Agatha Christie, romancista policial britânica, autora de best-sellers mundialmente conhecidos.

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Agatha Christie (Torquay, Inglaterra, 15 de setembro de 1890 – Wallington, Inglaterra, 12 de janeiro de 1976), romancista policial britânica, autora de best-sellers mundialmente conhecidos.

Durante meio século, invariavelmente às vésperas do Natal, ela concedeu à Inglaterra, e ao mundo, o seu especialíssimo presente: pelo menos um livro. Nas suas páginas, imediatamente saboreadas por milhões de fãs de todo o planeta, intrincados assassínios eram desvendados por um desengonçado mas perspicaz detetive, inspetor aposentado da polícia belga, de nome Hercule Poirot, sua principal criação. Conhecida como Duquesa da Morte, Rainha do Crime, dentre outros títulos. Mundialmente conhecida como Agatha Christie, foi autora de mais de oitenta livros. Seus livros são os mais traduzidos de todo o planeta, superados apenas pela Bíblia e pelas obras de Shakespeare.

Hábitos burgueses – Dame Agatha escreveu 87 livros e 17 peças de teatro, que mereceram traduções em 103 idiomas, além de seis romances publicados sob o pseudônimo de Mary Westmacott. Até o final de 1975, calculava-se que 350 milhões de exemplares de seus livros tinham sido vendidos no mundo todo.

Curiosamente, os policiais de Agatha Christie nunca mereceram muitos elogios de crítica. Nem com isso entretanto, ela se incomodou. Na verdade, sua preocupação maior esteve sempre na estrutura de cada trama, na armação de seus quebra-cabeças, e não na literatura em si ou na análise do comportamento de suas personagens. “Por causa do gênero que escrevo”, costumava dizer, “serei logo esquecida.” Um óbvio exagero, provocado pelo excesso de humildade.
Conhecedor de perfumes – O grande sonho da menina Agatha Mary Clarissa Miller, nascida em Torquay, Inglaterra, no ano de 1890, filha de pai americano e mãe inglesa, era tornar-se cantora de ópera. Tal ambição, no entanto, foi logo soterrada pela falta de voz e por uma certa indolência. Educada segundo a mais rígida tradição da família inglesa, Agatha viveu uma juventude ociosa, vadiando pela grande propriedade de Devonshire, onde nasceu. Como passatempo, escrevia histórias de crimes. Até que um dia aceitou um desafio da irmã: elaborar uma trama em que não fosse possível identificar o criminoso até os últimos instantes.

Desse esforço nasceu “O Misterioso Caso de Styles”, seu primeiro livro, com ele o detetive Poirot, de “cabelos de um negro suspeito, com um bigode imenso e um par de olhos perscrutadores”. Pequeno, atarracado, apreciador de queijos e licores, fino conhecedor de perfumes, Poirot foi inspirado num dos muitos refugiados políticos belgas que se instalaram na Inglaterra depois da guerra de 1914-1918. Enfermeira na Cruz Vermelha, no trabalho Agatha conheceu muitos deles, e também seu primeiro marido, o coronel Archibald Christie, que lhe deu o sobrenome e de quem se desquitou doze anos depois.

“Ao ver meu Poirot, ficava difícil deixar de rir”, comentou ela. “Parecia um boneco de teatro, com sua testa em forma de ovo.” Enfim, um Sherlock Holmes às avessas, que chegou a provocar polêmicas entre os grandes jornais britânicos, muitas vezes desesperados em especular sobre sua idade nunca anunciada. Conclui-se, vagamente, que Poirot teria expirado tanto com 109, 112, 117 e 127 anos. A seu lado, com prestígio quase idêntico, batalhava Miss Marple, uma solteirona sempre capaz de chegar ao criminoso antes da polícia. Também ela foi morta por Dame Agatha, num livro escrito em 1945 e até hoje não publicado.

Eliminando suas mais cruciais criações, a “Rainha do Crime” preservou-se do risco de caírem vivas em mãos alheias. Um temor justificado. Por exemplo, depois do desaparecimento de Ian Fleming, o sucesso de James Bond praticamente obrigou seus editores a retomarem as aventuras do 007 – e o resultado, perpetrado por autores seguramente menos competentes, foi lastimável.

Mundo fechado – Dame Agatha imaginava suas histórias passeando, falando sozinha, tomando chá ou deliciando-se com favos de mel, horas a fio, deitada em sua vasta banheira. Em vez de escrever, gravava as histórias à medida que surgiam, e só depois as datilografava, com três dedos de cada mão e muito rapidamente.

Nostálgica de um tempo em que o Império Britânico se estendia por cinco continentes, recusava-se a aceitar a violência do presente, fechando-se num mundo preenchido apenas pelo seu segundo marido, o arqueólogo Max Mallowan, com o qual teve sua única filha, os cachorros, os jardins de sua mansão, e suas personagens. “Minhas histórias estão entre as palavras-cruzadas e uma caçada, na qual o leitor pode perseguir a pista sentado confortavelmente no seu sofá preferido.”

A 15 de setembro de 1975, porém, quando Dame Agatha Christie completou 85 anos e seu editor anunciou a publicação da obra “Cai o Pano” (“Curtain”), escrita em 1940 e guardada desde então num cofre-forte, subitamente desaparecia o sagaz Poirot, vítima de uma trombose, quebrara o quadril e dia a dia perdia um pouco de seus movimentos.

E o seu falecimento, na madrugada de segunda-feira, dia 12 de janeiro, às margens do Tâmisa, em Wallington, Inglaterra, não sucedeu a nenhum episódio de suspense. Como idealizadora, instigadora e destruidora de pelo menos 300 personagens, ela foi capaz de arquitetar seus derradeiros meses de vida com sobriedade e singeleza.

A hábil criação desse cômodo prazer rendeu-lhe, entre outras coisas, o título de Dama do Império, e uma riqueza incalculável. O patrimônio herdado por seus descendentes inclui, além dos direitos autorais de duas obras inéditas (aquela em que Miss Marple morre e a biografia da própria Agatha), mais de 180 milhões de cruzeiros.

 
(Fonte: Veja, 21 de janeiro de 1976 -– Edição 385 -– LITERATURA – Pág; 95)

Em 15 de setembro de 1890, nasce na Inglaterra a escritora Agatha Christie, autora de Assassinato no Expresso do Oriente.
(Fonte: Zero Hora –- ANO 47 -– N° 16.448 –- Hoje na História – Almanaque Gaúcho/ Por Olyr Zavaschi –- 15 de setembro de 2010 – Pág; 64)

(Fonte: Zero Hora – ANO 51 – Nº 17.871 – 15 de setembro de 2014 – Hoje na História – Almanaque Gaúcho/ Por Ricardo Chaves – Pág: 36)

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