George A. Romero, diretor de clássicos como A Noite dos Mortos-Vivos, considerado o pai e lenda do cinema zumbi

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Diretor de ‘A Noite dos Mortos-Vivos’ – Considerado o pai do cinema zumbi

 

O cineasta George Romero (Foto: Tony Gentile/Reuters)

O Diretor George A. Romero coloca para os fotógrafos antes da exibição do filme “Survival of the Dead” no 66º Festival de Cinema de Veneza em 9 de setembro de 2009. (Foto: REUTERS / Tony Gentile / File Photo)

 

Precursor dos filmes de zumbis

Diretor é considerado o criador dos filmes de zumbi como conhecemos

 

George Andrew Romero (Nova York, 4 de fevereiro de 1940 – Toronto, 16 de julho de 2017), cineasta de clássicos como A Noite dos Mortos-Vivos (1968) e outros filmes do gênero, foi diretor e lenda dos filmes de zumbis. O cineasta é considerado o pai dos filmes de zumbi modernos e foi um dos nomes que revolucionou o gênero no cinema.

 

Apesar de contar com um orçamento de apenas US$ 100 mil, conseguiu arrecadar US$ 30 milhões em bilheterias do mundo todo, rendendo cinco sequências. Entre elas, “Despertar dos Mortos” (1978) e “Dia dos Mortos” (1985). Inspirou um gênero que continua em alta em Hollywood, embora Romero sempre tenha dito que se inspirou no livro “Eu sou a Lenda” (1954), de Richard Matheson.

 

Sua obra inclui o filme de ação “Cavaleiros de aço” (1981) e o terror “Creepshow – Show de horrores” (1982), escrita por Stephen King.

 

 

Diretor de cinema George A. Romero, em Nova York, em 5 de novembro de 2016 – (Foto: GETTY IMAGES/AFP)

 

Filme de baixo orçamento

 

Feito em preto e branco, “A noite dos mortos-vivos” foi um filme de pouco investimento, apenas US$ 114 mil, mas acabou fazendo muito sucesso e praticamente recriando o gênero de zumbis. O longa arrecadou cerca de US$ 30 milhões e se tornou um clássico.

Romero começou a era dos filmes de zumbi e redefiniu o gênero de terror com A Noite dos Mortos-Vivo, que escreveu ao lado de John A. Russo e dirigiu em 1968. Ao contrário dos filmes dos anos 50 que contavam com cientistas excêntricos, gargalhadas malévolas e castelos mal-assombrados, o longa era mais cru e realista.

 

A Noite dos Mortos-Vivos tinha Duane Jones, Judith O’Dea e Karl Hardman no elenco e conta a história de sete pessoas que ficam presas em uma fazenda rodeada de zumbis. O filme, que ajudou a definir a mitologia moderna dos zumbis de Romero, foi rodado por US$ 114 mil e arrecadou US$ 30 milhões mundialmente.

 

A maioria dos filmes foi rodada em Pittsburgh e seus arredores, no estado da Pensilvânia, onde fica a Universidade Carnegie-Mellon. Foi onde o diretor estudou.

 

Romero nasceu em 4 de fevereiro de 1940, em Nova York, filho de pai cubano e de mãe lituano-americana.

 

George A. Romero passou seus últimos anos desiludido com Hollywood. Tentava filmar, e não conseguia mais patrocínio – justamente ele, o pai dos filmes de zumbis. Não que os tenha inventado, porque já havia filmes de mortos-vivos nos anos 1940, mas não no seu estilo realista. Ele inventou o zumbi moderno e quem hoje se impressiona com Walking Dead é porque não viu direito A Noite dos Mortos-Vivos, o clássico de Romero, de 1968.

 

No Dicionário de Cinema, Jean Tulard diz que A Noite dos Mortos-Vivos colocou Romero no interior do “restrito círculo dos mestres de horror”. E acrescenta que ele conseguiu tornar verossímil a velha história de ressuscitados graças ao “contexto neorrealista”. Mais que de horror, o filme é 100% político. Nos seus mortos-vivos, Romero conseguiu metaforizar a luta por direitos civis na ‘América’ dos anos 1960. Seu cinema foi sempre assim, político. E por isso ele criticava Hollywood. “Quando fiz Terra dos Mortos, e foi meu filme mais caro, o dinheiro não estava na tela. Só os charutos que Dennis Hopper filmava no set e foram incorporados ao custo da produção saíram mais caro que todo A Noite dos Mortos-Vivos. Hollywood inflacionou-se a si mesma”, reclamava.

 

Romero continuou historiando os EUA através dos mortos-vivos. The Hungry Wives (1973), Zombie, Despertar dos Mortos (1978), Day of the Dead (1986), Terra dos Mortos (2005) etc. A cada cinco ou dez anos ele voltava ao tema para, de alguma forma, refletir sobre o que se passava no país. Como diretor, porém, não se limitou a contar histórias de zumbis. Incursionou pelo cinema de vampiros, mas Martin, de 1977, está mais para sátira social, embora seja puro ‘gore’. Garoto de 17 anos pensa que é vampiro, mas como não tem caninos desenvolvidos usa lâminas de barbear para sangrar suas vítimas. E, como participa com frequência de um ‘late show’ na rádio de sua pequena cidade, vira a celebridade local.

 

E Romero não parou por aí – em Comando Assassino, de 1988, macaco treinado para ser guia de um tetraplégico arrasta esse último a uma espiral de violência. Pior ainda – no sentido do horror -, foi seu experimento com o mestre italiano do ‘giallo’, Dario Argentino. Cada um dirigiu um episódio de Dois Olhos Satânicos, em 1990. No de Romero, O Caso do Sr. Waldemar, o cadáver de Harvey Keitel escapa do freezer para perseguir a mulher adúltera.

 

Em 2016, o cineasta chegou a criticar a forma como os filmes e séries de zumbis são feitos atualmente e culpou produções como The Walking Dead e Guerra Mundial Z por não fazer mais filmes.

 

George Romero morreu em 16 de julho de 2017. O cineasta tinha 77 anos e lutava contra um câncer de pulmão. Segundo o empresário de George Romero, Chris Roe, o cineasta morreu “em paz enquanto dormia”.

 

Para quem curtia tanto emoções violentas, Romero, segundo a família, morreu pacificamente, ouvindo sua trilha preferida – a do clássico Depois do Vendaval, de John Ford, com John Wayne e Maureen O’Hara, de 1952.

(Fonte: http://cultura.estadao.com.br/noticias/cinema – CINEMA – CULTURA/ Por Luiz Carlos Merten, O Estado de S.Paulo – 16 Julho 2017)

(Fonte: https://omelete.uol.com.br/filmes/noticia – FILMES/ Por FÁBIO DE SOUZA GOMES – 16/07/2017)

(Fonte: http://istoe.com.br – EDIÇÃO Nº 2483 – CULTURA / Por AFP – 16.07.17)

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