Os primeiros sintetizadores

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Faça um brinde ao MIDI que ele merece

Os primeiros sintetizadores MIDI foram o Prophet-600, da Sequential, e o JX3P, da Roland.

Se você não trabalha com música, é provável que nunca tenha ouvido falar disso. Saiba, porém, que o MIDI é uma das revoluções musicais das últimas décadas. Mudou a maneira como se toca e produz música. De tabela, influenciou praticamente tudo que ouvimos.

1) MIDI quer dizer, em inglês, Musical Instrument Digital Interface, ou “interface digital de instrumento musical”. Esse nome já dá uma pista clara do que se trata o MIDI. É um protocolo, uma linguagem única para que instrumentos eletrônicos (sintetizadores, baterias eletrônicas, computadores com software musical) possam “conversar” entre si. Todo instrumento com MIDI tem duas entradas, MIDI In e MIDI Out. O cabo tem seis pinos.

2) No final dos anos 70, os instrumentos eletrônicos ficaram mais acessíveis e menores, graças aos novos modelos de empresas japonesas como Yamaha, Korg e Roland. Era o fim da era dos sintetizadores analógicos, como Moog e o Hammond. Começava o tempo dos aparelhos com microprocessadores.

3) Os novos instrumentos se popularizaram rapidamente. Não é à toa que a virada dos 70 para 80 presenciou uma enxurrada de pop eletrônico, de grupos como Human League e Depeche Mode (foto acima). Nos EUA, Japão e Europa, tinha ficado muito mais barato comprar um instrumento eletrônico. Dez anos antes, músicos como Kraftwerk e Jean-Michel Jarre tiveram que investir pequenas fortunas para montar seus gigantescos aparatos musicais.

4) Havia só um problema com todos esses novos instrumentos digitais acessíveis. Cada um deles tinha desenvolvido sua própria linguagem. Dados para comandos relacionados a volume e timbre num teclado Yamaha, por exemplo, eram diferentes dos de um Roland.

5) Por que isso era um problema? Porque a grande maioria dos músicos usa mais de um instrumento eletrônico na hora de produzir uma música. Lembre-se que os instrumentos ainda eram limitados sonoramente nesse tempo. Sem falar que cada um tem sua identidade sonora. Então, um compositor podia querer usar o som de cordas do teclado X com a percussão de uma bateria eletrônica Y. Operacionalmente, isso era feito sempre com um instrumento “mestre” centralizando os outros instrumentos “escravos”. Se os instrumentos tem cada um sua linguagem, dá para imaginar a dificuldade de juntar tudo.

6) O americano Dave Smith, da Sequential Circuits, e o japonês Ikutaru Kakehashi, da Roland, resolveram a questão ao desenvolver o protocolo MIDI. Através dele, informações sobre os “ingredientes” de um som podiam ser interpretados por qualquer equipamento compatível. A preocupação de Smith e Kakehashi não era só artística, mas econômica. Eles acreditavam que ter um monte de instrumentos incompatíveis entre si iria prejudicar as vendas desse tipo de equipamento.

7) Os primeiros sintetizadores MIDI foram o Prophet-600, da Sequential (foto), e o JX3P, da Roland. Em pouco tempo, todos os novos lançamentos estavam convertidos ao protocolo. Os softwares musicais, que se popularizaram a partir do fim dos anos 80, também falavam a língua MIDI. Graças a ela, você pode usar um teclado musical para tocar sons que estão no seu computador

8) O protocolo enfrentou problemas técnicos nos primeiros anos. As informações relativas a timbres musicais ainda não eram unificadas. Isso foi resolvido em 1991, com a adoção do padrão General MIDI. O protocolo MIDI continua sendo padrão universal de instrumento ou equipamento musical eletrônico. Se você ligar o rádio ou TV agora, provavelmente vai ouvir uma música onde o protocolo MIDI teve alguma participação.

(Fonte: http://blogs.estadao.com.br/homem-objeto – 23 de janeiro de 2013 – Por Camilo Rocha)

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