Fernand Léger (Argentan, Orne, 4 de fevereiro de 1881 – Gif-sur-
Mundialmente reconhecido como um dos mestres do século XX, Fernand Léger foi um dos mais destacados cubistas e o primeiro a experimentar a abstração.
De origem modesta, de família de camponeses normandos, desde cedo interessou-se pelo desenho, o que o leva a Caen, capital da Alta Normandia, França, aos dezesseis anos, onde trabalhou como aprendiz de arquiteto. Em 1900, mudou-se para Paris,onde em um escritório de arquitetura e retoques fotográficos trabalhou como desenhista. Reprovado no exame de ingresso da Escola de Belas-Artes de Paris, estudou na Escola de Artes Decorativas e na Academia Julien; frequentando ainda vários ateliês, entrando em contato com a arte de Cézanne.
Aproxima-se dos cubistas em 1909, conhecendo os poetas Apollinaire, Max Jacob, Blaise Cendrars, os pintores Albert Gleizes, Robert Delaunay e, mais tarde, Georges Braque e Pablo Picasso. Em 1911, expôs no Salão dos Independentes e, no ano seguinte, participa da Section D’Or, e publica seu ensaio ‘Les origines de la peinture contemporaine’, na revista Der Sturm. Em contato com o Cubismo, Léger não aceitou sua representação exclusivamente conceitual, suas abstrações curvilíneas e tubulares contrastavam-se com as formas retilíneas preferidas por Picasso e Braque, e preconizavam uma aproximação às imagens orgânicas surrealistas.
Entre 1914-16, foi o primeiro a incorporar a atmosfera da sociedade urbana e industrial, a partir das máquinas da I Guerra, em que foi combatente.
Afasta-se da abstração e aproxima-se dos objetos e personagens do cotidiano da guerra e da civilização moderna. Recebeu Tarsilla do Amaral em seu ateliê entre 1923-1924, tendo sido marcante sua influência na formação da artista e do próprio Modernismo Brasileiro, na questão do progresso industrial. Sentindo necessidade de estabilidade, calma e pureza, pinta naturezas-mortas e murais abstratos (1924-26), sugerindo o espaço apenas pelo jogo da cor. Nos anos 30, aproximou-se dos círculos De Stijl. Fez também desenhos para vitrais, mosaicos e cerâmicas, cenários para o teatro e balé, e projetos de decoração, além de trabalhos para o cinema (entre eles, a direção do filme ‘Le ballet mécanique’, 1924).
Em decorrência da Segunda Guerra, refugia-se nos Estados Unidos, onde continua a dissociar a cor do desenho, procedimento que não abandonaria mais. Voltando à França em 1945, leva uma série de composições inspiradas na paisagem industrial americana. A partir de seu retorno, passa a desenvolver obras em séries, retratos, temas dos divertimentos populares: os ciclistas, reuniões no campo, palhaços e acrobatas, e ainda a sérei dos construtores, onde retrata a tensão da sociedade moderna, já na década de 1950.
(Fonte: Veja, 12 de janeiro de 2000 – ANO 33 – Nº 2 – Edição 1631 – ARTE/ Por Celso Masson – Pág: 142/143)
(Fonte: http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo1/construtivismo/cubismo)