Joachim Ronneberg, frustrou planos nazistas de desenvolver bomba atômica, liderou missão de sabotagem que paralisou o programa de pesquisa nuclear de Hitler

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Considerado um herói na Noruega, Joachim Ronneberg frustrou planos nazistas de desenvolver bomba atômica

 

 

 

JOACHIM RØNNEBERG

Joaquim Ronneberg (primeiro à esq.), herói da operação de comando que destruiu fábrica nazista na Segunda Guerra Mundial. (Foto: AFP)

 

 

Norueguês frustrou os planos nucleares de Hitler

 

Em fevereiro de 1943, ele liderou missão de sabotagem que paralisou o programa de pesquisa nuclear de Hitler

 

 

Joachim Holmboe Ronneberg (Ålesund, Noruega, 30 de agosto de 1919 – 21 de outubro de 2018), norueguês que liderou uma das mais importantes operações de sabotagem contra os nazistas na Noruega durante a Segunda Guerra Mundial.

 

 

Quando as tropas da União Soviética estavam prestes a ocupar Berlim, em maio de 1945, rumores de que os nazistas se preparavam para lançar uma “arma secreta” ainda causavam apreensão entre as Forças Aliadas. O rápido avanço do Exército Vermelho para derrotar a capital do nazismo indicava, entretanto, que o exército de Adolf Hitler já não tinha mais forças para combater. Uma história que poderia ser muito diferente se não fosse a atuação do norueguês Joachim Ronneberg e sua equipe de companheiros em sabotar instalações nazistas que pretendiam desenvolver uma bomba atômica.

 

 

Ronneberg, teve uma atuação na Segunda Guerra Mundial digna de filme hollywoodiano: nascido em 1919 na cidade norueguesa de Aalesund, ele saiu de seu país em 1940 após a invasão das tropas nazistas. Logo se reuniria com outros compatriotas no Reino Unido, onde iniciaram treinamentos militares para fazer parte de um grupo de resistência à ocupação alemã.

 

 

Em 1943, Ronneberg e seus amigos foram convocados para participar de uma missão ultra-secreta, que ocorreria em território norueguês: no sul do país, os nazistas realizavam a fabricação industrial de água pesada, substância que é um componente essencial para o desenvolvimento de armas atômicas. A fábrica norueguesa Norsk Hydro era a única no mundo com tecnologia suficiente para produzir água pesada em grande quantidade.

 

 

Desde 1939, as Forças Aliadas recebiam informações de que Adolf Hitler tinha interesse em aplicar a descoberta da fissão nuclear para fins militares (em dezembro de 1938, os físicos alemães Otto Hahn e Fritz Strssmann conseguiram quebrar o núcleo do átomo de urânio e produzir uma enorme quantidade de energia). Durante a Segunda Guerra Mundial, cientistas nazistas trabalharam no desenvolvimento de reatores nucleares, enriquecimento de urânio e fabricação de água pesada.

 

 

Para frear os objetivos nucleares da Alemanha, Ronneberg e suas forças especiais deveriam invadir a Norsk Hydro e destruir a linha de montagem de água pesada. A missão se tornaria ainda mais difícil porque eles precisavam saltar de paraquedas em uma região montanhosa e passar as linhas inimigas sem serem notados. Apesar da forte vigilância, eles conseguiram invadir o local, plantar cargas explosivas na linha de montagem e escapar do complexo industrial.

 

 

Munidos de esquis, eles percorreram centenas de quilômetros para escapar da Noruega e chegar até a Suécia, país vizinho que se mantinha neutro no conflito. Fugindo de 3 mil soldados nazistas, Ronneberg e seus companheiros cumpriram o objetivo com sucesso.

 

 

A história do norueguês ficaria conhecida após o final da Segunda Guerra Mundial: ele e sua equipe de combatentes foram condecorados como heróis pelo rei norueguês, Haakon VII. Em 1965, o filme Os Heróis de Telemark, estrelado pelo ator Kirk Douglas, retratou a missão nos cinemas. Em entrevista à rede britânica BBC décadas após a aventura, Ronneberg afirmou que “nós éramos um grupo de amigos fazendo um trabalho em equipe”. Muita modéstia para quem ajudou a salvar o planeta do totalitarismo.

 

 

Considerado um herói no seu país, ele comandou um grupo de nove homens que sabotaram uma fábrica norueguesa que produzia água pesada nas primeiras horas de 28 de fevereiro de 1943, paralisando o programa de pesquisa nuclear alemão.

 

 

Situada na cidade de Rjukan, no sul da Noruega, a fábrica de Vemork era, naquela época, a única no mundo capaz de produzir água pesada em quantidades significativas. Em uma corrida contra o relógio com os Aliados pelo controle do átomo, os nazistas rapidamente assumiram o controle das instalações da usina, depois de invadirem a Noruega em 1940.

Este episódio foi imortalizado pelo cinema em 1947 com o filme “A Batalha de Água Pesada”, de Jean Dréville (1906-1997), e, em 1965, por “Os Heróis de Telemark”, com a atuação de Kirk Douglas, e foi um dos principais feitos da resistência norueguesa.

No entanto, Joachim Ronneberg relutou por um longo tempo em falar sobre sua experiência no conflito. Apenas na década de 1970, começou a falar sobre suas façanhas.

“Eu me dei conta de que as pessoas esperavam uma resposta. É importante que todos saibam o que aconteceu e, então, tenhamos as melhores opções”, disse ele à NRK, em 2015.

“Aqueles nascidos nesta era devem entender que sempre temos que estar prontos para lutar pela paz e pela liberdade”, acrescentou.

Ronneberg, que se tornou jornalista depois da guerra, também ficou conhecido na Noruega por seu compromisso com os jovens de aumentar a conscientização sobre os perigos da guerra.

Joachim Ronneberg morreu em 21 de outubro de 2018, aos 99 anos.

 

“Ronneberg é, provavelmente, o último dos resistentes mais proeminentes a nos deixar”, disse a primeira-ministra norueguesa, Erna Solberg, à agência de notícias NTB.

(Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/10/21 – MUNDO / NOTÍCIA / Por France Presse – 21/10/2018)

(Fonte: Zero Hora – ANO 55 – N° 19.225 – 22 de outubro de 2018 – TRIBUTO / MEMÓRIA – Pág: 39)

(Fonte: https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Historia/noticia/2018/10 – SOCIEDADE / HISTÓRIA / POR REDAÇÃO GALILEU – 24/10/2018)

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