Ranulfo Ramiro da Silva, cantor e violeiro, conhecido como o Xavantinho, da dupla caipira com Pena Branca, “a mais importante dupla caipira do Brasil”, na avaliação do músico Martinho da Vila

0
Powered by Rock Convert

 

 

Ranulfo Ramiro da Silva (Uberlândia (MG), 1942 – São Paulo, 8 de outubro de 1999), cantor e violeiro, conhecido como o Xavantinho, da dupla caipira com Pena Branca, uma das mais importantes do gênero.

 

O cantor e compositor Xavantinho – Ranulfo Ramiro da Silva, que com o irmão, Pena Branca – José Ramiro Sobrinho, formava aquela que talvez seja a última dupla autenticamente sertaneja do país.

 

Ao longo da carreira de quase 40 anos, Pena Branca e Xavantinho recolheram a reverência e a admiração de artistas como Milton Nascimento que participou, em 1987, do LP O cio da terra, no qual a dupla registrou clássicos – entre eles Cuitelinho, uma adaptação de peça folclórica feita por Paulo Vanzolini, e Vaca Estrela e Boi Fubá, de Patativa do Assaré. Em 1992, esse duo matriz da nossa melhor canção interiorana conquistou o primeiro disco de ouro, com o CD Renato Teixeira e Pena Branca e Xavantinho ao vivo em Tatuí.

 

A discografia dos artistas tem títulos preciosos, desde o primeiro elepê, Velha morada, de 1980. Seguiu-se, em 82, Uma dupla brasileiro. Em 88, Fagner, Tião Carreiro e Almir Sater participaram de Canto violeiro. Em 1990, Pena Branca e Xavantinho ganharam o prêmio Sharp de melhor música- Casa de barro, de Xavantinho e Moniz. O CD Ao vivo em Tatuí conquistou o Sharp de melhor disco em 1992. No ano seguinte- quando lançou o belo Violas e canções, a dupla fez shows nos Estados Unidos. Outros discos são Ribeirão encheu e Pingo d’ água.

 

O cantor, violonista e violeiro Xavantinho, da dupla Pena Branca e Xavantinho, recebeu o nome de Ranulfo Ramiro da Silva. Menino, trabalhou na roça, como os pais e os cinco irmãos – entre eles, José Ramiro Sobrinho, três anos mais velho, que tocou viola desde pequeno e mais tarde adotaria o nome artístico de Pena Branca. A dupla teve outros nomes, desde que começou a carreira, em 1962. Só em 1970, morando já há dois anos em São Paulo, os irmãos assumiriam definitivamente os pseudônimos consagrados. Naquele ano ganharam um festival de música sertaneja promovido pelo radialista Zé Bettio.

 

Gravaram um disco com a música vitoriosa, “Saudade”, que não teve repercussão. Pena Branca chegou a desistir da carreira, uns anos depois. Xavantinho, não: acreditava no poder da música da dupla. Poder finalmente reconhecido pelo produtor Roberto Oliveira (irmão do compositor Renato Teixeira), em 1980, que levou a dupla a estúdio, para fazer o primeiro disco, “Velha Morada” – esgotado e nunca reeditado.

 

No mesmo ano, Pena Branca e Xavantinho classificaram num festival da TV Globo a música “Que Terreiro é Esse?“, apresentada com a Orquestra de Violas de Osasco. Logo depois, o cantor e apresentador Rolando Boldrin os levaria para seu novo programa de televisão, “Som Brasil”, na TV Globo. Boldrin produziu o segundo disco deles, “Uma Dupla Brasileira“. O terceiro disco, “O Cio da Terra“, veio só em 1987. A canção título era de Milton Nascimento e Chico Buarque. Milton participou da gravação de sua música, ajudando a consolidar o prestígio da dupla.

 

Ele nasceu em Uberlândia (MG), onde trabalhou na roça com os cinco irmãos. Um deles, José Ramiro Sobrinho, adotaria o nome artístico de Pena Branca para formar “a mais importante dupla caipira do Brasil”, na avaliação do músico Martinho da Vila.

 

Entre os trabalhos de Xavantinho, considerados referência por músicos como Milton Nascimento e Renato Teixeira, está a canção “Cio da Terra”, que levou a dupla à consagração de público e crítica.

 

Pena Branca e Xavantinho gravaram mais seis discos, todos premiados. “Cantadô do Mundo Afora”, de 1990, recebeu o Prêmio Sharp de melhor disco do ano e de melhor música, por “Casa de Barro”, de Xavantinho e Moniz. Outro trabalho premiado foi “Ao Vivo em Tatuí”, que Pena Branca e Xavantinho dividem com o cantor Renato Teixeira. O último trabalho deles foi “Coração Mulato”, que saiu no ano passado.

 

A obra da dupla representa o que há de melhor, mais digno e mais refinado na música sertaneja, sem concessão a modismos ou injunções de mercado.

 

Ranulfo Ramiro da Silva morreu de insuficiência respiratória e falência múltipla dos órgãos dia 8 de outubro de 1999, aos 56 anos, em São Paulo.

Segundo o irmão, Xavantinho estava debilitado desde que sofreu um acidente de carro, há cinco anos. Estava em cadeira de rodas, mas continuava fazendo o que aprendera com o pai: cantar e tocar violão. Deixa quatro filhos.

(Fonte: http://www.terra.com.br/istoegente/11/tributo – TRIBUTO – 13 de outubro de 1999)

(Fonte: https://www.folhadelondrina.com.br/geral – FOLHA DE LONDRINA – GERAL / Por Mauro Dias – São Paulo (AE) – OUT. 08, 1999)

(Fonte: https://www.dgabc.com.br/Noticia – NOTÍCIA / Do Diário do Grande ABC – 08/10/1999)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(Fonte: http://musica.terra.com.br – 9 de fev de 2010)

 

 

Powered by Rock Convert
Share.