Ed Lincoln, compositor e arranjador. Músico era conhecido como o rei dos bailes.

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Considerado o precursor do samba-rock

Ed Lincoln (Fortaleza, 31 de maio de 1932 – Botafogo, Rio de Janeiro, 16 de julho de 2012), compositor e arranjador. Músico era conhecido como o “rei dos bailes”.

“Ed Lincoln foi um dos reis da música jovem. Ele injetou um balanço extraordinariamente vital para a música popular e, não por acaso, sua música ditava o ritmo dos bailes da época”, disse o pesquisador musical Ricardo Cravo Albin.

Eduardo Lincoln Barbosa Sabóia nasceu em Fortaleza, em 31 de maio de 1932, e viveu no Rio de Janeiro desde os anos 50. Foi na famosa boate Plaza, ao lado de nomes como Johnny Alf e Dick Farney, que ele começou a tocar.

Seu primeiro instrumento foi o contrabaixo; o piano veio depois. Em 1955, formou seu próprio conjunto musical e gravou o primeiro compacto, “Amanhã Eu Vou/Nunca Mais”.

Na década de 60, quando o órgão passou a ser seu companheiro nos palcos, Lincoln fez fama como músico de bailes. Em 1962, lançou álbuns como “Uma Noite de Cangaceiro” e, em 1963, “Seu Piano e Seu Órgão Espetacular” – naquele ano, sofreu o acidente de carro que o afastaria dos palcos por sete meses. No ano seguinte, retornou às atividades com o disco “A Volta”.

“Ele é uma inspiração para todo mundo que gosta de música de baile. Ele era o rei do baile. Todo mundo da Orquestra Imperial tem ele como um ídolo, aquele lance de organização, de lidar com uma grande formação. Aprendemos muito com ele.

Quando a gente tinha algum problema, alguma dúvida em ensaios, essas coisas do dia a dia, se perguntava: “como o Ed Lincoln fazia?”, conta o músico Kassin, que, em 2011, se apresentou ao lado de Lincoln Olivetti, outra referência de música de baile e que também foi inspirado por Ed Lincoln.

Considerado o precursor do samba-rock, Ed Lincoln revelou cantores como Orlandivo, Toni Tornado, Silvio César, Emílio Santiago, Humberto Garin e Pedrinho Rodrigues, que foram crooners de seu grupo. Durval Ferreira, Marcio Montarroyos, Luis Alves, Wilson das Neves, Paulinho Trompete e Celinho também fizeram parte, em algum momento, do conjunto do “rei dos bailes”.

Na década de 70, Lincoln trocou os bailes pelos estúdios, e começou a se dedicar a jingles e trilhas sonoras. Fascinado por tecnologia, chegou a gravar um disco, “Toque Novo”, em um computador nos anos 80.

Em 2003, após décadas afastado dos palcos, o arranjador se apresentou na série de shows “Sambalanço, a Bossa que Correu o Mundo” e “Saudade Fez um Samba”, no Centro Cultural Banco do Brasil.

No ano passado, foi lançada a caixa “O Rei dos Bailes”, com a remasterização de seis discos de Lincoln, lançados entre1960 e 1966, atualmente considerados raridades por pesquisadores e colecionadores. O cineasta Marcelo Almeida produziu um documentário sobre vida e obra do artista, “Ed Lincoln – O Rei do Sambalanço”.

Ed Lincoln faleceu dia 16 de julho de 2012, aos 80 anos, por insuficiência respiratória, no Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro.
Ed Lincoln enfrentava uma limitação de movimentos causada por um acidente.

(Fonte: www1.folha.uol.com.br/ilustrada – DO RIO DE SÃO PAULO – 17/07/2012)

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