Derrick de Kerckhove, sociólogo belga-canadense

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Derrick de Kerckhove, sociólogo belga-canadense, diretor do Programa McLuhan em Cultura e Tecnologia da Universidade de Toronto, define de maneira singular o atual momento em que se dá a evolução da tecnologia. Discípulo do filósofo Marshall McLuhan (1911-1980), famoso por ter lançado o conceito de aldeia global, explica seu raciocínio entre a aquisição da linguagem humana e o surgimento da escrita, houve um intervalo de 1 400 gerações. Da escrita ao desenvolvimento da imprensa, esse prazo sofreu uma brutal redução: passaram-se 265 gerações. Já revoluções recentes, que disseminaram a televisão, o computador e a internet, ocorrem a intervalos de poucos anos. E todas têm sido vivenciadas por uma ou duas gerações. É um ritmo estonteante de novidades.
O meio é a base para esse salto da inovação. As sociedades orais eram mais conservadoras, porque tinham no corpo seu limite para a difusão da linguagem. Guardavam na memória tudo o que fosse necessário para o bom funcionamento do grupo. Com a escrita, o aprendizado tornou-se mais fácil. O homem pôde inovar usando os registros históricos. O surgimento da prensa trouxe um novo paradigma. Outra importante etapa na escalada de evolução tecnológica deu-se com a eletricidade. Como meio, ela passou a transportar a linguagem – pelo telégrafo, pelo rádio e pela televisão -, e ajudou a vencer qualquer distância. Depois associou-se a digitalização. Assim nasceram as condições para o atual estado de inovação permanente.
Entre o surgimento da linguagem e o da escrita, sucederam-se 1 400 gerações. Agora, no intervalo de vida de uma mesma geração, cerca de vinte anos, novos paradigmas tecnológicos são inventados e reinventados.

Há 1 700 gerações a linguagem se desenvolveu
Há 300 gerações surgiu a escrita

Há 35 gerações foram usadas formas rudimentares de impressão

E então surgiu:
1910 – Telégrafo
1920 – Telefone
1930 – Rádio
1950 – Televisão
1970 – Fax
1990 – PC e celular
2000 – Internet
As datas registram o momento em que o uso dessas tecnologias se tornou comum.

(Fonte: Veja Especial, setembro, 2008 – Ano 41 – Edição 2078 – Editora Abril – Tecnologia – Inovação/Por Ana Baltazar – Pág; 52/53)

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