Amiri Baraka, poeta e ativista pelos direitos dos negros nos EUA, inicialmente, teve seu nome associado inicialmente com o movimento beat de escritores como Allen Ginsberg e Jack Kerouac

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Amiri Baraka (Newark, 7 de outubro de 1934 – Nova Jersey, 9 de janeiro de 2014), poeta e ativista pelos direitos dos negros nos Estados Unidos.

Importante e polêmico nome da cultura norte-americana nos anos 1960 e 1970.

Baraka foi um dos escritores mais radicais e polêmicos dos Estados Unidos dos anos 1960 e 1970. Ao inserir o debate político pelos direitos civis no mundo das artes, inspirou pelo menos uma geração de poetas, dramaturgos e músicos. Sua imersão na tradição oral e na linguagem crua das ruas antecipou o rap e o hip hop.

O FBI (polícia federal americana) chegou a defini-lo como “a pessoa que provavelmente emergirá como líder do movimento panafricano nos Estados Unidos”. Críticos o chamavam de homofóbico, antissemita e demagogo. Outros o consideravam um gênio, um profeta, “o Malcom X da literatura”.

Baraka publicou sua primeira coleção de poemas em 1961. Inicialmente, teve seu nome associado inicialmente com o movimento beat de escritores como Allen Ginsberg e Jack Kerouac.

Depois, o autor ganhou importância como ativista do movimento negro. Em 1964, ganhou atenção mundial pela peça “Dutchman”, sobre o encontro de uma mulher branca e um homem negro no metrô, que termina de forma trágica.

Nascido Everett LeRoi Jones, o autor passou a adotar o nome Amiri Baraka após uma viagem a Cuba e da morte de Malcom X, em 1965. Neste contexto, assumiu papel crucial na criação do Black Arts Movement, como chefe de um teatro e de uma escola no bairro nova-iorquino Harlem.

“Queremos poemas que matem”, escreveu Baraka no manifesto Black Art (“arte negra”), publicado no mesmo ano. “O papel dos artistas negros na América é ajudar a destruir a América como ela existe hoje.”

Ele criticava as ações de Martin Luther King, a quem chamou de “um negro que passou por lavagem cerebral”. Com o fim do Black Arts Movement, em meados da década de 1970, se distanciou de algum de seus comentários mais duros – em relação a King, homossexuais e brancos em geral.

Mas ele continuou envolvido em polêmicas. Nos anos 1990, chamou o diretor Spike Lee de “negro pequeno burguês” e em 2002, quando era um poeta laureado de Nova Jersey, sua cidade natal, causou choque com um poema sobre os ataques de 11 de Setembro.

“Quem diria que o World Trade Center seria bombardeado. Quem avisou os 4 mil trabalhadores israelenses das Torres Gêmeas a ficar em casa naquele dia?”.

Apesar de o poema também atacar Hitler e o Holocausto, foi considerado antissemita e o então governador James E. McGreevey exigiu que Baraka renunciasse ao cargo. Ele se recusou e a posição foi eliminada.

Amiri Baraka faleceu em 9 de janeiro de 2014, aos 79 anos, em um hospital de Nova Jersey.

(Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/livros/2014-01-10 – LIVROS – CULTURA – Por iG São Paulo – 10/01/2014)

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