Robert Ryman, artista plástico autodidata, ficou conhecido por obras monocromáticas em branco

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O artista plástico Robert Ryman era autodidata, pintor foi vigia de museu antes de virar um dos maiores nomes da arte americana

 

 

O artista minimalista americano Robert Ryman ficou conhecido por obras monocromáticas em branco

 

 

 

 

Robert Tracy Ryman (Nashville, Tennessee, 30 de maio de 1930 – Greenwich Village, em Nova York, 8 de fevereiro de 2019), artista plástico americano, pintor, foi um dos mais importantes artistas americanos a emergir após a Segunda Guerra Mundial.

 

 

Autodidata, Ryman nunca fez nenhum curso de pintura. Sua formação artística foi ter trabalhado como vigia do Museu de Arte Moderna de Nova York por sete anos.

 

 

O artista ficou conhecido por levar o pragmatismo americano para a tradição mística da arte abstrata modernista, que surgiu no começo do século XX com pioneiros como Kazimir Malevich e Piet Mondrian. Assim como Ryman, ambos valorizavam o branco.

 

 

Ryman expandiu essa tradição com insistência, com o prazer de um operário na minúcia física e uma perene crença na poética de seus materiais e ferramentas.

 

 

Um homem tímido e lacônico que evitava as maquinações sociais do mundo da arte, Ryman surgiu na cena de Nova York no fim dos anos 1950, quando artistas de vários tipos — entre eles  Robert Rauschenberg, Jasper Johns, John Chamberlain, Ellsworth Kelly e Agnes Martin — se moviam para além da fúria existencial e dos excessos pictóricos do expressionismo abstrato.

 

 

A escolha de Ryman foi por abordar a pintura de uma forma empírica, quase mecânica. Ele se concentrava na mais básica definição de uma obra como uma superfície plana, de quatro lados e coberta por pintura com um pincel, frequentemente assinada, datada e pendurada na parede. Ele provou que esses fatos físicos poderiam sustentar uma vida de variações ao usar diferentes tintas e superfícies de apoio, diferentes pincéis e pinceladas, com uma variação de tipos de pregos de parede.

A abordagem estrita de Ryman eliminava imagens, cores convencionais e, em alguma medida, pinceladas emotivas. O trabalho dele refletia a convicção de que cada detalhe visível de uma pintura contribui para a experiência de quem a vê, e que cada obra interagia com seu cenário, especialmente a parede (normalmente branca) que o sustentava, e com a luz do ambiente.

De fato, como Mondrian e Malevich antes dele, Ryman se considerava um realista. Mais comumente ele era conhecido como um minimalista. Ele também foi agrupado com as tendências pós-minimalistas da arte conceitual e processual. Apesar disso, Ryman dizia que observar uma pintura deveria ser “um tipo de revelação” e “uma experiência reverente”, envolvendo “iluminação, desejo e fascinação”.

“Nunca foi uma intenção minha fazer pinturas brancas. O branco é apenas uma forma de expor outros elementos. O branco permite que outras coisas se tornem visíveis”, contou ele à revista “Art News”.

 

 

 

Robert Tracy Ryman nasceu em 30 de maio de 1930 em Nashville, no Tennessee. Seu pai era um vendedor de seguros e sua mãe uma professora e pianista amadora. Mais tarde na vida, ele disse que quase não viu pinturas enquanto crescia. Seu primeiro objetivo, que seus pais apoiaram de forma relutante, era se tornar um saxofonista de jazz. Ele estudou no Tennessee Polytechnic Institute e depois no George Peabody College for Teachers por dois anos e depois passou outros dois no Exército, como parte de uma banda militar.

 

 

Após ir para a reserva em maio de 1952, ele seguiu para Nova York, encontrou um pequeno apartamento próximo da loja de departamentos Bloomingdale’s e, se mantendo com bicos, começou a estudar com o pianista de jazz  Lennie Tristano. Ele também começou a visitar os museus da cidade e se encantou com a pintura.

 

 

Ryman conseguiu um emprego temporário como um vigia do Museu de Arte Moderna em 1953 e acabou permanecendo por sete anos. Ela ficou especialmente inspirado por lá com a economia e certeza das pinturas de Matisse, mas foram os trabalhos do expressionista abstrato Mark Rothko, com seus retângulos coloridos, que mais o impactaram.

 

 

Alguns meses após começar a trabalhar no museu, ele comprou telas e tubos de tinta em uma loja próxima de seu apartamento.

 

 

“Eu pensei que iria tentar e ver o que aconteceria. Eu queria ver o que a tinta faria, como os pincéis funcionariam”.

 

 

De certa forma, ele encontrou não apenas sua vocação mas toda a sua visão para a arte. Suas primeiras pinturas eram em sua maioria verdes, mas eventualmente ele começou a pintar por cima das cores com o branco.

 

 

O emprego no museu também lhe deu um círculo de amigos com interesses comuns. Entre seus colegas que também trabalharam como vigias, estão os artistas Sol LeWitt e Dan Flavin. Ryman também ficou próximo de Robert Mangold quando os dois viveram no mesmo prédio.

Foi também no museu que ele conheceu uma jovem historiadora de arte chamada Lucy R. Lippard que, como crítica, defenderia a arte minimalista e conceitual. Os dois se casaram em 1960 mas se divorciaram seis anos depois. Em 1969 Ryman se casou com a pintora Merrill Wagner. O casal teve dois filhos, Will e Cordy Ryman, ambos artistas. Ele também teve um filho, Ethan Ryman, com Lippard, outro artista.

 

Robert Ryman faleceu em 8 de fevereiro de 2019, aos 88 anos, em sua casa no Greenwich Village, em Nova York.

(Fonte: Zero Hora – ANO 55 – N° 19.319 – 11 de fevereiro de 2019 – TRIBUTO / MEMÓRIA – Pág: 27)

(Fonte:https://oglobo.globo.com/cultura/artes-visuais – CULTURA / ARTES VISUAIS / Por Roberta Smith, do ‘New York Times’ – 10/02/2019)

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