Foi o pioneiro da Igreja Evangélica no Brasil

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Wilhelm Rotermund, um defensor histórico da educação e religião de imigrantes alemães no RS

Formado em Teologia e doutor em Filosofia, ele também atuou como jornalista e foi um dos fundadores do Sínodo Rio-Grandense

 

Wilhelm Rotermund junto de sua esposa, Marie
Reprodução / Livro Wilhelm Rotermund, Seu Tempo – Suas Obras

 

“Karl von Koseritz, Wilhelm Rotermund e Theodor Amstad podem se considerados as três primeiras lideranças mais marcantes da população de alemães e de descendentes que ajudaram a construir o Rio Grande do Sul a partir de 1824, quando chegaram os primeiros imigrantes.”

 

Rotermund, esse alemão que chegou ao Brasil em dezembro de 1874, já casado com Marie Brabandt.

 

Formado em Teologia e doutor em Filosofia por universidades alemãs, Rotermund era pastor luterano, professor e jornalista. Foi um defensor incansável da liberdade de religião e dos interesses da população evangélica de origem alemã em nosso Estado perante as autoridades e a sociedade em geral. Ele e a esposa chegaram a São Leopoldo num período conturbado, poucas semanas após o desfecho do conflito que levou ao extermínio da comunidade religiosa e messiânica dos Muckers, chefiada por Jacobina e João Maurer e derrotada depois de diversos confrontos com militares e colonos contrários aos revoltosos.

O casal Wilhelm e Marie chegou, portanto, sob mau tempo, já que os habitantes da região haviam estado profundamente envolvidos na questão, tanto de um lado como de outro.

Um dos principais papéis desempenhados por Wilhelm foi o de educador. Introduziu em sua comunidade uma espécie de ensino obrigatório e apostou forte na formação escolar.  Em 1877, coordenou e  editou, por meio da gráfica que dirigia, uma cartilha para auxiliar professores e alunos. Muitos outros livros didáticos também foram por ele produzidos, para estimular os estudantes descendentes de imigrantes alemães no Brasil.

Em 1878, editou uma cartilha que buscava melhorar a pronúncia do português nas escolas da imigração. Publicou, ainda, em 1879, A Orthoepia da Língua Portugueza, com exercícios para as escolas alemãs no Brasil.

Como jornalista, foi redator, de 1875 a 1878, do jornal Der Bote, de São Leopoldo, tendo, em 1878, adquirido o parque gráfico do jornal. Depois, foi fundador e editor do jornal Deutsche Post, que circulou de 1880 a 1928. Também é o fundador da firma W. Rotermund, existente até hoje, uma das maiores gráficas particulares do país. Em 1886, foi um dos fundadores do Sínodo Rio-Grandense, que reunia diversas comunidades luteranas do Rio Grande do Sul, o qual presidiu por vários anos.

Wilhelm e sua esposa vieram para ficar pouco tempo em nosso país e aqui chegaram também por motivos de saúde, na esperança de plena recuperação de uma tuberculose adquirida por ele ainda na Europa. Ele só voltou ao país de origem, no entanto, por duas vezes, em visita. Wilhelm Rotermund fez questão de ser brasileiro, naturalizando-se em 1887.

Em 5 de abril, portanto, completa-se 96 anos de seu falecimento. Marie morreu sete semanas mais tarde. Eles tiveram 10 filhos. As cinzas do casal foram colocadas na parede leste (junto ao altar) da Igreja de Cristo, em São Leopoldo, no dia 15 de novembro de 2015, como forma de homenagear o idealizador daquele templo  inaugurado em 15 de novembro de 1911.

Heinrich Wilhelm Hunsche, nasceu em 1839 e faleceu em 1934 na idade de 95 anos em São Sebastião do Caí, dez anos depois de sua esposa. Foi o pioneiro da Igreja Evangélica no Brasil. Em outubro de 1867, ele e outras pessoas a bordo do navio “Eitea” saíram de Hamburgo, Alemanha, rumo ao Brasil. Levaram 90 dias para chegar ao porto de Rio Grande, RS, numa viagem bastante desconfortável. Avistaram a costa do Brasil em 19 de janeiro de 1868. No outro dia, o navio naufragou, pois o capitão e toda a sua tripulação estavam bêbados e sinalizaram mal ao controle do farol. Todos foram salvos com as roupas do corpo. Dias depois ele e os que o acompanhavam viajaram para Porto Alegre. Depois pelo rio dos Sinos chegaram a São Leopoldo. Ele assumiu a comunidade de Linha Nova, Feliz, RS. Em 14 de fevereiro de 1871 casou com Emma Sophie Schüle, cunhada do Pastor Johannes Stanger. Ele veio ao Brasil porque o Dr. Hermann Borchard chamou na Alemanha a atenção sobre “os correligionários evangélicos esquecidos no Brasil”, motivando a sua entrada no Brasil, como de outros pregadores.

 

Foi co-fundador do 1º Sínodo do Dr. Hermann Borchard (1868) e do 2º do Dr. Wilhelm Rotermund (1886). Em agosto de 1892, ele e o pastor Friedrich Carl Wegel adquiriram as oito colônias da Fazenda Barros Cassal, em Taquari, RS, para ali serem construídas as instalações dos Asilo Pella e Bethânia. Morou na casa do comerciante Heinrich Ritter, com pensão livre, em Linha Nova, desde a sua chegada até o dia de seu casamento. Redigiu as suas memórias em 1921. Um de seus descendentes escreveu um livro sobre “ele e os começos da Igreja Evangélica no Sul do Brasil”. Este livro baseia-se em fontes primárias, principalmente no diário que o pároco de Linha Nova, RS, escreveu durante os 40 anos de sua atuação eclesiástica no Rio Grande do Sul (1868-1908). Faleceu em 1934 na idade de 95 anos em São Sebastião do Caí, dez anos depois de sua esposa.
(Colaboração de Marlise Kühl, Santa Cruz do Sul, RS).

Morreu, de câncer, em São Leopoldo, no dia 5 de abril de 1925.

(Fonte: Anuário Evangélico – 1996 – ANO 25º – Editora SINODAL – Publicado sob a direção de Heinz Ehlert / Redação de João Artur M. da Silva – Pág:79)

(Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/almanaque/noticia/2021/04 – CULTURA E LAZER / ALMANAQUE GAÚCHO / por RICARDO CHAVES – 05/04/2021)

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