Cecília Meirelles, jornalista, e educadora, conhecia igualmente bem a literatura e a educação.

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Foi a primeira voz feminina, de grande expressão na literatura brasileira, com mais de 50 obras publicadas.

Cecília Meirelles (Rio de Janeiro, 7 de novembro de 1901 – Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1964), poetisa maior, jornalista, pintora e educadora, conhecia igualmente bem a literatura e a educação: foi professora primária no Rio de Janeiro e universitária (cadeiras de Literatura e Crítica) no Brasil e nos Estados Unidos. Com sua vasta experiência pedagógica, sua sensibilidade, intuição e amor pelas crianças, ninguém mais indicado para falar de literatura infantil – uma literatura que, sendo arte, é sempre educação, e que nem sempre é aquela feita “especialmente” para crianças. “Literatura infantil”, lembra Cecília, “é o que as crianças leem com prazer e utilidade.” E é sobre os problemas dessa literatura e de seu público que a autora se debruçou, em material de volume precioso – coletânea de conferências que proferiu em 1951, reunindo-as em livro no mesmo ano.

As ideias de não envelheceram – pelo contrário, parecem cada vez mais atuais, por seu lúcido humanismo, pelo conhecimento da psique infantil, compreensão e respeito pela inteligência e sensibilidade da criança. Dentro da estética e do lúdico, da complexa problemática formal e conceitual que envolve a literatura dirigida à infância, são ideias na verdade preciosas. Um enfoque ético sem moralismos, moderno e dinâmico, aplicável a qualquer época – inclusive à nossa era da televisão, que, por sinal, a autora pressentiu ao falar da influência do cinema e do rádio na “crise da literatura infantil”.

A literatura infantil é no entanto uma obra ampla e abrangente, pois aborda os aspectos mais relevantes de sua temática, numa síntese clara e elegante que torna sua leitura leve e agradável. A literatura infantil informa, orienta e abre perspectivas para a meditação criativa. Uma obra, enfim, de valor tanto histórico quanto atual, indispensável a todos os interessados em criança, literatura e educação: pais e avôs, professores, escritores, comunicadores e comunicólogos – todos, em última análise, “educadores”, para melhor ou para pior.
(Fonte: Veja, 11 de abril de 1979 –Edição n° 553 – Literatura/ Por Tatiana Belinky – Pág; 110/111)
(Fonte: http://www.caras.uol.com.br – 26 de outubro de 2009 – EDIÇÃO 834 – Citações)

Cecília Meireles (1901-1964) foi poetisa, professora, jornalista e pintora brasileira. Foi a primeira voz feminina, de grande expressão na literatura brasileira, com mais de 50 obras publicadas. Com 18 anos estréia na literatura com o livro “Espectros”. Participou do grupo literário da Revista Festa, grupo católico, conservador e anti-modernista. Dessa vinculação herdou a tendência espiritualista que percorre seus trabalhos com frequência.

A maioria de suas obras expressa estados de ânimo, predominando os sentimentos de perda amorosa e solidão. Uma das marcas do lirismo de Cecília Meireles é a musicalidade de seus versos. Alguns poemas como “Canteiros” e “Motivo” foram musicados pelo cantor Fagner. Em 1939 publicou “Viagem” livro que lhe deu o prêmio de poesia da Academia Brasileira de Letras.

Cecília Meireles (1901-1964) nasceu no Rio de Janeiro em 7 de novembro de 1901.

Fez o curso primário na Escola Estácio de Sá, onde recebeu das mãos de Olavo Bilac a medalha do ouro por ter feito o curso com louvor e distinção. Formou-se professora pelo Instituto de Educação em 1917. Passa a exercer o magistério em escolas oficiais do Rio de Janeiro. Estréia na Literatura com o livro “Espectros” em 1919, com 17 sonetos de temas históricos.

Em 1922 casa-se com o artista plástico português Fernando Correia Dias, com quem teve três filhas. Viúva, casa-se pela segunda vez com o engenheiro Heitor Vinícius da Silva Grilo, falecido em 1972. Estudou literatura, música, folclore e teoria educacional. Colaborou na imprensa carioca escrevendo sobre folclore. Atuou como jornalista em 1930 e 1931, publicou vários artigos sobre os problemas na educação. Fundou em 1934 a primeira biblioteca infantil no Rio de Janeiro.

Cecília Meireles lecionou Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas, em 1940. Profere em Lisboa e Coimbra, conferência sobre Literatura Brasileira. Publica em Lisboa o ensaio “Batuque, Samba e Macumba”, com ilustrações de sua autoria. Em 1942 torna-se sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro. Realiza várias viagens aos Estados Unidos, Europa, Ásia e Africa, fazendo conferências sobre Literatura Educação e Folclore.

Cecília Benevides de Carvalho Meireles morre no Rio de Janeiro no dia 9 de novembro de 1964. Seu corpo é velado no Ministério da Educação e Cultura. Cecília Meireles é homenageada pelo Banco Central, em 1989, com sua esfinge na cédula de cem cruzados novos.

Obras de Cecília Meireles

Espectros, poesia, 1919

Nunca Mais… e Poema dos Poemas, 1923

Baladas Para El-Rei, poesia, 1925

Viagem, poesia, 1925

Viagem, poesia 1939

Vaga Música, poesia, 1942

Mar Absoluto, poesia, 1945

Evocação Lírica de Lisboa, prosa, 1948

Retrato Natural, poesia, 1949

Amor em Leonoreta, poesia, 1952

Doze Noturnos de Holanda e o Aeronauta, poesia, 1952

Romanceiro da Inconfidência, poesia, 1953

Pequeno Oratório de Santa Clara, poesia, 1955

Pístóia, Cemitério Militar Brasileiro, poesia, 1955

Canção, poesia, 1956

Giroflê, Giroflá, prosa, 1956

Romance de Santa Cecília, poesia, 1957

A Rosa, poesia, 1957

Eternidade em Israel, prosa, 1959

Metal Rosicler, poesia, 1960

Poemas Escritos Na Índia, 1962

Antologia Poética, poesia, 1963

Ou Isto Ou Aquilo, poesia, 1965

Escolha o Seu Sonho, crônica, 1964

Crônica Trovoada da Cidade de San Sebastiam, poesia, 1965

Poemas Italianos, poesia, 1968

Inéditos, crônica, 1968
(Fonte: http://www.e-biografias.net/cecilia_meireles/)

Cecília era uma aluna exemplar e logo demonstrou também sua vontade de ensinar

Ela teve uma vida antenada com o seu tempo e o seu País. Cecília Meireles usou a crônica de jornal para fazer os adultos refletirem sobre a Educação das suas crianças – e a poesia, para fazer o público infantil pensar sobre o mundo de cada dia. Também defendeu com unhas e dentes as liberdades da mulher, isso, em uma época onde o papel feminino se resumia à lide doméstica. Conheça outros destaques da trajetória dessa brasileira invulgar.

1. Nasceu em 7 de novembro de 1901
Carioca, de nome completo Cecília Benevides de Carvalho Meireles, perdeu os pais ainda criança; foi educada por uma de suas avós, mãe de sua mãe, portuguesa dos Açores.

2. Aluna exemplar, desde cedo mostrou interesse por poesia
Cecília começou a escrever poemas aos 9 anos. Também logo mostrou vontade de ensinar – após concluir o curso da Escola Normal, aos 16 anos, tornou-se professora primária.

3. Os primeiros sonetos foram publicados aos 18 anos
Eles tinham conteúdo histórico e apareceram no livro “Espectros”, Estudante de música, tudo o que escrevia era marcado pela sonoridade e pelo ritmo, recorrendo a assonâncias e aliterações, por exemplo.

4. O primeiro casamento aconteceu em 1922
Cecília se casou com Fernando Correia Dias, artista plástico português, com quem teve três filhas.

5. Na década de 20, ganhou notoriedade por defender a liberdade, mulher de ativa participação política
Cecília lutou pelos direitos da mulher, pela imprensa livre e por entender a arte como instrumento a serviço da educação. É dessa período o lançamento de “Criança, meu amor”, crônicas sobre o cotidiano infantil (1924).

6. Foi responsável pela coluna diária de educação, no jornal carioca Diário de Notícias, entre 1930 e 1933
Seu engajamento em favor dos ideais de uma Escola Nova era apaixonado, a ponto de afastá-la da criação poética. Bateu de frente com o governo Getúlio Vargas, que defendia o ensino religioso nas escolas públicas. Foi por sua iniciativa que a primeira biblioteca para crianças acabou sendo aberta no País – o Centro Infantil do Pavilhão Mourisco, no Rio de Janeiro (1934).

7. Em 1939, voltou a publicar poesia (‘Viagem’), marco estético em sua carreira
Pela obra, Cecília Meireles ganhou prêmio de poesia da Academia Brasileira de Letras. A convite da Universidade do Texas, lecionou Literatura e Cultura Brasileiras nos EUA (1940). Viúva, casou pela segunda vez com Heitor Grilo, engenheiro.

8. Nos anos 40, colaborou para o jornal A Manhã, escrevendo sobre folclore para crianças
Sua poesia “adulta” continuou também a chamar a atenção ao publicar “Vaga Música”, “Mar Absoluto” e “Retrato Natural”, entre outros títulos. Em 1953, após uma viagem a Ouro Preto (MG), escreveu “Romanceiro da Inconfidência”, obra capital de sua trajetória poética, baseada em episódios da Inconfidência Mineira.

9. Cecília Meireles é reconhecida pela poética “pura”
À medida que o tempo passa, aumenta o seu lugar de destaque nas letras nacionais – é admirada publicamente poetas modernistas, caso de Mario de Andrade e Manuel Bandeira.

10. Em 1964, publicou “Isto ou Aquilo”, a obra de poesia infantil mais afamada
Em 9 de novembro, dois dias após completar 63 anos, morreu na cidade natal, deixando mais de 30 títulos – dois deles, “Inéditos” e “Cânticos”, publicados post-mortem.

(Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura – Literatura – Cecília Meireles, em dez momentos/ Por Marion Frank – 07/11/2012)

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