Auguste Rodin, tematizou soberbamente o desejo e a miséria humana, os prazeres da carne e suas dores

 

 

 

 

Auguste Rodin (Paris, 12 de novembro de 1840 – Meudon, 17 de novembro de 1917), mestre escultor francês. Sua obra teve grande influência do impressionismo e do simbolismo.

Obcecado pelo corpo feminino, o Rodin desenhista, ainda que tímido se comparado ao Rodin escultor, também se dedica a contorcer o corpo de suas modelos em busca da posição mais expressiva.

Nesse sentido, ele antecipa o erotismo algo perverso das obras do austríaco Egon Schiele (1890-1918). De qualquer maneira, na comparação, empunhando o lápis ou o pincel, Rodin sai perdendo. Seu forte era a escultura.

Rodin desenhou ao longo de toda a vida. No âmbito de sua obra, o desenho deve ser entendido mais como uma forma de exercício, uma espécie de anotação das ideias que lhe ocorriam durante as sessões de trabalho.

Já na escultura, o principal legado do mestre foi a libertação que proporcionou ao corpo humano do convencionalismo neoclássico. Praticando uma modelagem muitas vezes bruta e inacabada, Rodin tematizou soberbamente o desejo e a miséria humana, os prazeres da carne e suas dores.

 

(Fonte: Veja, 20 de maio de 1998 – ANO 31 – N° 20 – Edição 1547 – ARTE – Pág; 149)