Elizabeth Taylor, foi a principal e uma das mais belas atrizes norte-americanas

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A DIVA QUE ENCARNOU HOLLYWOOD

Atriz retrata a grandeza e decadência do cinema

A cor violeta

Olhos de Liz Taylor marcaram a história de Hollywood e construíram o mito

Assim como existe um antes e depois de Cleópatra, a versão com Elizabeth Taylor, na história de Hollywood, há um antes e depois de Quem Tem Medo de Virginia Woolf? na trajetória da própria Liz. Ela já havia recebido seu primeiro Oscar (por Disque Butterfield 8) e instituíra o patamar de US$ 1 milhão por filme quando foi contratada por Mike Nichols para fazer a adaptação da peça de Edward Albee (que lhe deu seu segundo prêmio da Academia de Hollywood). Para fazer Martha, a anti-heroína de Albee, com convicção, Liz engordou, desglamourizou-se ao extremo. Perdeu a forma e nunca mais a encontrou. Entre dietas, internações hospitalares e cirurgias, muito pontualmente ela reencontrou, ou pelo menos chegou perto da antiga silhueta. Aos 44 anos (nasceu em 1932), a Liz Taylor de Virginia Woolf projetava o retrato de uma mulher acabada. Ela continuou vivendo com intensidade, mas o tempo em que era considerada a mais bela mulher do mundo havia passado. Restaram os olhos cor de violeta. Eles estão na origem do mito.

Nascida na Inglaterra, Liz tinha 8 anos quando a família se mudou para os EUA e se estabeleceu em Pasadena, na Califórnia. Ali, a garota foi descoberta por um caçador de talentos da empresa Metro. Aos 11 anos, ela fez o primeiro filme – A Força do Coração, de Fred Wilcox -, mas os olhos do público estavam voltados para a protagonista da história, a cachorra Lassie. No ano seguinte, em A Mocidade É Assim Mesmo, de Clarence Brown, era Liz, aos 12 anos, quem capturava o olhar, como a garota decidida a transformar seu pônei em campeão.

Desde então, não parou de filmar – dramalhões (Jane Eyre), comédias (O Pai da Noiva). No começo dos anos 1950, Liz não aguentava mais ser controlada pela mãe – uma peste autoritária chamada Sara Taylor – nem pelos executivos da Metro, que decidiam todos os seus passos. Para se libertar, casou-se com o primeiro “partido”. A união com o herdeiro da cadeia Hilton, mimado como ela, durou seis meses. A alegação para o divórcio foi crueldade física e mental. Em bom português, a jovem Liz cansou-se da violência doméstica. Apanhava dia sim, dia não.

Nos anos e décadas seguintes, ela se casou muitas vezes – Michael Wilding, Mike Todd, Richard Burton… A imprensa conservadora da época a demonizou como destruidora de lares. Viúva do produtor Mike Todd, Liz consolou-se nos braços de Eddie Fisher, marido de sua amiga Debbie Reynolds. Casou-se com Fisher, mas não houve tempo de esquentar o leito nupcial, porque o furacão Richard Burton entrou em sua vida. Liz, que já misturava vida pública e privada, virou o assunto preferido da mídia. Flagrantes do adultério eram disputadíssimos e valiam ouro. Mal comparando, Liz e Burton foram o casal Brangelina (Brad Pitt e Angelina Jolie) da década de 1960. Não faltou nem a Jennifer Aniston da dupla – que tanto poderia ser Debbie Reynolds quanto Sybill Burton, a mulher que Richard abandonou.

Bebedeiras e diamantes marcaram a ligação tumultuada com Burton. Tantas fofocas quase fazem esquecer os grandes filmes que Liz protagonizou – Um Lugar ao Sol e Assim Caminha a Humanidade, de George Stevens; Gata em Teto de Zinco Quente, de Richard Brooks; De Repente, no Último Verão e (por que não?), Cleópatra, de Joseph L. Mankiewicz; Adeus às Ilusões, de Vincente Minnelli; Cerimônia Secreta, de Joseph Losey; O Pecado de Todos Nós, de John Huston. Através de todos eles ela esculpiu uma persona cada vez mais densa – e até trágica. Tornou-se uma verdadeira (e grande) atriz.

O beijo com Montgomery Clift, aquela lenta sucessão de closes em Um Lugar ao Sol; a lingerie de Maggie, a gata; o maiô branco de Catherine (em De Repente, no Último Verão); a entrada triunfal de Cleópatra em Roma. Cada espectador haverá de recuperar na lembrança a “sua” Liz. Por que não a jovem Rebecca de Ivanhoé, de Richard Thorpe, ao lado do cavaleiro Robert Taylor (de quem não era parente)? A romântica Helen de A Última Vez Que Vi Paris, que Richards Brooks adaptou de Scott Fitzgerald, ou a indomável Catarina de Franco Zeffirelli em A Megera Domada, baseado na peça de Shakespeare?
Liz viveu como quis, sem ligar para as consequências. Essa coragem (audácia?) a fez solidária com os amigos gays, Monty Clift e Rock Hudson, que não saíram do armário numa Hollywood que cobrava deles a manutenção da imagem de galãs (senão machos). Ela festejou 65 anos ou 70 na Disneylândia, ao lado de outro amigo que também esculpiu para si (e de si) uma imagem sonhada – Michael Jackson. Uma vida de excessos, sem dúvida. De tenacidade e luta (pela própria vida), também. Liz será enterrada no WestWood Village Memorial Park, de Los Angeles, onde já repousam os restos de Marilyn Monroe e Natalie Wood.
Num tempo em que não faltavam concorrentes do mais alto quilate, ela era considerada a mulher mais bela do mundo. Contar com Liz Taylor, no casting de um filme já era sinômino de sucesso. Milhões de pessoas foram ao cinema apenas para vê-la. “Ela é mais importante que o cinema e a própria equipe”, dizia o crítico Flávio Marcio no Jornal da Tarde, em 1967.

O texto sobre o lançamento de Quem tem medo de Viginia Wolf? dava uma dimensão so que a atriz representava na época: “Porque ela se chama Elizabeth Taylor e seu nome foi educado por Hollywood para o ofício coletivo da paixão”.

Sob a ótica da beleza estonteante, o perfil continuava: “Ela não tem direito de viver a vida, porque o momento não lhe pertence: aos belos, o culto impões uma urgência do eterno, seus momentos são propriedades da história… Mas a Elizabeth Taylor que nós conhecemos não é a Elizaberh Taylor de verdade. A prova está em Quem tem medo de Virginia Woolf, uma tentativa de libertação tão comovente quanto o suicídio de Marilyn Monroe. Este século sacrifica os belos, seus ídolos de carne e sangue, como uma oferenda a si mesmo.”

A carreira de Liz Taylor no cinema começou em 1942. Participou de 70 filmes e foi duas vezes premiada com o Oscar de melhor atriz, em 196o com Disque Butterfiel 8; e em 1966 . Além desses, a atriz protagonizou clássicos como Cleópatra, Assim Caminha a Humanidade e De Repente, no Último Verão.

Em janeiro de 1966 o Estado publicava uma pesquisa realizada pela resista Variety, nela Liz despontava como a grande campeã de bilheteria. A crítica também se renderia à artriz em abril de 1967, ela levou para casa o Oscar de melhor atriz por por Quem Tem Medo de Virgínia Woof?.

(Fonte: www.estadao.com.br – Luiz Carlos Merten – O Estado de S.Paulo – Lizbeth Batista, Marina Novaes e Raquel da Costa – 24 de março de 2011)

Relembre a carreira da atriz e seus papéis mais memoráveis em Hollywood

Atriz, famosa também pelo humor ácido de seus comentários

Elizabeth Taylor foi a principal e uma das mais belas atrizes norte-americanas entre a segunda metade dos anos 1950 e o final dos anos 1960. Ganhou dois Oscars (“Disque Butterfield 8” e “Quem Tem Medo de Virginia Woolf?”) e atuou em alguns clássicos do cinema (“Cleópatra”, “Assim Caminha a Humanidade”, “Ivanhoé”, “Gata em Teto de Zinco Quente”…).
Liz Taylor ficou conhecida em todo o mundo por sua beleza estonteante, seu talento e seus dramas na vida real. Simbolizou o glamour dos “anos dourados” do cinema norte-americano. Considerada uma das últimas divas da antiga Hollywood, a atriz começou a atuar ainda pequena, sendo reconhecida com Oscar ao longo de sua carreira, por “Disque Butterfield 8”, em 1961, e “Quem Tem Medo de Virginia Woolf?”, em 1967, além de ter obtido outras três indicações – em 1958, por “A Árvore da Vida”; em 1959, por “Gata em Teto de Zinco Quente”; e em 1960, por “De Repente, No Último Verão”. A eterna Cleópatra teve sete maridos e se casou por oito vezes (duas com Richard Burton), além de posar ao lado de diversos namorados e amantes. Lutou por anos contra a dependência das drogas e do álcool e dos distúrbios alimentares.

Elizabeth Rosemond Taylor nasceu em 27 de fevereiro de 1932, em Londres. Em 1939, sua família decidiu voltar para os Estados Unidos temendo o início da guerra na Europa. Pouco depois de se instalar em Los Angeles, Liz participou de seu primeiro filme, “A Força do Coração”, que foi lançado quando a atriz tinha apenas 10 anos de idade. Seu primeiro papel importante no cinema veio em 1944, no filme “A Mocidade É Assim Mesmo”. Com apenas 12 anos, Elizabeth Taylor tornou-se, então, a principal estrela infantil do estúdio MGM.
A atriz foi a rainha das bilheterias das décadas de 1950 e 1960. Seus olhos cor de violeta encantavam plateias e seu talento conquistava os críticos. Nesse período, ela atuou ao lado de pesos-pesados do cinema norte-americano, como James Dean (no clássico “Assim Caminha a Humanidade”), Roger Moore (em “A Última vez que Vi Paris”) e Paul Newman (“Gata em Teto de Zinco Quente”).

Apesar do trabalho elogiado e da fama estabelecida, levou algum tempo para que Taylor ganhasse um Oscar. Ela foi nomeada por quatro anos consecutivos ao prêmio da Academia, mas só levou a estatueta para casa em 1960, por “Disque Butterfield 8”. A segunda estatueta veio pouco depois, em 1966, interpretando a briguenta Martha, considerada uma das melhores atuações de sua carreira, em “Quem Tem Medo de Virginia Woolf?”.

Filhos e casamentos

A atriz, que por anos figurou nos sonhos de muitos homens, teve uma vida amorosa atribulada. Com oito casamentos no currículo, Elizabeth Taylor se relacionou com homens ricos e famosos de seu tempo. Ela teve seu primeiro marido com apenas 18 anos. O escolhido foi Conrad Nicholson Hilton Júnior, mais conhecido como Nick, herdeiro da rede de hotéis Hilton. A união durou pouco mais de sete meses. No ano seguinte, veio o ator Michael Wilding , com quem permaneceu por cinco anos. Com ele, teve dois filhos: Michael (1953) e Christopher Wilding (1955).
Após a separação, surgiu outro milionário em seu caminho, Mike Todd. Ele foi o primeiro grande amor da sua vida, mas morreu em um acidente aéreo, um ano depois do casamento. Juntos tiveram a terceira filha da atriz, Liza Todd. Superado o trauma, Elizabeth casou-se com o cantor Eddie Fischer. Sua união com o músico foi um dos maiores escândalos da sua carreira: ele era grande amigo do falecido Todd e marido da atriz Debbie Reynolds, amiga de Taylor.

Ainda casada com Fischer, Elizabeth conheceu o ator inglês Richard Burton no set de filmagens de “Cleópatra”. Os dois tiveram uma relação turbulenta, casaram-se e separaram-se duas vezes. Juntos, adotaram a quarta filha de Liz, Maria Burton. Após 11 anos, entre idas e vindas, a atriz se separou de Burton e, no mesmo ano, casou-se com o atual senador republicano pelo estado da Virginia John Warner.
Em 1981, aos 59 anos, a diva buscou novamente a felicidade, agora nos braços do caminhoneiro Larry Fortensky, um alcoólatra recuperado. A cerimônia foi realizada no rancho Neverland, de seu amigo Michael Jackson. Com o fim do oitavo casamento, a estrela jurou nunca mais se casar.
Problemas de saúde e drogas
Elizabeth Taylor teve uma longa história de de abuso de álcool e drogas. Além de ter sido internada diversas vezes em clínicas de desintoxicação, sofreu com distúrbios alimentares e por algumas vezes tentou suicídio. A atriz ainda tomava aspirinas e analgésicos para livrar-se das dores ocasionada por uma queda de cavalo aos 12 anos – ela fraturou três vértebras e passou a depender de remédios desde então.
Nos últimos anos de vida, Elizabeth Taylor foi internada diversas vezes por problemas de saúde – superou pneumonia, câncer de pele e operações no pulmão, quadris e coluna. Em 1997, foi submetida a uma cirurgia no cérebro para retirada de um tumor benigno. Sete anos depois, em 2004, foi diagnosticada com problemas no coração. No total, estima-se que tenha feito na vida entre 30 e 40 cirurgias.

Em suas últimas aparições em público, a atriz usava cadeira de rodas, alegando problemas de escoliose. Em 2009, surpreendeu ao usar sua conta no Twitter para anunciar que iria fazer uma operação cardíaca e pediu orações aos fãs. Em sua última internação, há seis semanas, além de falhas no coração, foram detectadas novamente fraturas na coluna, agravadas pela escoliose, e a atriz vivia com muita dor.

Uma entrevista à revista W, em 2004, reflete bem o espírito da atriz com relação à idade e seus inúmeros problemas de saúde. “Meu corpo está uma bagunça”, disse ela. “As pessoas devem pensar, (meu Deus, ela ainda está viva?) Mas há alguma teimosia em mim que me faz continuar lutando. É a coisa mais incrível – eu simplesmente continuo voltando.”

(Fonte: ultimosegundo.ig.com.br/cultura/cinema)

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