Don Haskins, treinador do Hall da Fama, cujo pioneiro time de 1966 foi retratado no filme “Glory Road”

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O MAIOR NOME DO BASQUETE DOS EUA

 

Nesta foto de arquivo de 19 de março de 1966, Don Western Hankins, segundo da esquerda, e jogadores comemoram depois de vencer o campeonato de basquete da NCAA de 1966 em College Park, Md. Haskins, que ajudou a quebrar a cor Barreiras no esporte universitário em 1966, quando ele usou cinco jogadores negros para ganhar um título nacional de basquete Texas Western. O treinador do Hall da Fama, cujo pioneiro time de 1966 foi retratado no filme “Glory Road”, foi de 78. (AP Photo)

 

Donald Lee Haskins (14 de março de 1930 – El Paso, Texas, 7 de setembro de 2008), escreveu o mais importante capítulo na história do basquete norte-americano.

 

Na década de 1960, quando a segregação racial nos EUA era intensa, especialmente no sul do país, ele colocou em quadra cinco jogadores negros para defender as cores da universidade Texas Western – hoje Texas El Paso (UTEP). Isso jamais havia acontecido no basquete universitário norte-americano.

 

Era o ano de 1966. Don Haskins foi violentamente atacado pela comunidade local por apoiar jogadores negros. Sua mulher foi acusada maldosamente de dormir com os atletas, numa tentativa de desestabilizar o treinador. Mas Don Haskins suportou tudo, desafiou a todos, sempre em nome do que ele acreditava.

 

Saiu vencedor; dentro e fora das quadras.

 

Haskins passou meses viajando de carro pelos EUA à procura de atletas negros que quisessem jogar e estudar. Não foi fácil, mas conseguiu recrutar. Na escola, eles enfrentaram problemas por serem… negros, claro. Mas com o apoio de Haskins, foram comendo pelas beiradas até chegar ao núcleo.

 

Num tempo onde os brancos reinavam soberano no basquete norte-americano, um time escuro, imaginavam todos, não teria a menor condição de desafiar o “stabilishment” esportivo da época. Mas não foi o que se viu como resultado final.

 

Haskins e seus negros conquistaram o título da NCAA de 1966. Bateram na final a poderosíssima universidade de Kentucky, treinada pelo reacionário e racista Adolph Ruup (1901-1977), que se negava a recrutar jogadores negros. Ruup contava com quatro títulos universitários, o maior número na época, e queria se aposentar com mais um título universitário.

 

Antes da final, ele declarou: “Não existe a menor possibilidade de uma equipe de negros bater o meu time”. Acreditou nisso; e se deu mal.

 

A final foi emocionante. O jogo acabou 72-65 para UTEP. Sem dúvida alguma, a partida de basquete mais impactante e significativa na história do esporte colegial nos EUA. Foi definido como o “Jogo do Século” no basquete universitário. E se você não sabe no time de Kentucky jogava Pat Riley.

 

“Don fez mais pelo seu time e pelos seus jogadores do que qualquer outro treinador na história do basquete universitário”, declarou o aposentado Bob Knight, o treinador com o maior número de vitórias no “college”.

 

Ruup seguiu treinando Kentucky por mais cinco anos. Rendeu-se aos fatos e ao momento histórico, mas demorou três anos para a ficha dele cair. Foi apenas em 1969 que Ruup recrutou seu primeiro jogador negro: Tom Payne.

 

A história desta conquista e de Don Haskins pode ser encontrada nas livrarias e nas locadoras. O livro chama-se “Glory Road”, não traduzido para o português. Mas nas locadoras você pode achar o filme “Estrada para a Glória”. Vale muito conhecer a história deste que talvez tenha sido o maior nome do esporte norte-americano.

 

Como disse, em plena época de segregação racial, Haskins quebrou uma barreira importante no basquete norte-americano.

 

Don Haskins morreu em em El Paso, Texas, em 7 de setembro de 2008. Tinha 78 anos e morreu por problemas cardíacos. Jamais será esquecido.

(Fonte: http://fabiosormani.ig.com.br/2008/09/09 – ESPORTE – COLUNISTAS / Por FÁBIO SORMANI – 9 DE SETEMBRO DE 2008)

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