Fausto Castilho, filósofo, pensador e professor emérito da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

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Fausto Castilho, filósofo brasileiro que conviveu com Heidegger

Fausto Castilho (1929 – Campinas, 3 de fevereiro de 2015), filósofo, pensador e professor emérito da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Foi tradutor da principal obra de Heidegger, ‘Ser e Tempo’

Além da Unicamp, onde foi um dos fundadores do IFCH (Instituto de Filosofia e Ciência Humanas), Castilho foi professor na USP e na Unesp.

Aos 17 anos, Fausto Castilho foi aprovado no vestibular da Faculdade de Direito da USP, mas deixou a família perplexa ao desistir da graduação. O que ele queria mesmo era estudar filosofia na Sorbonne, em Paris.

Considerado um dos maiores conhecedores da obra do filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976), de quem foi aluno, Castilho traduziu para o português livros fundamentais da filosofia, como “O Ser e Tempo” (Heidegger), e o “Manual dos Cursos de Lógica Geral”, de Immanuel Kant (1724 – 1804).

A tradução de “O Ser e o Tempo” empreendida por Castilho resultou na primeira edição bilíngue da obra.

Castilho revelou que procurou o curso de Heidegger em Freiburg por sugestão de Merleau-Ponty. Ele conheceu a obra do pensador alemão por meio da revista Les Temps Moderns, de Sartre, em 1946.

Castilho, aliás, foi o cicerone de Sartre em sua visita ao Brasil em 1960, organizando a recepção ao filósofo francês em Louveira, na fazenda de Ruy Mesquita (1925-2013), que foi diretor do Estado.

Na ocasião, Sartre passou pelo menos 20 minutos falando sem parar sobre a obra de Heidegger no contexto do expressionismo alemão.

Castilho, que foi professor de Estética e traduziu livros da área, tinha predileção pelo filósofo e historiador italiano Benedetto Croce (1856-1952), que foi ministro da Educação da Itália nos anos 1920. Castilho ocupou igualmente cargos públicos, tendo assumido a área educacional quando Faria Lima (1909-1969) foi prefeito de São Paulo nos anos 1960.

Quando o filósofo começou a planejar o Instituto de Filosofia e Ciência Humanas da Unicamp, encontrou forte oposição por adotar critérios que prevalecem na Universidade alemã.

Formado na Sorbonne, em Paris, ele participou da comissão organizadora da Unicamp e deixou traduções valiosas de Croce, Descartes, Espinosa, Habernas, Hegel, Heidegger, Hobbes, Kant e Marx, entre outros grandes pensadores.

Sobre a diferença entre Ciência e Filosofia, ele costumava a recorrer a Heidegger para dizer que a primeira “existe para explicar, enquanto a filosofia, para dificultar”.

Embora considerasse Heidegger “o maior filósofo do século 20”, o pensador definiu o alemão como “politicamente tosco” por sua adesão ao nazismo.

Fausto Castilho morreu em 3 de fevereiro de 2015, aos 83 anos, no Centro Médico de Campinas.

 

 

(Fonte: Zero Hora – ANO 51 – Nº 18.011 – 4 de fevereiro de 2015 – TRIBUTO – Pág: 32)

(Fonte: http://cultura.estadao.com.br/noticias/literatura – 1629565 – CULTURA – LITERATURA – ANTONIO GONÇALVES FILHO – O ESTADO DE S.PAULO – 4 de fevereiro de 2015)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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