Marni Nixon, nome artístico de Margaret McEathron, foi responsável por alguns dos momentos musicais mais marcantes da História de Hollywood

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Provavelmente, a voz mais conhecida de uma anônima responsável por alguns dos momentos musicais mais marcantes da História de Hollywood

Marni Nixon, a "voz invisível" de Hollywood (Foto: TWITTER)

Marni Nixon, a “voz invisível” de Hollywood (Foto: TWITTER)

 

Marni Nixon, a cantora fantasma dos grandes musicais do cinema

A soprano que dublou estrelas do cinema como Deborah Kerr, Audrey Hepburn, Marilyn Monroe e Natalie Wood Marni Nixon, a cantora fantasma dos grandes musicais do cinema (Foto: Billboard/Reprodução)

A soprano que dublou estrelas do cinema como Deborah Kerr, Audrey Hepburn, Marilyn Monroe e Natalie Wood (Foto: Hollywood Repórter/Reprodução)

 

Marni Nixon (Altadena, Califórnia, 22 de fevereiro de 1930 – Nova York, 24 de julho de 2016), foi responsável por alguns dos momentos musicais mais marcantes da História de Hollywood.

Quando musicais da Broadway como “O Rei e Eu” e “My Fair Lady” foram adaptados para o cinema, nas décadas de 1950 e 60, uma voz transformou atrizes consagradas em estrelas de primeira grandeza. Uma voz que encantou multidões, mas permaneceu desconhecida do público por anos. A dona desta voz é Marni Nixon, uma atriz e soprano que fez carreira em Hollywood como cantora fantasma, emprestando sua voz a Deborah Kerr, Audrey Hepburn e Natalie Wood. 

Foi voz dos números musicais de Audrey Hepburn no clássico My Fair Lady (1964), de Deborah Kerr no intemporal O Rei e Eu (1956) e de Natalie Wood no famoso West Side Story (1961). Marni Nixon, ou “a voz invisível” de Hollywood, encheu de talento muitas das fitas mais conhecidas da última década da Idade de Ouro do cinema.

Marni – nascida Margaret Nixon McEathron, em 22 de fevereiro de 1930, em Altadena, na Califórnia, e desde criança fez da música uma paixão: cantava em coros profissionais ainda antes de se tornar em soprano e descobrir o seu talento para “dar voz” aos momentos musicais cinematográficos.

Contratada como “ghost singer” (cantora fantasma) pelos maiores estúdios da época, é Marni Nixon que ouvimos cantando clássicos como “Shall we dance”, em “O Rei e Eu” (1956) e “I could have danced all night”, em My Fair Lady (Minha Bela Dama-1964). Fora do ecrã e longe do protagonismo cênico, a estrela Marni Nixon era considerada apenas um recurso técnico e assinava contratos que exigiam sigilo sobre sua voz. Nem mesmo seu nome era creditado nos filmes, para que não se revelasse na época que atrizes como Deborah Kerr, Audrey Hepburn e Natalie Wood (em Amor, Sublime Amor – 1961), eram dubladas nas canções.

Emprestando o seu talento vocal aos rostos conhecidos de Hollywood que protagonizavam os musicais, Marni Nixon não acendeu como poderia na indústria do cinema, o que a incomodou muito, pois tinha talento como cantora e era tão bela quanto Kerr, Hepburn e Wood.

Margaret Nixon McEathron começou a cantar em coros profissionais na adolescência. Ela estreou aos 17 anos na Filarmônica de Los Angeles sob a direção de Leopold Stokowski (1882-1977), estudando, depois, música clássica.

O seu primeiro trabalho como cantora fantasma no cinema foi para o filme O Jardim Secreto, de Frances Hodgson Burnett (1849-1924), em 1949. Ela dublou a atriz Margaret O’Brien nas canções.

Em 1949, forneceu pela primeira vez voz a um número musical de Hollywood, emprestando a Margaret O’Brien o seu talento numa adaptação de The Secret Garden. Quatro anos depois, era Marilyn Monroe a beneficiar do seu auxílio, trocando as notas mais altas do conhecido Diamonds are a girl’s best friends – no filme Gentlemen Prefer Blondes (1953) – (que Monroe não conseguia atingir) pela voz de Nixon.

Em 1953, Marni cantou as notas altas de “Diamonds are a girl’s best friends”, que Marilyn Monroe não conseguia atingir na versão para o cinema de Os Homens Preferem as Loiras”.

Em 1956, ela realizou um dos seus mais importantes trabalhos dublando Deborah Kerr no musical “O Rei e Eu”, da 20th Century Fox. Porém, o contrato para o filme exigia sigilo sobre sua voz. “Quando fiz O Rei e Eu, fui ameaçada pela 20th Century Fox. Disseram-me: se contares a alguém que emprestaste a voz à Deborah Kerr, garantimos que não arranjas mais trabalho”, contou em 2007, no programa Nightline, da ABC.

Mas, é por “I could have danced all night”, de My Fair Lady (1964), quando dublou Audrey Hepburn, que Marni foi mais lembrada ao longo de sua carreira de cantora.

Ser escalada em Hollywood apenas como cantora fantasma começou a incomodar Marni Nixon quando dublou Natalie Wood nas músicas do filme “Amor, Sublime Amor” (1961). “Percebi o quão importante a minha voz era para a imagem. Estava a dar o meu talento e outra pessoa ficava com o crédito”, disse ao jornal britânico The Times em 1967.

Marni acabou eventualmente por conseguir alguns pequenos papéis na indústria, incluindo o lugar de uma das freiras no A Música no Coração (1965) (Nixon canta “But her penitence is real” – na canção “Maria”.)

Em A Noviça Rebelde (1965), Marni fez uma pequena participação como atriz atuando como a freira Sophia.

Andou ainda pela animação – dando voz à ‘avó Fa’ no Mulan(1998) – pelo ensino – lecionando no California Institute of Arts e Music Academy of the West – e pela Broadway, participando em Follies de Sephen Sondheim e Nine de Maury Yeston.

Após o fim da era de ouro dos musicais em Hollywood

Com o declínio dos musicais em Hollywood e, consequente, diminuição de trabalhos, Marni Nixon começou a atuar nos palcos, como Eliza Doolittle em “My Fair Lady” e como Fraulein Schneider em “Cabaret”.

No fim dos anos 1970 e início dos 1980, ela apresentou um espetáculo infantil para a TV em Seattle chamado Boomerang.

Em 2001, substituiu Joan Roberts como Heidi Schiller na Broadway no revival de “Follies”, de Stephen Sondheim. Em 2003, voltou à Broadway no papel de mãe do personagem Guido no revival de “Nine”.

Em 1998, Marni Nixon cantou no filme de animação da Disney “Mulan”, no papel de Vovó Fa.

Em março de 2007 ela se envolveu numa versão concerto do musical “My Fair Lady”, no qual interpretou o papel de Mrs. Higgins, mãe do personagem Prof. Higgins.

Em 18 de junho de 2007, Marni se juntou a um grupo de voluntários que formaram, inspirados pelo documentário “Tocar y Luchar”. Objetivo era levar mais educação musical às crianças.

Com seu próprio nome, ela também gravou músicas de Jerome Kern (1885-1945), George Gershwin (1898-1937), Arnold Schönberg (1874-1951), Charles Ives (1874-1954) e Anton Webern (1883-1945), e foi aclamada pela crítica.

Vida pessoal

Nixon casou-se três vezes, tendo os seus dois primeiros casamentos terminados em divórcio.

De seu primeiro casamento, com o compositor de bandas sonoras Ernest Gold (que compôs a música-tema do filme “Exodus”, de 1960), ela teve três filhos, sendo um deles o cantor e compositor Andrew Gold (“Lonely Boy” e “Thank You For Being a Friend”), que faleceu em 2011 aos 59 anos. O casamento, que durou 19 anos, terminou em divórcio em 1969.

Em 1971, Nixon casou-se com Lajos Frederick Fenster, mas, passados quatro anos, a união também terminou em divórcio, em 1975.

Seu terceiro e último casamento ocorreu em 1983, com Albert Block, de quem ficou viúva em 2015, após 32 anos de união.

Marnie Nixon deixa três filhos fruto do seu primeiro casamento com Ernest Gold (1921-1999), compositor de bandas sonoras (de quem se divorciou em 1969).

Nixon morreu em 24 de julho de 2016 na cidade de Nova York, vítima de câncer de mama. Tinha 86 anos.

(Fonte: http://www.dn.pt/artes – DIÁRIO DE NOTÍCIAS – ARTES – CINEMA – 25 DE JULHO DE 2016)

(Fonte: http://www.diariodolitoral.com.br/cinema – DIÁRIO DO LITORAL – CINEMA/Por Bárbara Farias – 28 JUL 2016)

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