Leila Diniz, atriz e musa das mudanças de costumes no Brasil

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A revolução pela alegria

“Eu faço qualquer coisa que me dê alegria e dinheiro, seja Shakespeare ou Gloria Magadan.”

Leila Diniz (Niterói, 25 de março de 1945 – Nova Délhi, Índia, 14 de junho de 1972), atriz e musa das mudanças de costumes no Brasil.

No início dos anos 70, a atriz Leila Diniz – que virou símbolo da resistência à ditadura militar – chamou atenção ao exibir a gravidez de biquíni em uma praia carioca. Leila ficou famosa por quebrar tabus em uma época de conservadorismo sufocante.

Em 15 de agosto de 1971, a atriz Leila Diniz escandalizou o Brasil ao exibir sua gravidez de biquíni, na ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro. Leila, é considerada um dos ícones da resistência à ditadura militar.

Leila Diniz nasceu em 25 de março de 1945, em Niterói (RJ), foi como um terremoto a sacudir os usos e costumes da sociedade brasileira – especialmente nos anos 60, quando ela se transformou no maior ícone da liberdade feminina.

O mundo ouvia rock n roll, o Brasil irradiava a bossa nova e Leila desafiava, enfrentava, estimulava e divertia os brasileiros com atitudes e simbolismo.

Como atriz, tornou-se musa do embrionário cinema novo, movimento que propunha o rompimento dos padrões estéticos adotados até então – com base forte no modelo hollywoodiano.

No plano pessoal, desafiava regras que julgava impostas: era capaz de dizer palavrões em público, dar entrevistas em que revelava preferências sexuais ou trocar de namorado sem dar satisfações a ninguém. Em 1969, em entrevista ao jornal alternativo Pasquim, motivou a lei de censura prévia, apelidada de Decreto Leila Diniz, produzida pelo ministro da Justiça, Alfredo Buzaid. “Você pode amar muito uma pessoa e ir para a cama com outra. Já aconteceu comigo”, dizia. Sua imagem mais célebre, de 1971, na qual posou grávida de biquíni, na praia carioca de Ipanema, tinha o ineditismo incômodo que levou-a a ser acusada por feministas de servir aos homens.

O fulminante reinado de Leila Diniz – cinco anos, desde “Todas as Mulheres do Mundo”, filme de 1967 – abriu-se com o sorriso que ela exibia então, numa entrevista: “Serei feliz se chegar aos quarenta anos com a mesma curioside=ade de hoje, descobrindo este mundo feliz, muito feliz.”
Tinha 22 anos e uma história para contar. Dois anos antes, era uma professora primária que ia de ônibus dar aula num subúrbio carioca. Moça de classe média, com três irmãs (Lígia, uma delas, é atriz) e um irmão, fugira de casa uma vez, aos catorze anos, e, depois da volta, mudou-se definitivamente aos quinze, com permissão dos pais.

Ganhava pouco, foi ser modelo de propaganda. Tomou coca-cola, recomendou sabonetes. Um dia, em 1965, apareceu no Rio de Janeiro e na sua vida de garota propaganda um cineasta sueco, Arne Sucksdorf, que tentava filmar uma história sobre garotos pobres.

A esquerda a considerava artificial e a direita, imoral. Leiluska, como era chamada pelos amigos, saiu de casa aos 17 anos para morar com o cineasta Domingos de Oliveira, que a dirigiu em Todas as Mulheres do Mundo (1966). Mais tarde, casou-se com o também cineasta Ruy Guerra, pai de sua única filha, Janaína. Sete meses depois do nascimento da menina, Leila morreu no acidente aéreo em que o avião da Japan Airlines explodiu perto de Nova Déli, na Índia.

A atriz voltava da Austrália, onde participara do Festival Internacional de Adelaide para promover o filme Mãos Vazias. Leila havia antecipado o voo de volta por causa da saudade que sentia da filha. Mãe devotada, morreu aos 27 anos e deixou um exemplo para sua geração: Leila viveu a vida com autenticidade, espontaneidade, irreverência, alegria e muita paixão.

(Fonte: Zero Hora – ANO 50 – N° 17.697 – 25 de março de 2014 – Almanaque Gaúcho – Hoje na História/ Por Ricardo Chaves – Pág: 46)
(Fonte: http://www.terra.com.br/istoegente/100mulheres/comportamento/leila – COMPORTAMENTO)

(Fonte: http://noticias.bol.uol.com.br/fotos/entretenimento/2013/12/04/nudez-com-causa- 15.ago.1971)

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