Ela é considerada uma das pioneiras do feminismo no Brasil

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Ela é considerada uma das pioneiras do feminismo no Brasil

Maria Lacerda de Moura (Manhuaçu, 16 de maio de 1887 — Rio de Janeiro, 20 de março de 1945), feminista e sufragista, fundadora da Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher.

Ela foi escritora, militante, jornalista, conferencista, educadora e pensadora. Mineira, nascida em 1887, se casou aos 17 anos, mas apenas com 27 anos começou a recusar a identidade doméstica e estudar diversos assuntos, até se encontrar numa posição de feminista radical. Ela é considerada uma das pioneiras do feminismo no Brasil, mas diferente das outras feministas da época, ela visualizava e criticava a condição das mulheres observando a questão da exploração do trabalho, ou seja, seu feminismo observada a realidade das mulheres operárias. Ela foi uma das ativistas mais envolvidas com o movimento anarquista brasileiro. A sua luta era contra todo tipo de exploração, injustiça e preconceito. Antes mesmo de assumir seus ideais feministas, quando ainda morava em Barbacena, era uma líder popular, incentivou a construção de casas populares para a população carente e ajudou fundar a Liga contra o Analfabetismo.

Em 1919, junto com Bertha Lutz fundou a Liga pela Emancipação Feminina. A sua participação na Liga era pra defender a instrução feminina como forma de emancipação, uma das formas visualizadas por ela de emancipar a mulher era a proposta da inserção da matéria “História da Mulher” nos currículos escolares. Ao perceber que a luta pela emancipação feminina defendida pela Liga era considerada burguesa demais pra ela, ela se afastou. Inclusive passou a negar o feminismo por não conseguir se identificar com os movimentos feministas da época.

Em São Paulo, ela teve contato com as difíceis condições de vida do proletariado e também com as ideologias de esquerda, mudando ainda mais seus pensamentos. Nessa época começou a participar de projetos educacionais anarquistas. Após abandonar o magistério público, continuou sendo educadora dentro da imprensa operária.

Em 1923, se tornou editora da revista “Renascença”, uma publicação cultural divulgada pelo movimento anarquista. Suas publicações eram tão populares, que houve um episódio que uma revista pró-fascista fez um artigo a ofendendo e estudantes e trabalhadores paulistas invadiram o jornal demonstrando sua insatisfação. Ela colaborava com a imprensa anarquista nacional e internacional, teve publicações divulgadas tanto na América Latina, quanto na França e em Portugal. As ofensas aos textos e a pessoa de Maria Lacerda eram comuns, Rachel de Queiroz, romancista brasileira, chegou a defender Maria em uma entrevista onde um jornalista a atacou. A simpatia de Rachel pelos escritos de Maria Lacerda era grande e jornal “O Ceará” publicou um texto onde a autora explanou sobre feminismo e o anarcoindividualismo a pedido de Rachel.

Maria Lacerda defendia não só mudanças no currículo das escolas, a educação em si e os direitos das mulheres, mas também o amor livre, era a favor de uma educação sexual, combate ao fascismo e ao militarismo e era anticlerical. Enquanto o feminismo no Brasil tratava apenas do Sufrágio Feminino e coisas afins, ela ousava ao criticar a repressão sexual feminina, ser a favor do divórcio e do amor livre, lutar contra a exploração do capitalismo, entre outras coisas. Ela é considerada uma das pioneiras do anarcofeminismo no Brasil.

Ela levou seus pensamentos e sua ideologia pra vida, até chegou a viver numa comunidade anarquista no interior de São Paulo durante um tempo, nessa fase, ela produziu muitos escritos. A comunidade foi dissolvida por pressão do governo de Getúlio Vargas.

Maria Lacerda ousou, lutou, escreveu e subverteu por acreditar numa verdadeira emancipação feminina.

“Sejamos as desertoras da família, as desertoras sociais, a individualista livre:
para pensar e sonhar e viver em harmonia com a nossa própria consciência.”

Maria Lacerda nasce, em Manhuaçu, Minas Gerais, em 16 de maio de 1887. A educadora faleceu no Rio de Janeiro, em 20 de março de 1945.

(Fonte: Correio do Povo – ANO 118 – N° 228 – 16 de maio de 2013 – CRONOLOGIA/ Por Dirceu Chirivino – Pág; 19)
(Fonte: http://mulheres-incriveis.blogspot.com.br/2012/03)
(Fonte: Revista Utopia nº9)

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