Erroll Garner, um dos maiores pianistas do jazz.

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Garner: uma orquestra ao piano

Erroll Garner (Pittsburgh, Pensilvânia, 15 de junho de 1921 – Los Angeles, Califórnia, 2 de janeiro de 1977), um dos maiores pianistas do jazz. Aos 3 anos ele já dedilhava o piano. Aos 7, apresentou-se pela primeira vez numa emissora de rádio. E, com 11, fugiu de sua casa, na cidade de Pittsburgh, onde nascera em 1921, para tocar nas bandas dos barcos que corriam o rio Alleghany.

Assim, Erroll Garner, iniciou uma carreira que o transformou em um dos maiores pianistas do jazz – ou, como disse a crítica americana, “o homem para quem foi inventado o piano”. Seu estilo, ágil, criativo e carregado de improvisação, provinha de um curioso e remoto estímulo: por nunca ter aprendido a ler ou escrever uma só nota, Garner não foi aceito como profissional pelo Sindicato de Músicos de Pittsburgh.

E proclamou: “Tocarei nesta cidade algum dia, e, quando o fizer, soarei como uma banda inteira”. Mais tarde, quando ninguém mais duvidava de tal previsão, ele costumava dizer: “O homem que criou essas 88 teclas devia ter algo em mente”.

Tornou-se conhecido em Nova York em 1942, ao substituir Art Tatum (1909-1956) num dos clubes noturnos da rua 52, acompanhando nomes famosos como Billy Holiday (1915-1959). Entre suas composições mais conhecidas estão “Gaslight” e “Misty” – esta, com letra de Mitch Miller (1911-2010) gravada por Sarah Vaughn (1924-1990), Billy Eckstine (1914-1993), Jony Mathis e até hoje invariavelmente apresentada. Além de suas próprias composições, entre muitos outros sucessos, o pequeno Garner – precisava se sentar sobre listas telefônicas para alcançar o teclado – gravou “Caravan” (1956), “Some of These Days” (1961), “The Lady is a Tramp” (1961). Um de seus discos “Concert By The Sea”, chegou a vender cerca de 1 milhão de cópias.

Solista de inúmeras orquestras sinfônicas do mundo, suas composições foram utilizadas em musicais, cinema e teatro e entre as inúmeras excursões pelo mundo, apresentou-se no Brasil em 1970, acompanhado por seu quarteto. Cinco anos depois, em março de 1975, ele faria sua última apresentação pública. Um enfisema pulmonar o afastaria definitivamente dos palcos.

(Fonte: Veja, 12 de janeiro de 1977 – Edição n° 436 – DATAS – Pág; 68)

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