Frank McCann, autor de ‘Soldados da Pátria’, era professor especializado em história do Brasil e da América Latina

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O historiador americano que contou a história do Exército brasileiro, foi autor de ‘Soldados da Pátria’

 

 Frank McCann

Frank D. McCann – ‘Soldados da Pátria’ – História do Exercito Brasileiro (1989-1987)

 

Brasilianista Frank McCann, especializado em militares

 

Historiador americano escreveu sobre relação dos fardados com a política no Brasil

Francis Daniel McCann (15 de dezembro de 1938 – New Hampshire, 2 de abril de 2021), historiador, autor de ‘Soldados da Pátria’, conhecido como Frank McCann.

McCann era um dos acadêmicos dos Estados Unidos (EUA) mais ligados ao Brasil. Estudioso da política latino-americana, era professor emérito da Universidade de New Hampshire, na qual lecionou até 2007. Foi autor de Soldados da Pátria, Uma História do Exercito Brasileiro, (1989-1987).

Outras obras do autor

 

Além de Soldados da Pátria, editado pela Cia. Das Letras, McCann escreveu The Brazilian American Alliance (1937-1945), que recebeu o Bernarth Prize. Foi autor, também, de Modern Brazil: Elites and Masses in Historical Perspective. Mais recentemente, em 2018, lançou Brazil and USA during World War II and His Aftermath.

Para Figueiredo, um dos livros mais marcantes de McCann é A Aliança Brasil-EUA, na qual ele desenvolve uma tese central. Segundo ele, durante a II Guerra Mundial os EUA usufruíram da base militar em Natal, ponto estratégico crucial no contato americano com a África. “No entanto, depois da guerra, prevaleceu uma posição que considerava o Brasil um país ‘perigoso’ – e assim, ‘ao invés de compensar o Brasil por aquele gesto durante a guerra, o país foi reduzido a um igual à Argentina.”

Para McCann, isso era uma injustiça porque a Argentina não teve comportamento ou posições como as do Brasil na guerra. “Na verdade, os americanos foram ingratos, e é significativo que um estudioso americano é que tenha feito essa observação”. Um motivo provável, segundo McCann, era que os EUA não queriam saber de “uma potência predominante” no continente sul-americano que poderia representar problemas futuros.

 

Homenagens

 

Como resultado de seu empenho acadêmico, o governo brasileiro decidiu homenageá-lo como comendador da Ordem do Rio Branco, em 1987, e mais tarde, em 1995, o Exército lhe concedeu a Medalha do Pacificador.

Sua carreira acadêmica incluiu fases como professor visitante na Universidade de Brasília e na Universidade do México. Além de viajar por vários países latino-americanos, McCann esteve também na Polônia, Bulgária, Inglaterra, Nigéria, França e Turquia.

A passagem pelo Brasil fez dele um admirador do samba. Fazia parte no Brasil do conselho científico da revista de Ciências Militares publicada pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Militares da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme).

Frank McCann faleceu em 2 de abril de 2021, de ataque cardíaco em sua casa perto de New Hampshire. Ele tinha 82 anos e deixou a mulher Diana, companheira de seis décadas, duas filhas e netos.

Professor emérito de Relações Internacionais na UFF, no Rio, Eurico Figueiredo via Frank McCann como “um grande americano e um grande amigo do Brasil” – e que teve papel importante por sua tarefa de “entender, como historiador, o papel dos militares na vida brasileira”. McCann, diz ele, “é responsável por uma obra que vai persistir”.

(Fonte: GAÚCHAZH – ANO 57 – N° 19.990 – 8 DE ABRIL DE 2021 – MEMÓRIA / TRIBUTO – Pág: 29)

(Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/cultura – CULTURA / Por Estadão Conteúdo – 03/04/2021)
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