Gunther Schuller, compositor e trompetista, foi líder da terceira corrente do jazz, movimento que fundiu o gênero com música clássica

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Artista recebeu um Pulitzer por canção dedicada à esposa

Trompista Gunther Schuller, vencedor do Pulitzer de música em 1994

 

Trompista Gunther Schuller, foi o vencedor do Pulitzer de música em 1994 - (Foto: AP)

Trompista Gunther Schuller, foi o vencedor do Pulitzer de música em 1994 – (Foto: AP)

 

Gunther Alexander Schuller (Nova York, 22 de novembro de 1925 – Boston, 21 de junho de 2015), compositor e trompetista norte-americano. Músico foi líder da terceira corrente do jazz, movimento que fundiu o gênero com música clássica

O premiado trompista Gunther Schuller, líder da terceira corrente do jazz — movimento que funde o gênero com música clássica — nasceu em 22 de novembro de 1925, em Nova York, e cresceu em uma família de músicos clássicos. Seu avô foi maestro na Alemanha e seu pai era violinista na Filarmônica de Nova York. Ele desenvolveu seu lado musical com uma trompa francesa. Enquanto adolescente, nos anos 1940, ele tocava no Teatro Americano de Balé e na Ópera Sinfônica de Cincinnati. Depois, integrou a Orquestra da Ópera Metropolitana, onde ficou até 1959.

Como compositor, Schuller escreveu mais de 200 obras, incluindo trabalhos solo e orquestrais, música de câmara, ópera e jazz. Sua composição “Of reminiscences and reflections”, obra orquestral dedicada à esposa Marjorie Black, venceu o prêmio Pulitzer de música em 1994.

Conhecido por ser o fundador do movimento “Third Stream” (Terceira Corrente, em tradução livre), que mistura jazz com música clássica, Schuller recebeu um prêmio Pulitzer, em 1994, por seu trabalho orquestral “Of Reminiscences and Reflections” – composto em homenagem a sua esposa, Marjorie Black.

O artista é descendente de uma família de músicos, sendo que seu avô foi maestro na Alemanha e seu pai foi um violinista da Filarmônica de Nova York. Desde cedo, Schuller demonstrou o mesmo talento de seus genitores e começou sua carreira ainda na infância.

Ao todo, ele compôs mais de 200 canções entre a música clássica e o jazz.

Novos sons que o influenciaram apareceram a partir do momento em que ouviu pela primeira vez Duke Ellington na rádio.

“Eu disse a meu pai: ‘sabe, pai, eu escutei uma música ontem à noite, do Duke Ellington, e era tão boa quanto Beethoven e Mozart'”, contou o músico em entrevista em 2009. “Meu pai quase teve um ataque cardíaco porque era herético dizer aquilo”.

A nova paixão do trompista o conduziu aos clubes de jazz em Nova York, onde ele se envolveu na cena efervescente do bebop no final dos anos 40. Ele começou sua carreira com o trompetista Miles Davis, como parte do grupo que gravou “Birth of the cool” (1949-50). Então, ele tocou e gravou com astros do jazz como J. J. Johnson (1924-2001), Eric Dolphy (1928-1964), Dizzy Gillespie, Ornette Coleman e Charles Mingus.

Nos anos 50, Schuller trabalhou com o pianista John Lewis, do Modern Jaz Quartet, para formar a Sociedade de Jazz Moderno, como esforço para unir jazz e música clássica, no que chamou de “terceira corrente”.

“Quando comecei a coisa toda em 1957 com a terceira corrente, foi muito controverso”, afirmou Schuller, em entrevista em 2010. “Eu fui criticado pelos dois lados. Músicos clássicos, compositores e críticos pensavam que a música clássica seria contaminada pela baixa música jazz, essa música de negro. E os jazzistas diziam ‘Meu deus, a música clássica vai invalidar nossa música grandiosa e espontânea’. Não fazia o menor sentido, era ignorante, claro. Eventualmente, as duas se uniram de qualquer forma”.

Schuller e Lewis fundaram também a Escola de Jazz Lenox, em Massachusetts, que trouxe Ornette Coleman para o programa de verão em 1959 logo antes de o pioneiro do jazz livre fazer sua estreia histórica em Nova York.

Nos anos 60, ele também fundou o New England Conservatory Ragtime Ensemble, que recebeu um prêmio Grammy de melhor apresentação de música de câmara em 1973 pelo álbum “Joplin: The red back book”. Schuller ganhou mais dois Grammys ao longo da carreira por melhor notas de encarte.

Como escritor, Schuller é autor de livros educacionais e sobre a história do jazz, como “Early jazz: its roots and musical development” (1968) e “The swing era: the development of jazz, 1930-1945”. Em 2011, ele publicou a primeira parte de sua autobiografia, “Gunther Schuller: A life in pursuit of music and beauty”.

Entre as principais obras orquestrais de Schullers estão “Symphony” (1965), “Seven studies of Paul Klee” (1959) e “An arc ascending” (1996). Ele compôs duas óperas: “The visitation” (1966), baseada na história de Franz Kafka, e a ópera infantil “The fisherman and his wife”, com texto de John Updike, inspirado no conto de fada de Grimm.

Seus trabalhos no estilo da terceira corrente incluem “Transformation for jazz ensemble” (1957), “Concert for jazz quartet and orchestra” (1959) e “Variants on a theme of thelonious monk” (1960).

Em 2008, o artista foi agraciado com a “Jazz Master” da National Endowment for the Arts, a mais alta condecoração do mundo do jazz.

Em 2008, Schuller foi nomeado como mestre do jazz pela Doação Nacional para as Artes, a maior honra americana para o jazz. No mesmo ano, a Colônia MacDowll, um programa de residência para artistas prestigiados, o condecorou com o prêmio de Lifetime Achievement “por servir de exemplo a descoberta e experimentação” como compositor e professor.

Gunther Schuller faleceu em 21 de junho de 2015 por “diversas complicações em sua saúde”, num hospital de Boston.

(Fonte: http://www.jb.com.br/cultura/noticias/2015/06/22 – JORNAL DO BRASIL – CULTURA / por Agência ANSA – 22/06/2015)

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/musica -16516346#ixzz3dsxG0hra – CULTURA – MÚSICA – por AP – 22/06/2015)
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