Foi a primeira mulher negra a conseguir registrar uma patente médica

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Patricia Bath, médica pioneira e criadora do tratamento mais preciso para catarata

A Dra. Patrícia Bath posa ao lado de Melvin Oatis durante um evento da revista TIME em Nova York, nos EUA, em setembro de 2017 — (Foto: Ben Gabbe/Getty Images for TIME/AFP)

 

 

Ela foi a primeira mulher negra a conseguir registrar uma patente médica.

 

 

Patricia Era Bath (Harlem, Nova York, 4 de novembro de 1942 – Universidade da Califórnia, em São Francisco, 30 de maio de 2019), oftalmologista, responsável por ter inventado o tratamento mais preciso para catarata e também foi a primeira mulher negra a conseguir registrar uma patente médica.

 

Patricia nasceu no bairro do Harlem, em Nova York. A mãe era empregada doméstica e o pai trabalhava no metrô. Ainda adolescente, ela conseguiu uma bolsa pela Fundação Nacional da Ciência (National Science Foundation). Formou-se na faculdade de medicina da Universidade Howard e fez a residência em Nova York.

Depois, ela se mudou para a Califórnia. Tornou-se a primeira cirurgiã negra da Universidade da Califórnia, no centro médico de Los Angeles, e também foi pioneira no corpo docente como oftalmologista. Trabalhou no Instituto da Visão Jules Stein, em Los Angeles.

Ajudou a fundar a residência em oftalmologia na UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles) e, em 1983, foi nomeada como presidente do programa. Foi a primeira mulher nos Estados Unidos a atingir tal cargo.

“Eu tive alguns obstáculos, mas tive que lidar com isso”, disse Bath ao programa de televisão “Good Morning America” em 2018. “Minha ascendência, segregação, racismo, esse é o barulho que você precisa ignorar para manter os olhos focados no prêmio. É exatamente como o Dr. Martin Luther King disse, então foi o que eu fiz”.

A descoberta

Patricia acompanhava as taxas epidêmicas de cegueira devido a causas evitáveis nas comunidades carentes nos Estados Unidos, e também em países do exterior. Na década de 70, ajudou a fundar o Instituto Americano para a Prevenção contra a Cegueira, uma organização sem fins lucrativos que acredita que “a visão é um direito básico humano”.

Ela também criou uma nova disciplina e área médica, a oftalmologia comunitária: evitar a cegueira por meio da educação, com divulgação para ações de saúde pública e do local dos serviços médicos.

Eraka Bath, a filha, lembrou que a mãe chegou a levá-la em missões para a Nigéria e para o Paquistão durante a infância: “Eu lembro de tirar uma folga na 5ª série para viajar”.

Na década de 80, Patricia participou das pesquisas para o uso do laser na área da oftalmologia. Em 1988, patenteou a “Laserphaco Probe” – o nome em inglês é uma abreviação da “cirurgia de catarata fotossensível a laser”. Ela usa a tecnologia para dissolver as cataratas. A técnica criada pela médica pioneira é o menos dolorosa disponível e conseguiu recuperar a visão de pacientes que estavam cegos há décadas.

Além desse tratamento, ela ainda registrou outras cinco patentes. Ela se aposentou em 1993 da Universidade da Califórnia em Los Angeles, mas continuou a fazer palestras e viajar pelo mundo. Ela pretendia ajudar na orientação de estudantes de medicina e incentivar jovens interessados em ciências e tecnologia.

Patricia Bath faleceu em 30 de maio de 2019, aos 76 anos, após complicações devido a um câncer, em um centro médico da Universidade da Califórnia, em São Francisco.

(Fonte: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/06/04 – CIÊNCIA e SAÚDE / NOTÍCIA / Por Associated Press – 04/06/2019)

(Fonte: Zero Hora – ANO 55 – N° 19.421 – 10 de JUNHO de 2019 – TRIBUTO / MEMÓRIA – Pág: 35)

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