Paulo Leminski, escritor, crítico literário, tradutor e professor

0
Powered by Rock Convert

Muitos são os adjetivos que acompanham o nome de Paulo Leminski (Curitiba, 24 de agosto de 1944 – Curitiba, 7 de junho de 1989). Escritor, crítico literário, tradutor, professor e judoca faixa-preta são alguns, mas o maior de todos é o de poeta.

Com a antologia “Toda Poesia”, lançada pelo autor mostra ser ainda relevante: bateu, em março de 2013, “50 Tons de Cinza” no ranking dos mais vendidos.

É uma poesia super-irreverente. É essa a principal característica apontada nos versos de Leminski que permite que eles resistam ao tempo. [Ele] consegue falar em uma linguagem muito pop, em uma linguagem simples e sem nenhum floreio. Não há a dificuldade de se entender nada, é bem visual.

É a proximidade do meio virtual que garente a Leminski sua popularidade. A sua poesia tem grandes qualidades, mas algumas características, como o humor, a linguagem urgente e até uma certa melancolia – que ele chamava de parnasianismo chic –, que se adequam à linguagem da internet, das mídias sociais.

Leminski é autor de uma poesia que se entende rapidamente, sem deixar de contar com finezas verbais e sentido poético; poesia que geralmente carrega uma mensagem e capaz de falar de coisas concretas, tangíveis. Isso atrai mais do que a tendência abstratizante de grande parte da poesia lírica contemporânea.

Paulo Leminski: linguagem jovem Poesia marginal

Paulo Leminski: linguagem jovem Poesia marginal

Trajetória

Filho de pai polonês e mãe negra, Paulo Leminski Filho nasceu no dia 24 de agosto de 1944, em Curitiba. Quando criança, já participava de concursos de poesia, mas só foi ter trabalhos publicados em 1964, quando cinco poemas apareceram nas páginas da Revista Inverção.

No ano seguinte, lecionou história e redação em cursos pré-vestibular enquanto também trabalhava como professor de judô.

Mas o autor não se limitou aos poemas. Nos anos 1970 e 1980, Leminski expandiu seu leque de atuação escrevendo obras em prosa, biografias, ensaios e traduções.

Nomes como Samuel Beckett e James Joyce receberam versões em portiguês pelas mãos do curitibano, que também testava seu próprio talento como autor, como na prosa experimental “O Catatau”, de 1975.

E ele não parou por aí. Entrou para o mundo da música ao escrever “Verduras”, gravada por Caetano Veloso em 1981. O próximo passo foi assumir os vocais, o que fez principalmente em parceria com nomes como Moraes Moreira, Ivo Rodrigues e José Miguel Wisnik.

Dos inúmeros expontes da prolífica carreira de Paulo Leminski, são as poesias as obras mais lembradas – e influentes. Sua antologia poética, que em pleno século 21 chegou ao topo dos mais vendidos, mostra como seus versos ainda se comunicam com o público.

Paulo Leminski morreu em 7 de junho de 1989, por consequencia de um cirrose hepática da sofria já a alguns anos.

(Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/livros/2013-06-07/pop-e-irreverente- LIVROS – CULTURA/ Por Fernando Antonialli , iG São Paulo – 07/06/2013)

 

 

 

 

(Fonte: Veja, 21 de novembro de 1984 – Edição 846 – LIVROS/ Por Mário Sérgio Conti – Pág: 117)

Powered by Rock Convert
Share.