Carlos Walter Marinho Campos, geólogo chefe de exploração

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Carlos Walter Marinho Campos, geólogo chefe de exploração. A prospecção na Bacia de Campos começara mal, no início dos anos 70. Poços secos se sucediam e os técnicos que estavam a bordo do navio-sonda Petrobrás-II, desencorajados quando o último furo previsto na série chegara aos 3.000 metros do solo sem colher traço de óleo, telegrafaram à Carlos Walter, pedindo que liberasse o trânsito do equipamento rumo à parada seguinte, no litoral do Espírito Santo.
Recém-chegado de uma viagem ao Oriente Médio, onde contratara que volumes substantivos de óleo vinham de reservatórios na rocha calcária, em profundidades de até 5.000 metros, Carlos Walter decidiu olhar mais uma vez o perfil do poço e compará-lo aos levantamentos sísmicos colhidos previamente. Constatou logo que faltavam apenas 200 metros para que a sonda penetrasse o calcário. Deu instruções para que a perfuração continuasse e, na profundidade sugerida, surgiu óleo em pequenas quantidades. O poço seguinte desvendou o campo de Garoupa, primeiro da série que transformaria a região na maior província petrolífera do País.
Foi também Carlos Walter, quem primeiro incentivou a formação de exploracionistas, como são chamados os geólogos que se especializam, em nível avançado, na geofísica, ou vice-versa. A preocupação de juntar os conhecimentos dessas duas linhas científicas na mesma pessoa levou-o a multiplicar os programas de incentivo aos técnicos da Petrobrás que quisessem obter graus de doutoramento nas universidades do Hemisfério Norte. A seleção dos primeiros especialistas na prospecção em alto-mar foi idéia sua, bem como a obsessão de concentrar os investimentos em exploração na plataforma continental, em razão da coerência geológica com o subsolo profundo da costa atlântica africana, produtora em campos marinhos desde o começo da década de 60.
No caso da ordem para continuar a perfuração que desvendou Garoupa, porém, sua decisão partiu menos do conhecimento sistemático que da intuição e da memória dos achados no Golfo Pérsico.

(Fonte: Suplemento publicitário Veja – Ano 36 – Ed; 1827 – Petrobras 50 anos – Pág; 15)

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