/22 – SÃO PAULO / Por Tatiana Santiago, G1 SP — São Paulo  22/01/2019)
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