Kaúlza de Arriaga, foi um dos mais temidos e contestados chefes militares do Estado Novo

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Foi uma das principais figuras salazaristas

O general Kaúlza de Arriaga (Foto: DR)

O general Kaúlza de Arriaga (Foto: DR)

Kaúlza Oliveira de Arriaga (Porto, 18 de janeiro de 1915 – Lisboa, 3 de fevereiro de 2004), general português, foi uma das principais figuras da ditadura de Salazar Kaulza de Arriaga foi comandante das forças terrestres em Moçambique de 1969 a 1970 e comandante-em-chefe das forças armadas nos três anos seguintes. 

Nascido no Porto, a 18 de janeiro de 1915, Kaúlza de Arriaga formou-se em engenharia na Academia Militar e fez a sua formação de chefe militar no Instituto de Altos Estudos Militares, onde frequentou o curso de Estado-Maior e o curso de Altos-Comandos. Mais tarde, exerceu os cargos de chefe de gabinete do ministro da Defesa (1953/1955) e, quando eclodiu a Guerra Colonial, em Março de 1961, ocupava as funções de secretário de Estado da Aeronáutica. Em 1969, foi para Moçambique chefiar as Forças Terrestres e de 1970 a 1973 assume o posto de Comandante-Chefe das Forças Armadas nesta província ultramarina. 

Ideologicamente muito ligado ao regime do Estado Novo, Kaúlza foi passado compulsivamente à reserva em maio de 1974, poucos dias depois da revolução de abril de 1974, mas não pelo Movimento dos Capitães, MFA. Foi a Junta de Salvação Nacional, liderada por António Spínola, que assumiu aquilo que sempre considerou um saneamento. A 28 de Setembro viria mesmo a ser preso e nessa situação se manteve até 1976.

Kaúlza de Arriaga foi um dos mais temidos e contestados chefes militares do Estado Novo e, em concreto, durante a fase em que assumiu as funções de comandante-chefe das Forças Armadas em Moçambique, onde conduziu as tropas portuguesas para a Operação Nó Górdio, uma ação militar clássica, ou seja, de guerra convencional, que foi a maior de toda a Guerra Colonial em meios humanos (oito mil homens) e materiais, mas veio a ficar muito aquém dos objetivos pretendidos. 

Nos números oficiais esgrimidos por Kaúlza contra os seus críticos a operação custou a vida a 26 militares portugueses, para além de 27 feridos graves e não os “cento e tal mortos e inúmeros feridos” várias vezes referenciados por alguns dos seus opositores, como o marechal Costa Gomes, também já falecido.

Acusaram-no de ter ordenado o massacre de 16 de dezembro de 1972 na aldeia moçambicana de Wiryamu, que custou a vida de centenas de pessoas. O general Kaulza de Arriaga sempre negou ter sido responsável por essa matança. 

Também se opôs energicamente à descolonização e à Revolução dos Cravos, que acabou finalmente com o regime do ditador Salazar, qualificando esse acontecimento como “o maior desastre da história de Portugal”.

No livro “Sobre Portugal”, Costa Gomes considerou a Nó Górdio uma ação muito onerosa, inconveniente para as Forças Armadas por ter transferido para a Frelimo, o movimento de luta pela independência de Moçambique, a iniciativa operacional. Kaúlza sempre manteve a tese de que a Operação Nó Górdio e outras que se seguiram tiveram o mérito de vencer a Frelimo em Cabo Delgado e levar o domínio militar português a uma zona de alta importância estratégica, onde começava a ser erguida a barragem de Cabora Bassa.

Kaulza de Arriaga morreu em Lisboa, no Hospital Militar da Estrela, na sequência de uma doença respiratória, em 3 de fevereiro de 2004, aos 89 anos de idade. 

(Fonte: https://www.publico.pt/politica/noticia -1184899 – POLÍTICA – NOTÍCIA – 03/02/2004)

(Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI263740-EI315,00- NOTÍCIAS – MUNDO – 3 de fevereiro de 2004)

AFP – Todos os direitos de reprodução e representação reservados.

 

 

 

O general Kaúlza de Arriaga, antigo comandante-chefe das forças coloniais portuguesas em Moçambique e um dos principais inimigos do regime instalado em abril de 1974, foi libertado em 1976 da prisão sem ter ido a julgamento e desde então vem atuando na política. Recentemente, numa festa nos salões do Teatro Monumental, em Lisboa, foi apresentado o Movimento Independente para a Reconstrução Nacional (MIRN), organização fundada pelo general em dezembro de 1976 e que não teve problemas para ser oficializada.

(Fonte: Veja, 13 de abril de 1977 – Edição 449 – PORTUGAL – Pág: 44/46)

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