Peter Blake, ecologista e um dos velejadores mais premiados e respeitados da história do iatismo

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Peter Blake, a vida do grande navegador morto no Brasil

 

Sir Peter Blake (Foto: universomatambra.com)

 

O ecologista e velejador neozelandês Peter Blake, 53 anos, um dos velejadores mais premiados e respeitados da história do iatismo foi morto a tiros por piratas que invadiram o barco de expedições Seamaster. O veleiro de 36 metros estava ancorado no rio Amazonas, na praia da fazendinha, localizada a cerca de 20 quilômetro de Macapá (AP), enquanto esperavam liberação da Capitania dos Portos para atracar no porto da capital do Amapá.

 

Considerado o maior velejador do mundo, bicampeão da America’s Cup, o neozelandês era também o embaixador das Nações Unidas para o meio ambiente e cavaleiro da coroa britânica desde 1995.

 

Peter Blake, provavelmente o iatista mais premiado na história da vela. Entre as dezenas de títulos importantes, ele venceu em 1990 a Whitbread, atual Volvo Ocean Race, que chegará ao Rio de Janeiro em fevereiro de 2002. Em 1994, estabeleceu um recorde ao dar a volta ao mundo num veleiro em 74 dias, 22 horas, 17 minutos e 22 segundos. No ano seguinte, tornou-se o comandante do primeiro barco não americano a vencer a America’s Cup. Em 2000, levou o bi em Auckland como coordenador da equipe Black Magic, que derrotou o Luna Rossa/Prada de Torben por 5 a 0 na melhor de nove final.

Foi bicampeão das regatas Fastnet (1979 e 1989) e Sydney-Hobart(1980 e 1984). Entre as honrarias, foi nomeado Cavaleiro do Império Britânico pela rainha Elizabeth II em 1991 e, depois, embaixador do meio ambiente das Nações Unidas. Recebeu também dois prêmios de esportista do ano e quatro de iatista do ano no mundo.

Ele decidiu abandonar as competições formais e transformou o planeta numa grande raia para as pesquisas e aventuras da Blakexpeditions, sua expedição, apoiada pela ONU.
O impacto da morte de Blake foi ainda mais forte entre os velejadores. O Peter nasceu num país onde 27% da população possui algum tipo de embarcação. É o maior percentual do mundo.

Para o velejador brasileiro Torben Grael, ganhador de quatro medalhas olímpicas, entre elas uma de ouro, está em Auckland, na Nova Zelândia. Treina para disputar novamente a America’s Cup, a competição esportiva mais antiga de que se tem notícia, criada em 1851, pela equipe italiana Prada. Quando pela manhã recebe a noticia que foi assassinado o maior ídolo deles no iatismo justamente no Brasil.

 

Presos » A Polícia Civil do Amapá prendeu na madrugada da sexta-feira (7/12/2001) os suspeitos de participar da quadrilha que assassinou o velejador neozelandês Peter Blake. Dos sete homens presos, três foram liberados por falta de provas. Considerado o maior velejador do mundo, Blake, 53 anos, foi morto com dois tiros no peito na noite da quarta-feira 5, no distrito de Fazendinha, no rio Amazonas.

(FONTE: Isto É – N.º 1680 – 12/12/2001 – Pág: 90, 92, 93)

(Fonte: https://www.terra.com.br/istoegente/124/aconteceu – Edição 124 – ACONTECEU  / por Tiago Ribeiro – 17/12/2001)

 

 

 

 

 

 

Peter Blake, um grande navegador assassinado  no Amapá, em 2001

 

Ele foi um neozelandês que alçou seu nome à constelação das grandes estrelas mundiais da navegação. Peter Blake (Auckland, 1° de outubro de 1948 -Macapá, 5 de dezembro de 2001), foi um velejador oceânico, nobilitado pela rainha de Inglaterra como ‘Sir’. Entre outros, detém um dos mais bonitos troféus de competições à vela: venceu em 1989-1990 a Whitbread, regata de volta ao mundo, hoje conhecida como Volvo Ocean Race.

 

Breve resumo da carreira de Peter Blake

 

Ele foi o único velejador a competir nas primeiras cinco provas da Whitbread . Em 1994 conquistou o troféu Júlio Verne e, em 1995, liderou a equipe da Nova Zelândia no seu primeiro triunfo histórico da  América’s Cup, o supra-sumo das provas à vela, voltando a ganhar a competição em 2000. Em 1996, passou a fazer parte do America’s Cup Hall of Fame.

 

Histórico na vela

 

Blake voltou para o desafio da America’s Cup em 1995, desta vez como  chefe do sindicato da equipe da Nova Zelândia. Com NZL 32, “Black Magic”, e batendo Dennis Conner por 5-0. NaAmerica’s Cup de 2000equipe da Nova Zelândia, ainda liderada por Blake, tornou-se a primeira equipe não americana a defender com sucesso a Copa América, batendo o veleiro Prada por 5-0. Após esta defesa, Sir Peter saiu do time.

 

Peter Blake, o ecologista

 

Em 1997, Blake tornou-se o chefe deexpedições da Sociedade Cousteau e capitão do Antarctic Explorer, que mais tarde comprou da Sociedade e renomeou Seamaster.

 

 

(Foto: http://www.bigwavetv.com)

 

 

Depois de deixar a Sociedade, liderou expedições para a Antártica e a Amazônia a bordo de Seamaster durante 2001. No mesmo ano, Blake foi nomeado enviado especial para o Programa de Meio Ambiente da ONU. E começou a filmar documentários para Blakexpeditions, empresa que ele fundou.

 

 

Peter Blake no Amazonas

 

 

Blake estava em uma expedição de pesquisa – patrocinada pela Omega. Chegou no Rio de Janeiro no dia 12 de setembro de 2001. Depois navegou para o norte. Chegou a Belém, onde a Amazônia se encontra com o Oceano Atlântico, no dia 2 de outubro. A tripulação  planejava navegar a montante e chegar à Venezuela no início de fevereiro. Blake tinha a bordo  14 tripulantes, incluindo a filha Sarah Jane. Nove pessoas estavam no Seamaster quando o ataque aconteceu.

 

 

A tragédia em Macapá noticiada pelo The Guardian

 

 

“O rio, perto de Macapá, é bem conhecido por sua violência. Blake não foi avisado dos perigos de ancorar na região, disse um caboclo. E prosseguiu: a policia definitivamente sabe quem fez isso, mas eles só vão pegá-los se houver pressão internacional suficiente.”

 

O veleiro, já rebatizado como Seamaster, havia atracado no balneário de Fazendinha (a 15 km de Macapá), no rio Amazonas.

 

 

Enquanto estava em sua jornada amazônica, Blake manteve um registro em seu site. A última entrada foi escrita na quarta-feira, no dia em que ele morreu. “Status: ainda motorizado. Condições: agradável”, escreveu ele. “O crepúsculo transformou a superfície do rio em um cinza gorduroso, com o céu escurecendo rapidamente depois que tons de cor laranja e  ouro desapareceram. “Mais uma vez, eu levanto a questão: por que estamos aqui? Nosso objetivo é  entender os motivos pelos quais todos devemos apreciar o que temos antes que seja tarde demais. Queremos motivar as pessoas que cuidam do meio ambiente. Queremos fazer a diferença.”

 

 

Peter Blake “queria fazer a diferença”

 

 

No dia seguinte ao que escreveu em seu site, num roubo banal que acontece todos os dias na desprotegida costa brasileira, o astro mundial da vela reagiu a um assalto. E foi fuzilado pelos bandidos. A reação mundial foi intensa: “Peter Blake, the world’s leading sailor, shot dead in attack by Amazon pirates” foi a manchete do The Guardian. “Sir Peter Blake killed in Amazon pirate attack”, escreveu o  The New Zeland Herald.

 

 

16 anos depois o Brasil prende o assassino de Peter Blake

 

 

Como sempre pouco noticiado no Brasil, o assunto é manchete novamente em todos os jornais dos USA à Europa, passando pela Ásia, e Oceania. O assassino de Peter Blake, morto em 2001, no Amapá, foi preso nesta quarta-feira (14/02/2018), em Breves, arquipélago do Marajó, Pará. José Irandir Cardoso foi condenado a 35 anos pelo homicídio. Ele estava foragido desde 2002.

 

 

E ainda por cima, prenderam-no por acaso…

 

 

Eita, país do herói sem caráter, eita! Quanta vergonha. Aconteceu assim: policiais do Grupo Tático Operacional (GTO) de Breves prenderam o assassino por acaso. Ele foi vítima de uma revista de rotina. Levado para a delegacia, constataram que se tratava do fugitivo da cadeia. Hoje está recolhido ao presídio de Breves, “à disposição da justiça.”

 

Justiça? Qual Justiça?

 

 

 

Sir Peter Blake

O funeral

 

 

O Brasil demorou 16 anos para fazer justiça ao herói…É a falta que nos faz uma guarda costeira.

 

 

 

Herói nacional da Nova Zelândia (foto: www.scoop.co.nz)

 

 

 

Homenagem dos velejadores da Eldorado Brasilis

 

Se a Justiça brasileira deu cano outra vez, o mesmo não aconteceu com a sociedade náutica. Todos, sem exceção, lamentaram o terrível crime. Envergonhados, um grupo do qual este escriba fazia parte, decidiu homenageá-lo numa das regatas promovidas pela Rádio Eldorado, desta vez na ilha de Trindade. Como a prova era anual, tivemos que esperar um ano. Mas em 2002 a flotilha levou uma placa em nome de todos os velejadores brasileiros. Ela foi pregada a uma rocha da ilha pelo navegador Carlos Brancante que, naquele ano, acompanhou a prova em seu trawler Lord Gato.

 

 

Placa em homenagem a Sir Peter Blake, numa rocha de Trindade (Foto: Carlos Brancante)

 

 

“Sir Peter Blake (1948 – 2001). O Maior velejador e ambientalista dos tempos modernos. Uma homenagem de todos os navegantes brasileiros, por parte da flotilha da regata Eldorado- Brasilis, Janeiro, 2002″.

 

A guarnição da Marinha do Brasil, estacionada em Trindade, posa ao lado da rocha.

(Fonte:https://marsemfim.com.br – EMBARCAÇÕES – NAVEGADORES / Por João Lara Mesquita – 16 de fevereiro de 2018)

Fontes:  http://www.scoop.co.nz/stories/HL0112/S00126.htm; https://www.google.com.br/search?q=funeral+of+Peter+Blake&dcr=0&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwi1guLUp6vZAhWHCpAKHaXWDZcQ_AUICigB&biw=1600&bih=735#imgrc=lWbnk3tHzvvGSM:; https://g1.globo.com/pa/para/noticia/assassino-de-velejador-campeao-mundial-e-preso-no-para-apos-16-anos-foragido.ghtml; http://www.brancanteseguros.com.br.

 

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