Eusébio Leal Spengler, historiador cubano que dedicou sua vida ao resgate patrimonial de Havana

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Historiador cubano Eusebio Leal, responsável por restaurar centro antigo de Havana

 

Admirador e amigo pessoal de Fidel e de Raúl Castro, Leal fazia parte do seleto Comitê Central do Partido Comunista e foi deputado no Parlamento em várias legislaturas

Eusébio Leal Spengler (Havana em 11 de setembro de 1942 – 31 de julho de 2020), historiador cubano que dedicou sua vida ao resgate patrimonial de Havana.
Eusébio Leal Sprengler que aos 16 anos, começou a trabalhar no governo municipal onde obteve o sexto ano de escolaridade, mas que pelo seu interesse e dedicação se formou por si mesmo na história e património da sua cidade e, pelo seu valor, começou a colaborar com o “Historiador de la Ciudad” que face ao seu valor conseguiu que fosse admitido na Universidade de Havana onde se licenciou e doutorou em Ciências Históricas.
Sucedeu na tarefa de Historiador da Cidade e iniciou um processo de recuperação solidamente fundamentado que permitiu recolher apoios de instituições internacionais apostadas na proteção e desenvolvimento do patrimônio histórico e cultural, nomeadamente, o reconhecimento do Centro Histórico de Havana como Patrimônio da Humanidade pela Unesco(link is external) em 1982, e, com o beneplácito de Fidel que compreendeu a sua perspetiva, iniciou um compromisso com o capital permitindo parcerias que levaram à construção de hotéis, lojas de marcas conhecidas e sobretudo bares, restaurantes e outros serviços de consumo que foram gerando a renda necessária para um lento, mas sustentável projeto de preservação do patrimônio arquitetônico do núcleo antigo da cidade evitando, ou competindo, com a degradação pelo tempo e o descuido da insensibilidade política. É graças a ele que “La Habana” salvou da ruína muitos edifícios simbólicos do período colonial y manteve a dignidade e charme da sua ”Habana vieja”, mas também a manutenção e melhoria da vida social para os seus habitantes. Talvez pela dimensão e significado político, destaca-se ter conseguido os apoios de monta que permitiram a recuperação do Capitólio, o antigo parlamento de Cuba, que voltou a essa função.
Seguramente haverá críticas: recuperar edifícios significa desalojar pessoas, mas o seu problema principal foram as notícias de corrupção em empresas da “Oficina del Historiador”, escândalos que em Cuba, quando públicos, sempre são dirigidos. Não obstante ser membro do Comité Central do Partido Comunista desde 1991, o facto de surgir com uma visão progressista, de se ter destacado em algumas vezes como uma voz crítica dentro da nomenclatura e defender causas abomináveis para a ortodoxia, como a legalização do matrimônio homossexual, não podiam deixar de na primeira oportunidade, lhe cortarem as asas.
Não obstante não ter sido destituído, a sua atividade foi limitada e os militares tomaram o controlo de algumas das empresas, que passaram a integrar o complexo empresarial militar cubano. Figura admirada a nível internacional pela sua obra e pensamento, tornou-se uma das pessoas que, provavelmente, mais distinções recebeu em toda a história de Cuba, como a Gran Cruz de la Orden Civil de Alfonso X el Sabio (Espanha), a Ordem de Mayo (Argentina), a Ordem de Mérito (Alemanha), Ordem de Mérito la República Italiana(link is external)Ordem das Artes e Letras(link is external) (França(link is external)), Ordem de Mérito (ouro) da República Popular da Polônia, membro das academias mexicanas da Língua e História, das Artes e Ciencias (EUA) e do Smithonian Institute (EUA), entre outras.

 

Figura proeminente da cultura cubana, de origem humilde, nasceu em Havana em 11 de setembro de 1942, de origem humilde, Leal dedicou sua vida ao resgate da parte antiga de Havana, reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, em 1982.

 

Admirador e amigo pessoal de Fidel e de Raúl Castro, foi deputado no Parlamento em várias legislaturas, sem nunca esconder sua fé católica. Isso lhe permitiu ser uma ponte discreta entre o Estado socialista e a Igreja católica em momentos de fortes discrepâncias.

 

Em 1967, foi nomeado diretor do Museu da Cidade de Havana, sucedendo ao doutor Emilio Roig de Leushenring (1889-1964), de quem foi discípulo.

Recebeu inúmeras ordens e reconhecimentos internacionais, os mais recentes sendo a Ordem Carlos III concedida pelos reis da Espanha em novembro de 2019 e Doctor Honoris Causa da Pontíficia Universidade de Lateranense, no mesmo mês.

 

Querido e respeitado, Leal protagonizou por anos o programa de televisão “Andar La Habana”, que o tornou popular em toda ilha e ensinou os cubanos a conhecerem e amarem sua capital.

Eusébio Leal Spengler faleceu em 31 de julho de 2020, aos 77 anos, “vítima de uma doença dolorosa” – informou o jornal oficial Granma.Leal sofreu uma visível deterioração da saúde nos últimos anos que, segundo pessoas próximas, foi consequência de um câncer no pâncreas.

(Fonte: https://oglobo.globo.com/mundo – MUNDO / HAVANA / Por O Globo e agências internacionais – 31/07/2020)

(Fonte: Zero Hora – ANO 57 – N° 19.781 – 5 AGOSTO 2020 – MEMÓRIA / TRIBUTO – Pág: 23)

(Fonte: https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2020/07/31 – ESTADOS DE MINAS / INTERNACIONAL / Por AFP – 31/07/2020)

(Fonte: https://www.esquerda.net/artigo – COMUNIDADE – 5 de Agosto, 2020)

Artigo de José Manuel do Carmo em Havana

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