Charlton Heston, ator americano que tornou-se um dos rostos mais conhecidos do cinema

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Ator Charlton Heston, foi o vencedor do Oscar com o filme “Ben-Hur’ (59)

 

Charlton Heston foi o vencedor do Oscar com o filme “Ben-Hur’ (59) (France Presse/MGM)

 

Durante carreira, ator privilegiou épicos, ficção científica e filmes-catástrofe e, nos últimos anos, defendeu o uso de armas

Charlton Heston (Evanston, Illinois, 4 de outubro de 1923 – Beverly Hills, Los Angeles, 5 de abril de 2008), ator americano que tornou-se um dos rostos mais conhecidos do cinema ao interpretar papéis de destaque em superproduções como “Moisés” e “Ben-Hur” nos anos 50.

Charlton Heston, vencedor do Oscar de melhor ator pelo papel-título do filme “Ben-Hur” (1959), ficou conhecido por sua atuação em filmes épicos (“Ben-Hur”, “Os Dez Mandamentos”), de ficção científica (“Planeta dos Macacos”, “No Mundo de 2020”) e de catástrofe (“Terremoto”).

Nascido em outubro de 1924, em Evanston, Illinois, Heston iniciou sua carreira na Broadway como ator e modelo de nu artístico. Em seu começo no cinema, fez “O Maior Espetáculo da Terra” (1952), de Cecil B. DeMille, que voltaria a escalá-lo como o Moisés de “Os Dez Mandamentos”.

 

Astro encarnou heróis “maiores do que a vida”

 

Charlton Heston encarnou como nenhum outro o herói hollywoodiano “maior que a vida”. Seu rosto granítico e porte atlético deram forma a figuras histórico-mitológicas: Moisés (“Os Dez Mandamentos”, 1956), “Ben Hur” (59), “El Cid” (61).

Com o declínio dos épicos, Heston passou a salvar o mundo em distopias futuristas -“O Planeta dos Macacos” (68), “No Mundo de 2020” (73) – e em filmes-catástrofe como “Terremoto” (74) e “Aeroporto 75”.

Na Judeia pré-cristã ou no espaço, ele foi a imagem do “mocinho” sem máculas ou dúvidas, portador de todas as virtudes: belo, forte, íntegro, cheio de energia e boa intenção.

O humor, as hesitações e o cinismo dos heróis de hoje (Indiana Jones, James Bond etc.), não cabiam no figurino conservador clássico de Heston. É irônico que sua última aparição de impacto tenha sido em “Tiros em Columbine”, como a triste figura de um defensor das armas para a resolução dos problemas individuais e coletivos. Anacrônico e direitista, mas afinado com a era Bush.

O papel mais controverso, no entanto, foi na vida real, como presidente da Associação Nacional do Rifle (de 1998 a 2003). Isso lhe rendeu uma de suas últimas aparições no cinema, involuntária, no filme “Tiros em Columbine” (2002).

O filme de Michael Moore põe Heston como “vilão” por sua defesa ao direito à posse de armas. À época, porém, a imprensa avaliou que, combalido pela doença degenerativa, o ator pareceu mais inofensivo do que se pretendia mostrar.

O site de Michael Moore exibia uma foto de Heston e a reprodução de um pedido da família de que sejam feitas doações ao Fundo de Cinema e Televisão dos EUA.

 

No Brasil

 

Seu último filme, “Josef Menguele – My Father, Rua Alguém, 5.555” (2003), em que vivia o nazista, foi rodado no Brasil. O ator brasileiro Odilon Wagner, que fez parte do elenco, diz que Heston sofria dificuldade para se locomover e tinha de ler suas falas em painéis.

 

“O diretor [o italiano Egidio Eronico]se revoltou e quis “devolver” o Heston. Disse que tinham vendido gato por lebre, que ele não decorava nada.” Mas, com a câmera ligada, “era outra coisa”. Apesar de ter passado por uma cirurgia no quadril, Heston fez até uma cena de baile com a atriz Denise Weinberg. “Ele girava, posicionava-a conforme a câmera rodava ao redor, e ele mal podia andar…”

 

Charlton Heston morreu no dia 6 de abril de 2008, em Los Angeles, aos 84 anos. Ele sofria desde 2002 de uma doença degenerativa com sintomas similares aos da síndrome de Alzheimer.

Em 2002, o ator americano anunciou que sofria de sintomas do mal de Alzheimer. Ele morreu em sua casa, ao lado da mulher, Lydia, com quem era casado desde 1944. “Nenhum homem poderia ter dado mais à família, à profissão e ao país. Em suas próprias palavras: “Vivi uma vida tão maravilhosa! Vivi o suficiente para duas pessoas'”, disse a família, em nota.

O presidente americano George W. Bush, que em 2003 outorgou a Heston -ativista político de direita- a medalha da liberdade, a mais alta honraria civil do país, descreveu ontem o ator como um “grande defensor das liberdades”. “Ele serviu a seu país na Segunda Guerra, militou pelo movimento dos direitos civis [dos negros, nos anos 50], dirigiu um sindicato [dos atores]e defendeu vigorosamente a segunda emenda”, disse, referindo-se ao artigo da Constituição dos EUA que garante o direito dos cidadãos de portar armas.

(Fonte: Correio do Povo –ANO 113 –Nº 190 – Capa – Arte & Agenda – 7 de Abril de 2008)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada – FOLHA DE S.PAULO – ILUSTRADA / Por JOSÉ GERALDO COUTOCOLUNISTA DA FOLHA  – São Paulo, 7 de abril de 2008)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada – FOLHA DE S.PAULO – ILUSTRADA / DA REPORTAGEM LOCAL / Com agências internacionais – São Paulo, 7 de abril de 2008)

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