Bob Kane, desenhista americano que em 1939, criou Batman

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Bob Kane (Nova York, 24 de outubro de 1915 – Los Angeles, 3 de novembro de 1998), desenhista americano que em 1939, criou Batman, um dos super-heróis dos quadrinhos mais populares do mundo.

Bob Kane, nascido Robert Kahn em Nova York, foi criador do conhecido Batman, o Homem-Morcego que combate o crime nas histórias em quadrinhos. Ele mudou seu nome legalmente para o mais familiar “Kane” aos 18 anos. Embora não fosse um artista dos bons, era perseverante e oportunista.

Enquanto estudava no Instituto DeWitt Clinton, no Bronx, fez amizade com outro aluno que também gostava de desenhar: Will Eisner. Juntos, colaboraram na revista escolar.

Kane chegou ao mundo dos quadrinhos em 1936, publicando sua própria revista, que passaria por diversas reformulações. Quando o personagem “Superman” surgiu, dois anos depois, alavancando as vendas do gibi concorrente, os editores encomendaram a Kane um personagem parecido. Se juntando ao escritor Bill Finger, Kane criou outro combatente do crime, desta vez um mascarado — o “Bat-Man” (como era escrito originalmente). Kane, entretanto, foi quem apresentou a ideia aos editores, e foi o único a ficar com os créditos pelo personagem (na auto-biografia quadrinizada de Will Eisner, “O sonhador”, os bastidores da criação de “Batman” são relatadas a partir da página 13 da edição da Devir. Na biografia, “Bob Kane” e “Batman” tiveram os nomes disfarçados para “Ken Corn” e “Rodentman”, respectivamente).

O Homem-Morcego alcançou rapidamente o sucesso depois de sua primeira aparição na edição número 27 da “Detective Comics”, garantindo o emprego de Kane na National (hoje DC Comics) por vários anos. A maioria de suas contribuições para “Batman” foram nos anos 40, com vários outros autores o ajudando (como Jerry Robinson, que criou o “Coringa”). Entretanto, devido à política editorial, Bob Kane recebia os créditos por todas as histórias de “Batman”, mesmo se não tivesse contribuído em nada (esta prática continuou até os anos 60, quando seu nome deixou de ser exibido nas revistas).

Paralelamente ao seu famoso Cruzado Embuçado, Kane desenvolvia novos projetos. Queria criar algo para a TV americana. E seu desejo finalmente se tornou realidade quando a Trans-Artists Productions propôs a ele a criação de um desenho animado. Kane então veio com a história cômica-infantil sobre um gato e um rato super-heróis que combatiam os bandidos valendo-se da coragem, dos punhos e de sua parafernália tecnológica. Era, na verdade, uma variação bem-humorada dos próprios Batman e Robin. “Gato Corajoso e o Rato Minuto” estreou então em 1960.

E o cacife de Bob Kane aumentou mais ainda em 1966, quando “Batman” virou série de TV. Porém, no fim dos anos 60, quando o seriado foi cancelado e a linha editorial dos gibis do Homem-Morcego mudou, o nome “Bob Kane” foi sumindo das HQs do herói, aparecendo discretamente apenas como o criador do personagem. Os verdadeiros desenhistas (Neal Adams, Dick Giordano, Bob Brown, Carmine Infantino) passaram a ter seus nomes em merecido destaque.

Kane atravessou a década de 70 em relativo ostracismo. A morte de Finger, em 1974, na miséria, só piorou o cartaz de Kane, que foi acusado de negligenciar o parceiro. Kane então resolveu se aposentar e passou a apresentar seu trabalho em galerias de arte. Tentou voltar aos holofotes no final dos anos 80, capitalizando o sucesso novo filme do “Batman” (1989), mas acabou tendo atritos com Todd MacFarlane, que desenhava o Cruzado de Capa na época.

Criado por Bob Kane, em 1939, Batman voltou à tona nos anos 80 graças a Frank Miller, numa brilhante história em quadrinhos intitulada O Cavaleiro das Trevas. A recriação de Miller, um herói ambíguo, solitário e destrutivo, não apenas tirou o morcego da aposentadoria como abriu caminho para que Tim Burton lançasse em grande forma seu justiceiro dark – Batman teve a sorte, ainda, de ser apresentado por um Burton bem menos narcisista do que se veria em filmes posteriores, quando parece mais ocupado em mostrar seu domínio de estilo do que em contar a história.

Bob Kane faleceu em 3 de novembro de 1998, aos 82 anos, de infarto, em Los Angeles.

 

 

(Fonte: Veja, 2 de julho de 1997 – ANO 30 – Nº 26 – Edição 1502 – CINEMA/ Por Celso Masson – Pág: 120/121)

(Fonte: Veja, 11 de novembro de 1998 – ANO 31 – N° 45 – Edição 1572 – DATAS – Pág: 49)
(Fonte: http://www.guiadosquadrinhos.com/artista/bob-kane/232 – Homens do Amanhã, de Gerard Jones)

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