Carlos Chagas Filho, filho do sanitarista que diagnosticou a doença batizada de mal de Chagas, construiu uma carreira de prestígio que o levou a participar de comissões científicas da ONU (Organização das Nações Unidas).

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Presidente da entidade que absolveu Galileu Galilei

 

Carlos Chagas Filho (Rio de Janeiro, 12 de setembro de 1910 — Rio de Janeiro, 16 de fevereiro de 2000), cientista e médico, era filho do descobridor da doença de Chagas.

 

Nascido no Rio de Janeiro, em 12 de setembro de 1910, Chagas Filho ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil (hoje UFRJ) em 1925, quando tinha apenas 15 anos.

 

Graduou-se aos 21 anos. Casou-se em 1935 com Anna Leopoldina de Mello Franco, um ano depois da morte de seu pai. O casal teve quatro filhas, entre as quais está Cristina, mulher do presidente da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira.

 

A dicotomia entre religião e ciência nunca intimidou Carlos Chagas Filho, ele abraçou a ambas com o mesmo zelo.

 

Chagas Filho recebeu 16 títulos de doutor “honoris causa” de várias universidades nacionais e internacionais, além de 19 importantes condecorações do meio acadêmico.

 

Filho do sanitarista que diagnosticou a doença batizada de mal de Chagas, Chagas Filho construiu uma carreira de prestígio que o levou a participar de comissões científicas da ONU (Organização das Nações Unidas).

 

Reconhecido como um dos grandes racionalistas da atualidade, ele participou de comissões científicas da ONU (Organização das Nações Unidas), entrou para a Faculdade de Medicina quando tinha apenas 15 anos, em 1925, colecionou 16 títulos de doutor “honoris causa” e 19 condecorações acadêmicas.

 

Católico fervoroso, Chagas Filho conduziu o processo que reabilitou o astrônomo Galileu Galilei – forçado pela Igreja a renegar sua descoberta de que a Terra gravitava ao redor do Sol -, na condição de presidente da Academia Pontifícia de Ciência do Vaticano, em 1992. Descobriu que a peça era uma falsificação do século VII. Sua última obra foi a autobiografia Um Aprendiz de Ciência, que não conseguiu ver publicada.

 

Ele foi o primeiro brasileiro -desde D.Pedro 2º- aceito na seleta Academia Francesa de Ciência. Entre as várias pesquisas desenvolvidas ao longo de sua vida, Chagas Filho conduziu a que levantou a idade do Santo Sudário. Sua equipe concluiu que, na verdade, tratava-se de uma relíquia do ano 600, e não do lençol que cobriu Jesus Cristo.

 

Também atuou no processo de reabilitação do astrônomo Galileu Galilei (século 16 e 17), obrigado a negar que a Terra gira em torno do Sol -sua maior descoberta- para não ser condenado à morte pela Igreja Católica.

 

Tanto a reabilitação de Galileu -processo que durou 12 anos e foi anunciado em 1992- como a datação do Santo Sudário foram trabalhos realizados durante o período em que Chagas Filho ocupou a presidência da Academia Pontifícia de Ciência do Vaticano, de 1972 a 1988.

 

Chagas Filho deixou pronta sua autobiografia, intitulada “Um Aprendiz de Ciência”, que será lançada pela editora da Fundação Oswaldo Cruz e a Nova Monteiro, em maio.

 

 

 

Carlos Chagas Filho morreu em 16 de fevereiro de 2000, aos 89 anos sem ver sua autobiografia publicada, vítima de falência múltipla dos órgãos, após dois meses internado com pneumonia.

 

“Ele foi um dos maiores expoentes do história do conhecimento no País”, declarou o ministro Ronaldo Sardenberg, da Ciência e Tecnologia.

 

Cerca de 500 pessoas compareceram à missa de corpo presente, celebrada pelo cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro, d. Eugênio Sales, na capela da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), na Praia Vermelha (zona sul do Rio).

 

Entre os presentes, estavam o governador do Rio, Anthony Garotinho (PDT), e Arnaldo Niskier, ex-presidente da ABL (Academia Brasileira de Letras).

 

(Fonte: https://www.terra.com.br/istoegente/30/tributo – EDIÇÃO 30 / TRIBUTO – 21 de fevereiro de 2000)

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano – FOLHA DE S.PAULO / COTIDIANO / da Sucursal do Rio – São Paulo, 18 de fevereiro de 2000)

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