A única mulher que comanda uma corretora no Brasil

0
Powered by Rock Convert

A única mulher que comanda uma corretora no Brasil

Fernanda de Lima diz que excesso de autocrítica e falta de interesse são entraves para participação feminina no mercado financeiro

Trabalhar no mundo financeiro não é para qualquer pessoa. Que o diga Fernanda de Lima, presidenta da corretora Gradual Investimentos. No mercado há 25 anos, a executiva vê o preconceito ainda forte na área, mas também considera que há muito desinteresse feminino em relação ao tema finanças. “O que mais me choca é que estamos em 2012, e hoje sou a única mulher que controla e dirige uma corretora de valores no Brasil”, afirma.

Para Fernanda, o excesso de autocrítica é um dos principais entraves ao aumento da participação feminina no mercado financeiro. “Nós somos muito críticas com nós mesmas, e temos mais medo de errar, o que, às vezes, impede o crescimento em áreas nas quais a agressividade e rápida tomada de decisão são necessárias”, explica a presidenta da Gradual Investimento, que atribui parte desse comportamento a traços culturais.

O preconceito também atrapalha, reconhece a executiva. “Ainda ouço coisa do tipo ‘nunca imaginei que uma mulher pudesse ser tão dura’ quando tomo a decisão de desligar um profissional que não está desempenhando suas tarefas de acordo”, conta Fernanda, que, quando entrou para a Gradual Investimentos, há cinco anos, trabalhava na mesa de operações ao lado de outra funcionária.

Hoje, dos 400 colaboradores que atuam nessa divisão da corretora, dez são mulheres. No total, 75% dos trabalhadores da Gradual são homens. A diretoria é composta por seis pessoas, das quais duas são mulheres.

Busca pelo equilíbrio

A executiva vê evoluções na participação feminina no mercado financeiro. Ela cita como exemplo o segmento de corretoras, no qual houve avanço na área de negociação eletrônica. “Quando ainda havia pregão viva voz, como uma mulher poderia participar? Somos mais baixas e temos uma voz com tom distinto. Ninguém ouviria nossas apregoações. Mas, no mundo eletrônico isso deixa de ser impeditivo”, lembra.

As mulheres também estão mais presentes em áreas que envolvem direito e comunicação, e passaram a comandar áreas de risco, compliance e análise de crédito de instituições. Por outro lado, na mesa de operações, segmento de finanças corporativas ou fusões e aquisições elas ainda são minoria.

(FONTE: www.economia.ig.com.br – Mercados/ Por Danielle Brant, iG São Paulo – 08/03/2012)

Powered by Rock Convert
Share.