Galileu Galilei, estudou medicina e foi professor de matemática, típico intelectual renascentista

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Galileu Galilei foi um dos “gigantes” da história da ciência

Galileu Galilei considerado o grande mártir da ciência de todos os tempos (Foto: www.ccvalg.pt/Divulgação)

Galileu Galilei considerado o grande mártir da ciência de todos os tempos (Foto: www.ccvalg.pt/Divulgação)

“Se vi mais longe, foi por estar de pé sobre os ombros de gigantes”, disse certa vez Isaac Newton, considerado um dos mais importantes – senão o maior cientista de todos os tempos. Certamente o mais conhecido “gigante” a quem o britânico se referia, Galileu Galilei morria quase um ano antes de Newton nascer.

Galileu nasceu em 15 de fevereiro de 1564, em Pisa, na Itália. Filho de um músico, estudou medicina e foi professor de matemática – era um típico intelectual renascentista, que se arriscava por diversas áreas do conhecimento. Foi pai de diversas invenções e, certamente, a mais famosa foi seu telescópio.

Foi em 1609 que o italiano ouviu falar de um instrumento criado pelo holandês Hans Lipperhey e que permitiu ver à distância. Galileu construiu sua primeira luneta com um aumento de três vezes e a aperfeiçoou ao longo do tempo, conseguindo aumentar até 30 vezes. Além disso, ele notou a importância de fixar o objeto no chão para permitir registrar posições com exatidão.

De 7 a 15 de janeiro de 1610, descobre quatro luas de Júpiter (que depois foram chamadas de “galileanas”). A princípio, ele achou ter visto três estrelas perto do planeta gigante. No dia seguinte, as estrelas pareceram ter se movido no caminho errado. Depois de alguns dias, ele notou que as “estrelas” nunca deixavam a vizinhança de Júpiter. Ele conclui que observava corpos planetários e era uma prova de que nem tudo girava ao redor da Terra.

Suas descobertas são publicadas, em 1610, no livro Siderius Nuncius, que recebeu apoio de Johannes Kepler (outro “gigante” de Newton) após ser desacreditada por cientistas da época. Não levou muito tempo para que Galileu mostrasse que Vênus orbitava o Sol, e não a Terra. Ele ainda argumentou que a existência de manchas solares mostra que o Sol tem rotação.

O italiano reunia, assim, dados suficientes para derrubar a teoria geocêntrica. Mas a Inquisição não gostou da ideia. Após análise de seu livro sobre as manchas solares, o cardeal Bellarmino lê a sentença do Santo Ofício em de fevereiro de 1616, na qual proíbe o italiano de difundir a teoria heliocêntrica.

Em 1623, o cardeal Maffeo Barberini era eleito papa com o nome Urbano VIII. Amigo de Galileo, o liberou no ano seguinte a escrever sobre a teoria heliocêntrica, desde que fosse tratada como hipótese matemática.

Em 1630, ele publica um novo livro que reafirma o heliocentrismo. O papa cede às pressões e envia o caso à Inquisição. Em 22 de junho de 1633, Galileu Galilei, aos 70 anos, foi condenado por heresia e à prisão em sua residência, em Arcetri. Lá o italiano ficou até sua morte.

Foi somente em 31 de outubro de 1992 que um papa reconheceu que a condenação de Galileu foi um engano. “O erro dos teólogos da época, quando mantinham a centralidade da Terra, era o de pensar que o nosso entendimento da estrutura física do mundo era, de algum modo, imposto pelo sentido literal da Sagrada Escritura”, afirmou João Paulo II na época.

(Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/espaco – Ciência – Espaço – 8 de janeiro de 2013)

 

 

 

A VERDADEIRA HERESIA

DEFESA DO HELIOCENTRISMO LIVROU GALILEU DA CONDENAÇÃO POR UM PECADO PIOR

O italiano Galileu Galilei é considerado o grande mártir da ciência de todos os tempos. Em 1633, Galileu foi condenado pelo Santo Ofício por haver escrito o livro “Diálogo sobre os Dois Máximos Sistemas do Mundo”, no qual fornece as provas matemáticas da teoria heliocêntrica de Nicolau Copérnico (1473-1543) – que afirmava ser o Sol o centro do universo, e não a Terra, como sustentava a Igreja Católica da época.

 

Nicolau Copérnico argumentava que se a Terra se movesse, cairia no centro do Mundo, em virtude do seu peso.   (Foto: Divulgação)

Nicolau Copérnico argumentava que se a Terra se movesse, cairia no centro do Mundo, em virtude do seu peso. (Foto: Divulgação)

 

Só escapou da fogueira da Inquisição porque concordou em abjurar suas conclusões. O verdadeiro crime de Galileu não teria sido o de apoiar a teoria de Copérnico. A causa real de seu antagonismo com a Igreja teria sido o atomismo – doutrina elaborada pelos filósofos gregos Leucipo e Demócrito, segundo a qual nas suas menores partículas a matéria é formada por átomos imutáveis. A condenação por heliocentrismo teria sido uma manobra para favorecer o cientista.

O atomismo, que Galileu encampou na obra “Il Saggiatore” (O Ensaiador), de 1623, colidia com o dogma da eucaristia, segundo o qual, durante a missa, o sacerdote transforma o pão e o vinho em corpo e sangue de Jesus Cristo. Os teólogos do Santo Ofício não poderiam conviver com a veracidade dessa tese. Aceitá-la equivaleria a aceitar que átomos imutáveis de pão e de vinho permaneceriam na hóstia mesmo depois de consagrados pelo padre. Ele foi condenado pela defesa do heliocentrismo apenas para evitar ser julgado por um crime pior – o de cometer uma heresia contra um fundamento da fé católica.

PECADO MENOR – Il Saggiatore foi lançado no mesmo ano em que o cardeal Maffeo Barberini (1568-1644), amigo de Galileu e um intelectual refinado, foi eleito papa com o nome de Urbano VIII. Esse pontífice, preocupado com o apoio público que dera anteriormente a Galileu, convenceu o amigo a se confessar culpado de um pecado menor: a aceitação do heliocentrismo.

 

Papa Urbano VIII Maffeo Barberini | (Foto: Pinterest/Reprodução)

Papa Urbano VIII Maffeo Barberini | (Foto: Pinterest/Reprodução)

 

Com isso, Urbano VIII teria salvo Galileu e a si próprio da oposição conservadora da Igreja. O primeiro biógrafo de Galileu, Vincenzo Viviani, um de seus ex-alunos, relaciona diretamente a desgraça do mestre com o lançamento de Il Saggiatore. No arquivo do Santo Ofício, foi localizado uma carta anônima – mas atribuída ao padre jesuíta Orazio Grassi, inimigo público de Galileu – denunciando à Inquisição o atomismo de Il Saggiatore.

 

Galileu diante da inquisição: processo tortuoso para despistar tese contra a eucaristia (Foto: DEVIR-NÔMADE: VIAGENS & FILOSOFIA)

Galileu diante da inquisição: processo tortuoso para despistar tese contra a eucaristia (Foto: DEVIR-NÔMADE: VIAGENS & FILOSOFIA/Reprodução)

 

O GRANDE PILAR DA FÉ

A eucaristia ou comunhão é o sacramento central da fé católica. Tem suas raízes na última ceia, quando Jesus Cristo dividiu o pão e o vinho entre os apóstolos e lhes disse que eram o seu corpo e o seu sangue. Ao celebrar a missa, o padre preside a transubstanciação – a transformação do pão e do vinho em corpo e sangue de Cristo – e rememora a ceia de despedida de Jesus. O tema foi objeto até de cismas. Discutiu-se muito por que, com a transubstanciação, o pão e o vinho não alteram o seu aspecto, o sabor e a constituição química.

A Igreja excomungava os que divergissem de seu ensinamento. Lutero foi um dos que discordaram. Aceitava a eucaristia, mas considerava a transubstanciação uma explicação pouco satisfatória, justamente porque o pão e o vinho continuavam com a mesma aparência anterior. O próprio ato de receber a comunhão tem sido motivos de polêmicas.

Até o século XIX, os católicos não tocavam na hóstia. A Igreja temia que a hóstia perdesse sua aura. Ainda hoje, católicos tradicionais se recusam a pegar a hóstia com a mão e colocá-la eles próprios na boca: esperam que o padre faça isso.

O historiador italiano Pietro Redondi apresentou essa nova versão para o processo de Galileu. Redondi fez essas afirmações no livro “Galileu Herético”. “O processo oficial contra Galileu foi resultado de uma barganha”, disse.

Na Europa e Estados Unidos, a tese de Redondi dividiu opiniões. William Wallace, historiador da ciência da Universidade Católica de Washington, qualificou seu livro como “uma das mais importantes contribuições ao debate sobre Galileu.”

(Fonte: Veja, 29 de maio de 1991 – ANO 24 – Nº 22 – Edição 1184 – RELIGIÃO – Pág: 57)

 

 

 

 

 

Há 380 anos, Galileu era sentenciado pelo papa Urbano VIII

Em 1633, o papa Urbano VIII livrava Galileu Galilei da morte, mas o condenava a uma espécie de prisão domiciliar para o resto da vida. O cientista defendia a tese de Copérnico de que a Terra não ficava no centro do Universo, e sim orbitava o Sol. Com uma interpretação literal da Bíblia, a Igreja Católica não aceitava que essa teoria fosse tratada como verdade – apenas como hipótese.

Galileu chegou a ser perdoado – em 1992, mais de três séculos depois, pelo papa João Paulo II. A absolvição da Igreja em nada mudou a importância da contribuição desse gigante para a história – um personagem fundamental na Revolução Científica do século 17.

(Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia – NOTÍCIAS – CIÊNCIA – 22 de Junho de 2013)

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