Marek Edelman, líder da revolta no Gueto de Varsóvia

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Marek Edelman (Gomel, Bielorrússia, 1º de janeiro de 1919 – Varsóvia, Polônia, 2 de outubro de 2009), último líder sobrevivente da revolta no Gueto de Varsóvia, que opôs, em 1943, judeus ao regime da Alemanha nazista. Ele foi o último líder sobrevivente da insurreição no Gueto de Varsóvia, ocorrida em 19 de abril de 1943, que falhou, levando à morte ou à deportação para campos de concentração mais de 55 mil judeus.

Marek Edelman, foi um dos comandantes da insurreição do gueto de Varsóvia, combatente da rebelião, cardiologista e militante da oposição democrática na época da Polônia comunista.
Marek Edelman integrou a oposição anti-comunista no país depois de guerra e chegou a mesmo eleito senador do país após a queda do comunismo.

 

Nascido numa aldeia, agora território da Bielorrússia, Edelman dizia frequentemente que não sabia que idade tinha, uma vez que os seus país morreram cedo e nunca ninguém lhe disse exactamente quando nasceu, muito embora o dia 1 de Janeiro de 1919 seja uma data provável.

 

Na capital polaca desde jovem, Edelman foi um dos heróis da resistência quando os nazis decidiram acabar com o gueto de judeus de Varsóvia, em 1943, quando apenas aí se encontravam 60 mil pessoas, isto após muitas terem partido para os campos de extermínio de Treblinka.

 

«Sabíamos perfeitamente que nunca poderíamos ganhar. Frente a 220 rapazes mal armados, havia um exército poderoso», contava Edelman, que lembrou que na altura os habitantes do gueto tinham apenas uma metralhadora, pistolas, granadas, garrafas com combustível e duas minas, uma das quais que nem sequer chegou a explodir.

A insurreição durou três semanas, tendo Marek Edelman comandado a resistência nos últimos dias de combate, isto depois de o comandante da insurreição se ter suicidado, numa altura em que os nazis para acabar com a revolta queimavam todas as casas do bairro.

Depois de sair do gueto, acompanhado de alguns combatentes, Edelman acabou por se juntar à resistência polaca, tendo depois participada na Insurreição de Varsóvia, em 1944, que custou a vida a 200 mil habitantes da capital polaca e que acabou com a destruição parcial da cidade.

Quando outros decidiram abandonar no país, Edelman insistiu em ficar, tendo depois da guerra juntado-se à oposição anti-comunista ao presidente Jaruselski, que impôs a lei marcial sobre o país em 1981.

Com a queda do regime comunista, foi eleito senador pela lista do Solidariedade e da União Democrática, tendo até à sua morte denunciado com insistência o racismo e o anti-semistismo na Polônia e no mundo.

 

Edelman morreu dia 2 de outubro de 2009, aos 90 anos, na capital polonesa Varsóvia. Bastante debilitado, já em cadeira de rodas, Edelman passou seus últimos momentos rodeado de amigos, nas casa da família Sawicka, onde vivia.

 

Em declarações à TSF, a vice-presidente da comunidade judaica em Portugal lembrou que esta insurreição foi a primeira «revolta coletiva do mundo durante a Guerra».

Esther Mucznik explicou ainda que «durante muito tempo, em geral, a população judaica tinha dificuldade em acreditar que havia campos de extermínio e que as pessoas iam para lá e eram assassinadas».

Esta responsável pela comunidade judaica em Portugal lembrou ainda que «quando os jovens começaram a ver o destino que os judeus do gueto de Varsóvia tinham eles resolvem pegar em armas».

«Tinham a perfeita consciência de que não iam sobreviver. Eles próprios diziam que queriam escolher a sua própria morte e mais valia para eles morrer de armas na mão do que morrer às mãos dos nazistas», acrescentou.

 

“Chegou à idade avançada (…) e viveu sempre consciente da tragédia que enfrentou. Não posso dizer que era insubstituível, ninguém o é, mas poucas pessoas foram como Marek Edelman…”, declarou o ex-chefe da diplomacia polonesa Wladyslaw Bartoszewski.

“Quero apresentar minhas condolências à família de Marek Edelman, à Nação polonesa e à Nação judaica. Ele era nosso herói comum”, declarou à TV estatal Shewah Weiss, ex-presidente do Parlamento israelense.

“O presidente Lech Kaczynski ficou comovido com esta informação”, declarou Maciekh Wypych, ministro da presidência polonesa.

(Fonte: Zero Hora –- Ano 46 –- N° 16.104 -– Obituário -– 04/10/09 -– Geral – Pág; 35)

(Fonte: http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=1379432 – TSF RÁDIO NOTÍCIAS – EUROPA – Áudio&Vídeo – 02 OUT 09)

(Fonte: http://veja.abril.com.br/agencias/afp/veja-afp/detail/2009-10-02-549612 – VARSÓVIA, Polónia (AFP) – 2 de Outubro de 2009)

Copyright © AFP – Agence France-Presse 

 

 

 

 

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