Nino Cerruti, estilista que projetou Giorgio Armani, foi um dos grandes protagonistas da moda do século 20 com suas ideias revolucionárias, como a 1ª jaqueta desconstruída feita nos anos 70

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Nino Cerruti, estilista que revolucionou a moda e que projetou Giorgio Armani

 

Ele acreditava que as roupas de um homem deveriam expressar sua personalidade.

 

Nino Cerruti (Biella, 25 de setembro de 1930 – Vercelli, na região de Piemonte, 15 de janeiro de 2022), empresário e renomado estilista italiano, foi fundador da grife Cerruti.

 

Descendente de uma família de industriais têxteis de Biella (norte d Itália), Cerruti foi um dos grandes protagonistas da moda do século 20 com suas ideias revolucionárias, como a primeira jaqueta desconstruída feita nos anos setenta, e a estilista francesa Coco Chanel dizia que adorava as calças que ele criava.

 

Nascido em 1930, Cerruti herdou o negócio da família ainda muito jovem, aos vinte anos, após a morte de seu pai, e sempre investiu na pesquisa e desenvolvimento de materiais, dando especial atenção ao design, com gosto pessoal e intuição. A partir de 1957 alcançou projeção mundial com a apresentação em Milão de sua primeira linha de roupas, “Hitman”, e em 1962 fundou a marca “Flying Cross” com Osvaldo Test. Em 1967 abriu a primeira boutique Cerruti 1881, na Place de la Madeleine, em Paris.

O empresário nasceu na cidade de Biella e sua família era dona da Lanificio Fratelli Cerruti, uma fábrica têxtil fundada em 1881. Cerruti, conhecido pela gentileza e elegância, investiu no mundo da moda após diversas experiências na empresa da família. Ele fundou a grife “Cerruti” no final da década de 1950.

 

Em meados dos anos 60 em sua empresa “Lanificio Fratelli Cerruti”, ele começou a colaborar com novos nomes emergentes da moda italiana, contratando um então desconhecido Giorgio Armani como designer. Nessa época nasceu também a linha feminina, que vinte anos depois representaria 20% do faturamento total da empresa. Em 1975, a Hitman iniciou a produção e distribuição de malhas, camisas, além da linha casual Cerruti 1881 Brothers.

 

“Hitman”, primeira coleção do estilista, foi apresentada em 1957 e considerada revolucionária na moda masculina da época. Cerruti foi o primeiro estilista a criar jaquetas desconstruídas para homens. A primeira boutique da marca foi inaugurada em 1967 em Paris, onde o empresário mudou a sede da empresa, visando estar mais próximo da capital internacional da moda.

 

A grife do estilista também teve diversas coleções femininas e depois, o negócio se expandiu também para fragrâncias e acessórios. O estilista também foi mestre de Giorgio Armani, que trabalhou com Cerruti de 1964 a 1970.

 

O “estilista filósofo” revolucionou a forma de se vestir no século 20.

 

O estilista que vestia grandes figuras de Hollywood caracterizava-se por um estilo ao mesmo tempo elegante e informal. Nos anos 1970, introduziu o conceito de ‘casual chic’ e inventou a jaqueta masculina desconstruída.

 

Esse refinamento aparentemente descuidado era, em suas palavras, uma questão de “estilo”. Uma palavra que ele preferia a “elegância”, que considerava “um terrível gosto antigo”. “Ter estilo é misturar cultura e arte”, definiu.

 

Nascido em 25 de setembro de 1930 em Biella, ele abandonou aos 20 anos os estudos de filosofia e o sonho de se tornar jornalista para assumir o comando de uma fábrica têxtil familiar após a morte de seu pai.

 

Na década de 1960, contratou Giorgio Armani, quatro anos mais novo, como criador de roupas masculinas. Essa associação, que imprimiu uma marca inconfundível no mundo da moda, durou até 1975, quando Armani decidiu criar sua própria marca.

 

“Sempre vesti a mesma pessoa: eu mesmo”, confidenciou Cerruti, que era o primeiro a usar as roupas que saíam de seus ateliês.

 

“Uma roupa só existe quando alguém a usa. Eu gostaria que você continuasse vivendo, continuasse impregnado de vida, porque é assim que eu as vivi”, acrescentou ele, apelidado de “estilista filósofo”.

 

O “Signor Nino”, como seus funcionários o chamavam, vestia celebridades do cinema como Richard Gere, Marcello Mastroianni, Robert Redford e Jean-Paul Belmondo.

 

A popularidade da empresa aumentou ainda mais em 1994, quando Cerruti foi designada a marca designer oficial da equipe Ferrari de Fórmula 1.

 

Calças feministas

 

Suas criações também alteraram a forma de vestir das mulheres, com a popularização das calças. Uma revolução que acompanhou os ares da rebelião estudantil de 1968, colocando nas passarelas homens e mulheres vestidos da mesma forma.

 

“As calças deram liberdade às mulheres”, disse Cerruti, que fabricou calças para marcas como Coco Chanel.

 

“Naquela época era uma escolha corajosa, porque em alguns restaurantes era proibida a entrada de mulheres vestindo calças”, lembrou.

 

Fim de uma era

 

Esse patriarca da moda italiana, de cabelos fartos e nariz aquilino, era inseparável de seu suéter amarelo, que usava em todos os seus desfiles.

 

Aos poucos, a Cerruti ampliou seu raio de ação e se tornou uma marca de perfumes, relógios, calçados e joias.

 

No final dos anos 70, lançou o primeiro perfume masculino vinculado à marca, chamado “Nino Cerruti”, que foi seguido por outras inovações ,como a linha esportiva, especialmente apreciada pelas roupas dedicadas ao tênis e ao esqui, usadas por atletas como o americano Jimmy Connors ou o esquiador sueco Ingemar Stenmark.

 

Mas a acirrada concorrência no setor de luxo deixa cada vez menos espaço para designers independentes e este verdadeiro pai da moda foi forçado em 2001 a vender seu “Cerruti 1881” a investidores italianos, que declararam falência em 2005.

 

“Eles têm uma estratégia industrial, não uma estratégia de marca!”, declarou Cerruti. A marca passou então para as mãos do fundo de investimento americano MatlinPatterson e em 2011 se tornou parte do grupo chinês Trinity.

 

A última coleção do estilista para sua marca Cerruti foi a da primevera de 2002. Em outubro de 2000, o empresário vendeu 51% da marca para a Fin.Part, que compraria o resto da empresa um ano depois.

 

Nino Cerruti faleceu aos 91 anos, em 15 de janeiro de 2022 em Vercelli (norte da Itália).

Cerruti morreu em um hospital de Vercelli, na região de Piemonte, onde havia sido submetido a uma cirurgia no quadril, de acordo com o jornal Corriere della Sera.

“É com grande tristeza que tomo conhecimento da morte de Nino Cerruti. Embora ao longo dos anos tenhamos nos visto menos, sempre o considerei uma das pessoas que tiveram uma influência real e positiva na minha vida. Com ele aprendi não só o gosto pela suavidade da alfaiataria, mas também a importância de uma visão abrangente como estilista e empresário”, comentou Armani.

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/estilo-de-vida/moda – ESTILO DE VIDA / MODA / por Brigitte Hagemann – ESTADÃO CONTEÚDO – 16/01/2022)

(Fonte: https://delas.ig.com.br/moda/2022-01-15 – DELAS / MODA / Por Gabriela Ferreira – 15/01/2022)

(Fonte: https://br.fashionnetwork.com/news – NOTÍCIAS / PERSONALIDADE / por Novello Dariella / EFE – 17 de jan. de 2022)

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