Foi a primeira mulher a participar do processo constituinte no estado de Santa Catarina

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Antonieta de Barros, foi a primeira deputada negra.

Antonieta de Barros filha de Rodolfo e Catarina de Barros, nasceu em Florianópolis/SC em 11 de julho de 1901.De família humilde muito cedo se tornou órfã de pai.

Antonieta, filha de lavadeira, foi alfabetizada com cinco anos e, ao sete foi matriculada na Escola Lauro Muller para cursar o primário. Ingressou com 17 anos no curso normal com ajuda de um influente amigo da família. Sua vocação para o magistério mobilizou-a pela criação , em sua residência, de um curso para alfabetizar crianças carentes. Denominado “Curso Particular Antonieta de Barros” funcionou de 1922 à 1964 na rua Fernando Machado, número 32, no centro de Florianópolis.

No ano de 1933, com notável conhecimento da literatura e língua portuguesa, foi nomeada professora da Escola Complementar Lauro Muller. Em 1934 foi efetivada como professora da Escola Normal Catarinense. Lecionou no Colégio Coração de Jesus e no Instituto Estadual de Educação, este último dirigiu de 1944 à 1951 quando de sua aposentadoria.

Sua atuação como jornalista inicia-se em 1922 com a fundação do jornal “A Semana” . Escreveu para vários jornais e, no ano de 1937, com o pseudônimo de Maria da Ilha publicou “Farrapos de idéias” onde reúne suas crônicas.

Influente, e com idéias firmes em defesa do magistério e do direito à educação para os menos favorecidos, em 1934 apresenta seu nome para a Constituinte Estadual concorrendo pelo Partido Liberal. Foi a primeira mulher a participar do processo constituinte no estado de Santa Catarina e foi eleita deputada estadual com 35.484 votos. Atuou como parlamentar até o ano de 1937 quando o então presidente Vargas determinou o fechamento do Congresso Nacional e das Assembléias Legislativas.

Retornou à política em 1948, como 1a suplente convocada à Assembléia Legislativa, atuando pelo Partido Social Democrático. Defendeu os professores e a implantação de concursos públicos para a categoria; apresentou projetos para a escolha de diretores de escolas e que propõe bolsas escolares para os cursos superiores.

Antonieta de Barros faleceu no dia 18 de março de 1952, aos 51 anos. E assim como sua irmã, a professora Leonor de Barros, empresta seu nome para Escolas e logradouros públicos. Chama-se também Antonieta de Barros, o túnel de Florianópolis e a medalha concedida anualmente pela Assembléia Legislativa a mulheres com relevantes serviços prestados em defesa dos diretos da mulher catarinense.

“Toda ação requer instrumento. E o instrumento máximo da vida é a instrução… E só vive, no sentido humano da palavra, o que pensa. Os outros se movem, tão somente”.
(Antonieta de Barros-1933)

(Fonte: Revista História Viva – Ano III – N° 36 – Outubro de 2006 – Por Paula Pavon – Pág; 17)

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