Dom Hélder Pessoa Câmara, arcebispo emérito de Olinda e Recife, fundador da CNBB

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Indicado: o arcebispo dom Helder Câmara, para o Prêmio Nobel da Paz de 1974; por um grupo de professores e parlamentares franceses, holandeses e noruegueses; em carta ao comitê do prêmio; no dia 28 de janeiro de 1974, em Leiderdorp, Holanda.
(Fonte: Veja, 6 de fevereiro, 1974 –- Edição 283 -– DATAS – Pág; 76)

 

 

 

Agraciado: o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Helder Câmara, aos 61 anos; com o Prêmio Martin Luther King, concedido pela primeira vez pela Christian Leadership Conference, fundada e dirigida até a morte por Martin Luther King; entregue no dia 12 de agosto de 1970, nos Estados Unidos.
(Fonte: Veja, 5 de agosto, 1970 -– Edição 100 -– DATAS –- Pág; 82)

 

 

 

Dom Helder Câmara (Fortaleza, 7 de fevereiro de 1909 -— Recife, 27 de agosto de 1999), arcebispo emérito de Olinda e Recife, fundador da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB. Durante o regime militar tornou-se um símbolo da luta pelos direitos humanos. Pregava uma Igreja simples, voltada para os pobres e a não-violência. Por sua atuação, recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais. Foi o único brasileiro indicado quatro vezes para o Prêmio Nobel da Paz. Em 1969 – Doutor Honoris Causa, pela Universidade de Saint Louis, Estados Unidos. Este mesmo título foi-lhe conferido por diversas universidades brasileiras e estrangeiras: Bélgica, Suíça, Alemanha, Holanda, Itália, Canadá e Estados Unidos. Foi intitulado cidadão honorário de 28 cidades brasileiras e da cidade de São Nicolau, na Suiça e Rocamadour, na França.
Recebeu o prêmio Martin Luther King, nos EUA e o prêmio Popular da Paz, na Noruega e diversos outros prêmios internacionais. Dom Helder Câmara morreu no dia 27 de agosto de 1999, de infecção urinária, aos 90 anos, em Recife.
(Fonte: Veja, 1º de setembro, 1999 -– ANO 32 –- Nº 35 – Edição 1613 -– DATAS – Pág; 128)

 

 

 

 

O 6° Arcebispo de Olinda e Recife – na História dessa Arquidiocese – nasceu aos 07 de fevereiro de 1909 em Fortaleza (Ceará/Brasil). Foi ordenado sacerdote aos 22 anos, no dia 15 de agosto de 1931, na festa de Nossa Senhora da Assunção, padroeira da sua cidade natal. Sempre contemplativo, acreditava que a realidade nasce nesse sonho, que se concretiza através da palavra e da ação. Já em 1936, foi transferido para o Rio de Janeiro, onde continuou sua ação apostólica no campo social e educativo. Irrequieto, idealizador e combativo foi eleito Bispo em 1952, permanecendo como Auxiliar na Arquidiocese do Rio de Janeiro.

Antes mesmo se de ser Bispo, sonhara e estruturara a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em seguida, ajudou a criar o Conselho Episcopal Latino – americano (CELAM). Em 1956 iniciou a Cruzada São Sebastião, dedicada aos favelados do Rio de Janeiro. Em 1959 fundou o Banco da Providência, para atender aos mais carentes e excluídos do Rio. A sua liderança apostólica em favor dos mais desprotegidos levou a Igreja – em 1964 – a nomeá-lo Arcebispo de Olinda e Recife, onde encontraria um imenso campo para a sua luta em favor da paz, da justiça e contra as múltiplas violências de opressão do ser humano.

Viviam-se então os difíceis tempos da ditadura militar… A partir de então denunciou ao mundo as torturas e desrespeitos aos Direitos Humanos, pelo regime totalitário em vigência no Brasil. Por pouco não foi preso, não fosse a intervenção do seu amigo Paulo VI que lhe enviou um cálice, como simbolo da unidade fraterna que marcou a longa amizade entre os dois. Apesar de não ter sido atingido pessoalmente pela prisão e tortura, meses mais tarde, o seu filho espiritual, Padre Henrique Dias foi brutalmente assasinado por milicianos contratados. Dom Helder sofreu para sempre a dor desta perda, colocando-o como mártir daqueles sem voz e sem vez.

No Recife, abriu o Instituto de Teologia do Recife (ITER), com uma metodologia nova para a formação dos futuros padres e líderes da Igreja: uma teologia viva e libertadora, segundo o espírito do Vaticano II.

Criou a Comissão de Justiça e Paz. Fundou o movimento Encontro de Irmãos, a Operação Esperança e o Banco da Providência. Incentivou a Ação Católica, as Pastorais dos diversos meios: lançou, em 1990, a Campanha do Ano 2000 sem miséria e tantos outros movimentos de Igreja e de Cidadania. Influenciou decisivamente o Concílio Ecumênico Vaticano II.

Quando de sua aposentadoria, criou a “Obras de Frei Francisco”, que hoje é o Instituto Dom Helder Camara – IDHeC, que só passou a usar o seu nome após a sua morte.

Em 15 de julho de 1985, por limite de idade, aos 76 anos, foi substituído no Arcebispado de Olinda e Recife. Mas, por amor aos que sempre o buscam como líder e orientador espiritual, permaneceu na capital pernambucana, como Arcebispo Emérito, continuando a residir humildemente nos fundos da Igreja de Nossa Senhora das Fronteiras da Estância de Henrique Dias, um lugar simples mas de forte apelo e valor na História de Pernambuco. Ali faleceu aos 27 de agosto de 1999. Seus restos mortais encontram-se na Sé de Olinda, catedral do arcebispado, havendo a intenção de, no ano do centenário, serem possivelmente transladados para a Igreja das Fronteiras, que continua sendo um referencial para as constantes visitas de pessoas de várias partes do Brasil e do mundo, porque ali Dom Helder viveu 34 anos e exerceu as atividades mais intensas do seu episcopado, tornando-se internacionalmente conhecido na luta pela paz como fruto da justiça social entre todos os povos.
(Fonte: professordaniel50.wordpress.com)

Agraciado: O arcebispo de Recife e Olinda Dom Helder Câmara, 61 anos, em Lovaina, Bélgica; com o título de doutor “honoris causa” em teologia da Universidade Católica de Lovaina, a mesma onde se formou o padre guerrilheiro colombiano Camilo Torres; muito aplaudido por algumas declarações do seu discurso de agradecimento (“Um título de doutor em teologia hoje é algo de se temer”; “Como se pode falar em teologia diante de Biafra, onde chegamos demasiado tarde?”; “A civilização cristã deve combater as riquezas baseadas na miséria”; “A riqueza de todo o mundo se concentra nas mãos de apenas 1 por cento dos habitantes do globo”).
(Fonte: Veja, 27 de maio, 1970 –- Edição 90 -– DATAS –- Pág; 81)

 

 

 

 

Agraciado: O arcebispo de Recife e Olinda Dom Helder Câmara, com o prêmio Memorial Juan XXIII, instituído em 1966 pela Seção Espanhola da Pax Christi Internacional, criada em 1966 pelo Papa Paulo VI; “pelos seus grandes esforços em favor da paz que todos desejamos”, conforme comunicação da Pax Christi em carta enviada a Dom Helder.
(Fonte: Veja, 24 de junho, 1970 -– Edição 94 -– DATAS -– Pág; 36)

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