Félix Luna, biografou presidentes como Julio Argentino Roca, em Soy Roca, e Hipólito Yrigoyen.

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Félix Luna marcou a historiografia argentina

Félix Luna (Buenos Aires, 30 de setembro de 1925 – Buenos Aires, 5 de novembro de 2009), historiador, escritor e jornalista argentino, diretor da revista especializada Todo Es Historia e escritor laureado em “Argentina: de Perón a Lanusse” na qual representou um atalho capaz de estimular a compreensão do que vem ocorrendo na Argentina. Embora aborde o período que vai de 1943 a 1973, nem por isso o livro é dispensável para o entendimento dos quase dois anos de retorno do peronismo ao poder, a partir de Héctor Cámpora.

Foi um fiel funcionário do governo de Arturo Frondizi (como cônsul na Suíça em 1958 e no Uruguai, de 1959 a 1961), Félix Luna conseguiu ater-se ao que considera, corretamente, um mérito – a honradez.

Além de ter-se notabilizado como um dos mais importantes historiadores da Argentina e pioneiro no modo de interpretação textual e historiográfica, ele registrou os meandros das gerações de argentinos. Historiador, advogado e professor. Era também compositor de folclore local. Escreveu com o músico Ariel Ramírez os versos das obras “Misa Criolla”, “Cantata Sudamericana y Mujeres Argentinas”, entre outras. Com mais de 25 livros publicados, a maioria best-sellers, apenas “Breve História dos Argentinos” foi publicado no Brasil, pela editora Quartet.

Em 1954, escreveu “Yrigoyen”, no qual conta como foi torturado em um destacamento policial durante o peronismo. No governo de Frondizi (1958-1982), Luna foi conselheiro das embaixadas argentinas na Suíça e no Uruguai, e chefe de Gabinete do Ministério de Relações Exteriores.

Autor de quase 30 livros, Luna tem entres suas obras de destaque Historia Integral de los Argentinos. Ele biografou presidentes como Julio Argentino Roca (1880-1886), em Soy Roca, e Hipólito Yrigoyen (1916-1922), em Yrigoyen, e escreveu sobre conflituosos períodos da história argentina, caso de De Perón a Lanusse.

Em plena ditadura militar de Juan Carlos Onganía, em 1967, o historiador fundou a revista “Todo Es Historia” (“Tudo É História”). “El 45” – que conta a mobilização que coroou como líder Juan Domingo Perón em 17 de outubro de 1945 – e “Soy Roca” – no qual utiliza recursos de ficção para relatar em primeira pessoa a vida do polêmico presidente Julio Argentino Roca– são suas obras mais conhecidas.

O historiador escreveu artigos em vários periódicos entre os anos de 1977 e 1982, período marcado pelos militares em solo argentino. Chegou a conduzir um programa de rádio a partir de 1983, com o retorno da democracia. No governo de Raúl Alfonsín, como secretário de Cultura de Buenos Aires, Luna popularizou a entrada dos concertos gratuitos ao ar livre. O historiador recebeu honrarias na Argentina e nos governos da França, Chile e Brasil, onde recebeu a Ordem do Cruzeiro do Sul.
Luna foi premiado pela Legislatura da Cidade de Buenos Aires no dia 3 de novembro de 2009.
Com uma prosa atraente, o argentino Félix Blas Luna deixou suas pegadas na história do seu país. Ele morreu dia 5 de novembro de 2009, aos 84 anos, em Buenos Aires, na Argentina.

(Fonte: http://folha-online.jusbrasil.com.br/noticias – da Livraria da Folha – 6 de Novembro de 2009)
(Fonte: Veja, 22 de janeiro de 1975 – Edição n° 333 – LITERATURA/ Por Wilson Palhares – Pág; 75)

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