Chico Buarque de Hollanda, gênio musical, teatral e literário.

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Chico Buarque de Hollanda, gênio musical, teatral e literário. Conhecer a obra de Chico Buarque de Hollanda é inevitável a qualquer pessoa que se proponha a saber, o mínimo, de Música Popular Brasileira.

Sua trajetória: Filho de Sergio Buarque de Hollanda – o maior historiador brasileiro -, Chico nasceu no Rio de Janeiro, mas também morou em São Paulo, quando seu pai foi chamado para dirigir o museu do Ipiranga. Fora do Brasil, viveu na Itália durante a infância, quando Sergio lecionava na Universidade de Roma. Foi nessa época que compôs suas primeiras marchinhas de carnaval.

Quando criança, Chico teve contato com grandes personalidades da cultura brasileira, que, pela amizade com seu pai, frequentavam a casa da família. Grandes nomes da Bossa Nova, como Vinicius de Moraes, que mais tarde tornou-se seu parceiro, e os violonistas Baden Powell e João Gilberto. Chico também foi influenciado por sua mãe Maria Amélia Cesário Alvim, que tocava piano, e por sua irmã Miúcha, que mais tarde se tornaria um grande ícone da Bossa Nova.

Ao retornar de Roma, Chico começou a publicar suas primeiras crônicas no jornal por ele batizado de Verbâmidas, do Colégio Santa Cruz. Ele sonhava em vê-las publicadas nas grandes revistas semanais, ao lado de cronistas consagrados. No entanto, sua primeira aparição na imprensa não foi na seção de cronistas, mas, sim, nas páginas policiais do jornal Última Hora, de São Paulo. Chico e um amigo roubaram um carro para dar umas voltas pela madrugada paulista, o que, até então, era comum na época.

Mas a brincadeira acabou na cadeia. A manchete, com a foto dos dois menores com os olhos cobertos por tarjas pretas, destacava: “Pivetes furtaram um carro: presos”. A pena imposta pelo juiz dizia que até que completasse 18 anos Chico não poderia sair sozinho à noite.

Em 1963 Chico ingressou na FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo), mas acabou abandonando o curso três anos depois. Um dos motivos que influenciaram em sua decisão era o clima de repressão que tomava conta das universidades após o golpe militar de 1964.
No ano seguinte, Chico começou a se apresentar em shows de colégios e festivais e gravou pela RGE o primeiro compacto, com canções como Pedro Pedreiro e Sonho de um Carnaval. Desde então, não parou mais de compor e se apresentar, participando de festivais internacionais de música, atuando no programa O Fino da Bossa, da TV Record.

Ainda em 1965, conheceu Gilberto Gil em um bar que era reduto paulista da Bossa Nova na época. E, em um show estudantil, conheceu Caetano Veloso, que se entusiasmou ao ouvir Chico cantando Olê, olá.

Com o II Festival de Música Popular Brasileira, em 1966, o músico tornou-se conhecido no Brasil inteiro por sua música A Banda, interpretada por Nara Leão, que conseguiu o primeiro lugar em um empate com Disparada, de Geraldo Vandré.
A partir daí Chico começou a fazer história. Foi a revolução da música brasileira nos tempos duros da ditadura. Era censurado por qualquer motivo, mas sempre conseguia escorregar pelas barreiras da repressão. Mas foi obrigado a se exilar na Itália em 1969, por ameaças do regime militar.
O músico fazia críticas negativas nas entrelinhas de suas músicas, mas os tempos exigiam cuidados redobrados nas composições. Então, Chico criou Julinho da Adelaide, seu pseudônimo para burlar a censura. Mas Julinho compôs apenas três canções: Milagre Brasileiro, Acorda Amor e Jorge Maravilha.
Ao retornar para o Brasil, Chico continuou sendo um dos artistas mais ativos na crítica política e na luta pela democratização através de suas letras. Ao longo de sua carreira, firmou parcerias com grandes artistas como Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Toquinho, Milton Nascimento, Francis Hime, Edu Lobo e Caetano Veloso.
Além de ser reconhecido por suas composições, Chico é muito respeitado pelo espaço conquistado na literatura e no teatro. Musicou para o teatro Morte e vida Severina e o infantil Os Saltimbancos, que se tornou muito popular, não só entre as crianças, mas também entre seus fã adultos. Escreveu as peças Roda Viva e Calabar, que foram censuradas pela ditadura, Gota d’Água, Ópera do malandro e os livros: Estorvo, Benjamim, Budapeste, que virou filme e ganhou o Prêmio Jabuti, e o recente Leite Derramado.

Hoje já não é mais possível ver Chico Buarque frequentemente na TV, como na época dos festivais de música brasileira. Mas nem é preciso, o respeito e a significância do artista não se apegam às necessidades de divulgações nas mídias populares. Afinal, são 66 anos de contribuição à história brasileira. Chico se tornou referência e um verdadeiro personagem da história brasileira.

DISCOGRAFIA

1966: Chico Buarque de Hollanda
1966: Morte e Vida Severina
1967: Chico Buarque de Hollanda vol. 2
1968: Chico Buarque de Hollanda (compacto)
1968: Chico Buarque de Hollanda vol. 3
1969: Umas e Outras (compacto)
1969: Chico Buarque na Itália
1970: Apesar de Você
1970: Per un Pugno di Samba
1970: Chico Buarque de Hollanda – Nº4
1971: Construção
1972: Quando o Carnaval Chegar
1972: Caetano e Chico Juntos e ao Vivo
1973: Chico Canta
1974: Sinal Fechado
1975: Chico Buarque & Maria Bethânia ao Vivo
1976: Meus Caros Amigos
1977: Cio da Terra compacto
1977: Os Saltimbancos (álbum)
1977: Gota d’Água
1978: Chico Buarque
1979: Ópera do Malandro
1980: Vida
1980: Show 1º de Maio
1981: Almanaque
1981: Saltimbancos Trapalhões
1982: Chico Buarque en Español
1983: Para Viver um Grande Amor (trilha sonora)
1983: O Grande Circo Místico
1984: Chico Buarque
1985: O Corsário do Rei
1985: Malandro
1986: Melhores Momentos de Chico & Caetano
1986: Trilha Sonora do Filme “Ópera do Malandro”
1987: Francisco
1988: Dança da Meia-Lua
1989: Chico Buarque
1990: Chico Buarque ao vivo Paris Le Zenith (disco de ouro)
1993: Paratodos (disco de ouro)
1995: Uma Palavra
1997: Terra
1998: As Cidades (disco de ouro)
1998: Chico Buarque da Mangueira
1999: Chico ao Vivo (disco de ouro)
2001: Cambaio
2002: Chico Buarque – Duetos
2004: Perfil – Chico Buarque
2005: Chico No Cinema
2006: Carioca (CD + DVD com o documentário Desconstrução)
2007: Carioca Ao Vivo
2008: Chico Buarque Essencial

LIVROS

1974: Fazenda Modelo
1979: Chapeuzinho Amarelo
1981: A bordo do Rui Barbosa
1991: Estorvo
1995: Benjamim
2003: Budapeste
2009: Leite Derramado

(Fonte: msn.onne.com.br/cultura – CULTURA/ por Veronica Schneider, redação ONNE – Chico Buarque – Ícone da história da MPB – 19/06/10)

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