Ginger Baker, lendário baterista que fundou Cream com o guitarrista Eric Clapton e o baixista Jack Bruce em 1966

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Ginger Baker, baterista icônico que tocou com Cream, Fela Kuti e Blind Faith

 

Músico que fez parte do Cream com Eric Clapton inventou um estilo de percussão rápido.

 

 

Ginger Baker em imagem de 17 de dezembro de 2008 — (Foto: MJ Kim/AP)

Ginger Baker, lendário baterista e um dos fundadores do Cream

 

 

Peter Edward “Ginger” Baker (Lewisham, Londres, 19 de agosto de 1939 – Cantuária, Reino Unido, 6 de outubro de 2019), baterista do grupo de rock britânico Cream, também formado por Jack Bruce (voz e baixo) e Eric Clapton (guitarra).

 

 

Tido como temperamental, Baker um baterista que ficou conhecido por ter feito parte do conjunto Cream, onde era colega de Eric Clapton é um dos três grandes bateristas britânicos da história do rock, que fizeram lenda na segunda metade dos anos 1960 junto com Charlie Watts (Rolling Stones) e Mitch Mitchell (Jimi Hendrix Experience).

 

 

Baker usava sua técnica de jazz e seu conhecimento de blues na música popular e se tornou um dos músicos mais admirados e também temidos.

 

 

Nascido em Lewisham, bairro no sudoeste de Londres, em 1939, o músico deu seus primeiros passos no mundo do jazz britânico, que, à época, abria-se para o rhythm’n blues.

Em 1962, substituiu Charlie Watts, que se incorporou aos Rolling Stones, no grupo de Alexis Corner.

 

 

Ginger Baker se tornou uma lenda como membro dos Cream, o famoso trio composto também pelo guitarrista Eric Clapton e pelo baixista Jack Bruce. Nesse grupo, destacou-se por seus solos intermináveis e por seu estilo inconfundível.

 

 

Depois da dissolução do Cream em 1968, incorporou-se ao Blind Faith, antes de fundar a Ginger Baker’s Air Force, junto com Stevie Winwood. Nele, interpretaram um rock psicodélico com toques de rythm’n blues, incursões na folk music, cantos indígenas e percussões africanas.

 

 

Com dois bumbos (aquela parte da bateria que é acionada com os pés), ele inventou um estilo de percussão polirrítmico rápido que inspirou outros músicos depois dele.

 

Após sua passagem por Lagos, aonde foi para ampliar seus conhecimentos das polirritmias africanas, voltou para a Inglaterra e experimentou o rock progressivo.

Nos anos 1980, fundou uma escola de bateria em Milão e, depois disso, mudou-se para a Califórnia, dedicando-se ao funk e ao afrojazz.

 

 

Entre seus discos mais conhecidos, está “Going back home”, de 1993, gravado com o guitarrista Bill Frisell e o contrabaixista Charlie Haden.

 

 

Ele também ficou conhecido por explodir fora do palco –ele detestava seu colega de banda Jack Bruce.

O músico atacou um documentarista, Jay Bulger, e o deixou com o nariz quebrado. O filme, lançado em 2012, foi intitulado “Tome cuidado com o senhor Baker”.

Ginger no ranking

A revista “Rolling Stone” uma vez o classificou como o terceiro maior baterista de todos os tempos, atrás de Keith Moon (Rolling Stones) e John Bonham (Led Zeppelin).

Baker desprezava Moon, que ele classificava como um baterista que só batia, sem estilo.

Ele se enxergava como um músico completo e sofisticado –um arranjador, compositor, estudioso da arte, que absorvia sons do mundo inteiro.

Ginger tocava jazz durante a adolescência e passou anos na África nos anos 1970, onde virou amigo próximo de Fela Kuti, o músico e ativista nigeriano.

“Ele era tão único e tinha uma personalidade muito distinta”, disse Stewart Copeland, do The Police, em 2013.

“Ninguém seguia seus passos, todos tentavam ser John Bonham, mas é raro ouvir alguém tentar personificar Ginger Baker.”

Três estrelas

Muitos fãs, no entanto, pensam em Baker como uma estrela, que se juntou a Eric Clapton e Bruce no meio dos anos 1960 para formar o Cream –um “power trio” que foi um dos primeiros supergrupos.

A banda Cream, acompanhada de duas mulheres não identificadas, em agosto de 1967: Jack Bruce (esq.), Ginger Baker (centro) e Eric Clapton (dir.) — (Foto: Peter Kemp/AP)

Os três eram conhecidos na cena de blues de Londres e, juntos, fizeram história ao elevar a potência musical para além das canções, até mesmo em hits como “Sunshine of Your Love”, “I Feel Free” e “White Room”.

O Cream foi uma das bandas de maior sucesso de seu tempo, venderam mais de 10 milhões de discos.

Mas em 1968, Baker e Bruce já estavam esgotados, e até mesmo Eric Clapton estava cansado das maratonas de “jams” –uma canção, “Toad”, tinha um longo solo de bateria.

O Cream acabou no fim daquele ano, com dois shows lotados no Albert Hall, de Londres.

Baker ouviu do documentarista Bulger que ele era um dos pais do heavy metal, e respondeu que o estilo “deveria ter sido abortado”.

Supergrupo número 2

Para a surpresa de muitos, especialmente Clapton, ele e Baker logo voltaram a fazer parte de outro supergrupo, Blind Faith, que também tinha o tecladista e cantor Stevie Winwood e o baixista Ric Grech.

De acordo com Clapton, ele e Winwood estavam tocando de maneira informal, quando Baker apareceu (o baterista afirmava que Clapton o havia convidado).

Eles foram nomeados de Blind Faith pelo próprio Clapton.

Havia grandes expectativas em cima do conjunto desde o momento em que ela estreou, em junho de 1969, em um show para 100 mil pessoas no Hyde Park, em Londres.

O grupo se dissolveu pouco depois de um único disco, que tinha, na sua capa, uma foto de uma menina de topless.

Vida na África

A partir dos anos 1970, Baker ficou mais imprevisível. Ele se mudou para a Nigéria, começou a jogar polo e dirigia um Land Rover pelo deserto do Saara.

Depois, se mudou para um rancho na África do Sul, se divorciou de sua primeira mulher e se cansou outras três vezes.

Ele gravou com com Fela Kuti e outros nigerianos, tocou com Art Blakey, Elvin Jones e outros bateristas de jazz e também com o Public Image Ltd (banda de John Lydon, dos Sex Pistols).

Ele fundou o Ginger Baker’s Air Force, que custou uma fortuna e implodiu depois de dois discos.

O melhor dos inimigos

Baker aturou seu antigo inimigo, Bruce, quando o Cream foi nomeado para o Rock and Roll Hall of Fame em 1993, e para shows de reunião da banda, uma década mais tarde.

Bruce morreu em 2014.

Aos 70 anos, Baker continuou a se apresentar, apesar da artrite, problemas no coração, perda de audição decorrente de seus anos com o Cream e de uma doença pulmonar por causa do cigarro.

Familiarizado com vícios e um inimigo da modéstia, ele intitulou seu livro de memórias como “Hellraiser: a autobiografia do maior baterista do mundo” (“hellraiser” é uma pessoa que causa problemas por estar bêbado).

Um trecho do livro: “John Bonham uma vez disse que só havia dois bateristas no rock inglês: ele mesmo e Ginger Baker. Minha reação foi: ‘Seu desgraçado atrevido!’”.

Nascido em 1939, Peter Edward Baker era o filho de um pedreiro que morreu durante a Segunda Guerra, quando Ginger tinha 4 anos.

Seu pai deixou uma carta que Baker frequentemente citava: “Use seus punhos, com frequência eles são seus melhores amigos”.

Origens em Londres

Baker se tornou adulto quando Londres estava conhecendo o blues, e entre os pioneiros havia nomes que se tornariam grandes estrelas, como Clapton, Mick Jagger e Jimmy Page entre eles.

Baker integrou o Alexis Korner’s Blues Incorporated, onde ele conheceu o baixista Jack Bruce, por quem ele rapidamente passou a desgostar, por tocar muito alto.

Os dois também viraram membros do grupo popular Graham Bond Organization.

Clapton era um guitarrista famoso por seu trabalho com o conjunto Yardbirds e com os John Mayall’s Blues Breakers.

Clapton, Baker e Bruce chamaram seu grupo de Cream –em inglês, a palavra é uma metáfora para o melhor– porque se consideravam os músicos mais técnicos.

Ginger Baker faleceu no Reino Unido aos 80 anos – em 6 de outubro de 2019.

(Fonte: https://istoe.com.br – EDIÇÃO Nº 2597 – ENTRETENIMENTO / CULTURA / Por AFP – 06/10/19)

(Fonte: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2019/10/06 – POP & ARTE /  MÚSICA / Por Associated Press – 06/10/2019)

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